Lua - Sariette

16. Eu quero

Boa leitura meus amores.
Amo vocês.

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JULIETTE POV's

—Melhorou a dor? -perguntei mexendo seu pé de um lado por outro.

—É suportável. -ela disse com a voz completamente carregada de exaustão.

—Você já usava tornozeleira estabilizadora, certo? -questionei e ela assentiu.
—Essa que vai usar agora, vai comprimir toda a parte inchada, provavelmente vai mancar quando andar, mas vai conseguir andar.

—E a dor? -ela questionou.

—Vai doer quando tirar a tala para tomar banho, dormir, enfim toda vez que tirar o equipamento. -expliquei.

—É uma solução temporária?

—Vou sincera com você. -me ajeitei melhor terminando de passar a pomada em seu pé delicado. —Nada vai resolver a dor, a não ser a fisioterapia, essa seria uma solução para alguém que não tem dinheiro para pagar uma fisioterapia, é até um pouco patético eu estar falando isso para a filha de um trilionário. -ri encarando seu pé, mas assim que a encarei me arrependi. A expressão séria e minimamente preocupada em seu rosto me deixava um pouco constrangida.

—Eu quero. -ela disse depois de um longo silêncio.

—Quer o que? -levantei seu pé e comecei a calçar a tornozeleira no mesmo.

—Fisioterapia. -ela disse.

—Que bom, é um grande avanço. -ainda com seu pé suspenso, passei os velcros pelas laterais.

—Quero que seja minha fisioterapeuta. -foi quase um sussurro.

Mas mais que suficiente para eu simplesmente esquecer tudo que estava fazendo e a encarar com meus olhos completamente arregalados.
Só voltei a realidade quando ouvi suas repetidas reclamações de dor por eu ter simplesmente soltado seu pé em meu colo.

—Desculpa, desculpa, desculpa... -eu acariciei seu pé como se fosse realmente resolver alguma coisa.

Um silêncio pairou no ar, eu não poderia aceitar nem recusar assim de imediato. Eu precisava de razões, para um "sim" ou um "não". Mas mais importante, eu não sabia nem como eu iria responder a essa pergunta.

—Por que eu? -questionei terminando de fechar a tornozeleira.

—Olha, se não quiser tudo bem... -ela desviou o olhar para as mãos que estavam em seu colo.

—Eu só quero saber, por que eu? -perguntei mais uma vez.

—Porque você me odeia o suficiente para não ceder as minhas vontades, tanto de desistir quanto de te socar. -ela respondeu.

Não era essa a resposta que ela queria me dar. Mas a mulher era impulsiva em dizer coisas para provocar os outros, em especial a mim.
Eu sei que ela queria dizer algo muito menos rude e provavelmente até carinhoso, mas ela já estava se esforçando demais me pedindo para ser sua fisioterapeuta, eu não iria forçar mais, não hoje.

—Certo. Serei sua fisioterapeuta com algumas condições. -terminei me levantando com cuidado e apoiando seu pé em uma almofada que estava na cama.

—Quais? -se ajeitou melhor me olhando esperançosa.

—A fisioterapia será todos os dias, no horário que eu determinar. Você não vai poder mudar horários ou simplesmente não fazer. Vai fazer tudo que eu mandar, incluindo alimentação e exercícios. E por último, vai ser legal com meus amigos enquanto estiverem aqui. -pedi.