Medos

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Já era quase meio-dia e Victoria e Arriaga estavam deitados confortavelmente entre as cobertas, ela nos braços dele, de olhos fechados enquanto ele percorria o pescoço e o peito nu dela com a ponta dos dedos, acariciando levemente.

"Eu adoro essas suas sardas" ele disse, em voz baixa "Sempre gostei."

"Sempre?" ela perguntou, de olhos fechados "Como você tinha visto? Que eu me lembre nunca fiquei sem roupa na sua frente."

"Você anda desmemoriada, senhora Balvanera." ele disse, tocando o nariz dela, a fazendo abrir os olhos "Acaso aquela vez que eu a estava levando para uma festa e nos furou um pneu e..."

Victoria cobriu os olhos com as mãos, de vergonha.

"Meu Deus, não me lembre daquilo!"  ela disse, mortificada.

Arriaga riu da repentina vergonha de Victoria.

"Também teve a vez aquela vez do strip-tease no hotel e também já vi você de maiô na piscina."

"Ai, meu Deus, José Ángel, se pararmos pra pensar... já fomos bem íntimos antes de sermos... íntimos" ela disse, com um pouco de vergonha.

Arriaga balançou a cabeça e a beijou na testa.

"Mas pra ser sincero, não me referia a isso quando digo que sempre gostei das suas sardas, Victoria."

"Não?"

"Não. Porque sempre eu podia vê-las através de uma camisa um pouco mais aberta, ou uma blusa, ou um decote de vestido. E eu confesso, Victoria, era mais do que suficiente para me fazer..." ele se deteve por um instante e suspirou, fechando os olhos.

"O que?"  Victoria perguntou, ansiosa, mordendo o lábio inferior.

"Sonhar." ele respondeu e respirou profundamente.

Victoria ficou surpresa e se virou pra ele na cama, o olhando nos olhos.

"Eu nunca percebi."

"Eu jamais ia deixar você perceber isso, porque além de ser uma grosseria minha, seria um desrespeito com o meu ambiente de trabalho."

Victoria sorriu.

"Mas agora que eu tenho acesso total..." ele disse sorrindo, tocando novamente as pintinhas "Me ocorre uma ótima ideia."

"Qual?"

"Que posso fazer como a Liliana faz com as flores, e colocar um nome em cada uma delas."

Victoria caiu na risada.

"Ai, meu Deus, José Ángel!"

"Sim, veja só..." ele disse e tocou uma pintinha "Essa aqui. Essa aqui tem cara de Angélica." ele disse e se aproximou, beijando a pintinha. "Já essa... Essa aqui..." ele disse, tocando outra pintinha "Essa combina com Bárbara..."  ele se aproximou beijando a outra pintinha.

Victoria morria de rir, fazendo carinhos nos cabelos de Arriaga. Ele continuou beijando as pintinhas uma a uma, subindo pelo pescoço de Victoria até aproximar-se dos lábios dela.

"O que foi?"  Victoria perguntou, quando ele se deteve.

"Essas suas sardas são umas taradas, Victoria. Cuidado." ele disse, muito sério"Quase não consegui chegar aqui nos seus lábios. Todas elas queriam um pouquinho de mim."

Laberintos CerradosOnde histórias criam vida. Descubra agora