8. Orfanato

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Boa leitura lindas.

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SARAH POV's
Eu venho tentando ser menos, eu. Porque apesar de circunstâncias, finamente estava sentido coisas a mais, ou no caso a menos, que ódio. Parte dessa melhora tinha nome, TPM, mas apesar de eu ficar um pouco sentimental, ainda tinha minha consciência.
Era bom aos pouco retomar a amizade com Thaís, conhecer Carla melhor. E devagar suportar a presença de Juliette, mas era só lembrar suas profissões que tudo caia por terra.

—Esta prestando atenção Sarah? -meu pai chama minha atenção. Os mais de 200 funcionários ali presentes me olhavam esperando uma resposta.

Com a chegada do natal, os nervos, principalmente de meu pai, estavam a flor da pele. Os movies da sala e redondezas foram levados para algum lugar que eu desconhecia. Tudo isso para a preparação da grande festa. No entanto eu estava fora de órbita pensando em milhões de justificativas para faltar nesse evento.

—Claro pai, concordo plenamente. -nem sabia com que estava concordando, mas na maioria das vezes essa resposta colava.

—Ótimo. Irão você, Gil e Juliette. Thaís e Carla terão entrevistas nesse horário. -diz ele e meu sistema entra em pânico.

Todo ano, perto do natal, meu pai dava uma de solidário e fazia todos os funcionários mostrem essa caridade ao mundo. Eram atividades claramente forçadas e sempre com intuito apenas de vangloriar a própria imagem. Não que eu me importasse, aqueles pequenos atos eram verdadeiros para mim.

—Com o que eu concordei? -sussurrei para Gil.

—Vamos a um orfanato. -ele sussurrou de volta.

Aquilo me deixou em choque. Eu amava fazer essas atividades, mas sempre fugi do orfanato em geral. Preferia doar roupas aos moradores de rua, abrigar cachorros de rua... na verdade eu gostava de tudo que terminasse com "rua" e bem, "ir ao orfanato" não tinha rua no final da frase.

—Não posso dar sopa aos moradores de rua? -interrompi meu pai.

—Não, a mídia está cansada de ver isso. Todos os anos você fica na rua. -o olho como quem estava prestes a reclamar. —Já está de decidido.

Eu poderia muito bem prender meu pai em uma longa e tenebrosa discussão, que conhecendo meu histórico, eu venceria. Mas estava cansada de brigar com ele. Meu pai tem defeitos sim, mas sempre nos deu amor e carinho, obviamente sem demonstrar.

(...)

GILBERTO POV's
Sarah estava mais aflita que eu, quando contei a família que era gay. Ela parecia querer arrancar as próprias unhas de tanto que as cutucava.
Desde que saímos para o orfanato, ela parece estar passando mal.

—Vai estragar as unhas desse jeito. -comentei.

Sarah virou-se para trás e me olhou. Ela queria transmitir a seriedade intimidadora de sempre, mas parecia uma garota assustada ao descobrir que seu diário havia sido roubado. Era como se a qualquer momento alguém fosse dizer alguns podres sobre ela.

—Existem tantos orfanatos em Sinaia, não podemos ir em outro? -questiona.

—Por que? Faz alguma diferença? -Juliette perguntou. —Falando nisso, não gostei de ter que fazer caridade com paparazi em volta, não tem como fazer caridade por fazer? -ela estava claramente irritada.

—Ninguém concorda com essas atitudes do meu pai. -Sarah começou. —Mas em vez de enfrentá-lo, fazemos desses atos fúteis, valerem a pena. -terminou me fazendo sorrir.
—Mas esse ano, vou esperar no carro. -avisa ela.

Lua - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora