3. Uma chance

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Postando mais um,
porque a flor pediu.

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JULIETTE POV's

—Sempre é irresponsável assim? -questiono abrindo a mala de primeiros socorros.

—E você? Sempre intrometida assim? -questiona ela.

—Estou apenas fazendo o meu trabalho! -digo pegando o remédio e um pouco de algodão.

—Então o faça, APENAS o trabalho! -diz ela.

Enquanto eu tirava as coisas da maleta, as separando antes de poder limpar os machucados, fiquei intrigada ao reparar no enorme quarto. Uma cama enorme com as fronhas e cobertas todas brancas. O quarto todo revestido com branco e detalhes rose. Chego a duvidar que esse seja o quarto de Sarah Andrade, esperava algo mais preto e cinza. Mas o que chamava mais atenção era a quantidade de retratos de cavalos e inúmeros troféus e faixas de campeã. Para um esporte não muito valorizado, ela se destaca com louvor.

—Tem medo de agulha? -questiono.

—Foi tão feio assim? -ela pergunta com certo receio.

—Só queria te intimidar! -falo segurando o riso e ela me fita.

—Você é muito abusada. Mal começou a trabalhar aqui e tem uma liberdade imensa com todos. Como consegue ter essa cara de pau? -ela me pergunta me encarando tão profundamente que arrisco a dizer que está vendo o que comi no café.

—Ser simpática e conseguir fazer amizades fácil não é ser cara de pau, é apenas irritante para aqueles que não tem essa educação. -jogo meu cabelo para o lado o ajeitando enquanto falo.

—Está querendo dizer que eu não tenho essa educação? -questiona ela me encarando mais uma vez, e agora suas orbes verdes eram tão brilhantes quanto um lago cristalino.

—Se consegue ser simpática, tem escondido muito bem! -rio fraco respondendo sua pergunta.

—Você é mais que simpática, dona Fátima te trata como trata eu e Gil, acha que não percebi o olhar dela em você? Posso não ter ficado tanto tempo com vocês na cozinha, mas quando se trata de Fátima, sou bem observadora. E ela se mostra como alguém completamente feliz com sua presença, impossível isso ser resultado da sua simpatia! -comentou intrigada.

—Minha mãe! -falo sem pensar.

—Oi?

—Fátima é minha mãe! -decido por assumir.

—Meu Deus, é sério? -questiona ela perplexa.

—Sim, ela nunca falou da filha dela? -pergunto um pouco mal por entender que minha mãe não falava de mim para a sua "filha de coração".

—Já, claro que já, na verdade eu sentia muito ciúme dela, quer dizer, de você quando eu era pequena, mas vendo quem é agora, eu não sinto que você é... bem... tudo aquilo! -diz ela com sua sinceridade e arrogância.

—Você nem de longe é o anjo ou a princesa que ela adorava descrever, estamos quites! -decido por responder no mesmo tom que ela.

—Por que não me disse que era filha da Fátima desde o começo? -ela se levanta e começa a se olhar no enorme espelho que havia em uma parede do quarto.

—Para você me tratar bem só por eu ser filha dela? -pergunto.

—Só para eu lembrar de não falar mal de você na frente da Fátima! -se justifica e rio fraco.

Lua - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora