27. Até logo.

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Voltei cedo dessa vez 😋

Obrigada pelos 11k de leituras suas lindas♥️

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SARAH POV's

A corrida sempre foi o ponto alto de todas as minhas fases ruins. Sentir a adrenalina da alta velocidade, os gritos abafados das pessoas distantes torcendo por você, sentir o suor descer pela testa e não poder seca-lo... tudo é incrivelmente insano quando se está em cima do cavalo.

Apesar da expectativa, do nervosismo, até mesmo do medo, é impossível não ter um sorriso imenso no rosto. Fazer o que ama, tem a ver com ser a pessoa mais grata do mundo, independente das circunstâncias.

E acredite se quiser, ver parte dos corredores a minha frente, jamais me intimidou. Fato é, não gosto de perder, mas sei lidar perfeitamente bem com a derrota, pelo menos na frente dos outros sim.

E foi com o sorriso mais intenso e largo do mundo que eu cruzei a linha de chegada em segundo. E por ironia do destino, senti-me feliz pela primeira vez em não ser a mais alta no pódio.

(...)

JULIETTE POV's

—Ela vai matar todo mundo. -meu sorriso de orgulho vacilou ao ouvir Gilberto.

—Por que? Ela fez uma ótima corrida...

—É a Sarah, Juliette. Ela vai sorrir, te abraçar e dizer bem baixinho no seu ouvido que não é para comemorar, pois o segundo é o primeiro a perder.

—Não acho que a Sarah vá fazer isso...

Um coro em risadas preencheu o pequeno elevador no qual descíamos para encontrar Sarah no campo.

—Vocês estão amiguinhas, mas ainda não conhece Sarah como nós conhecemos. -retrucou Alice.

Ao chegarmos finalmente na área externa do lugar, pudemos ver Sarah recebendo elogios de algumas pessoas, dando entrevistas, e pouco demonstrando não ter gostado de sua colocação.

—Cadê Sarah? -Jorge perguntou, procurando a mulher com os olhos.

—Esta logo ali. -apontei pra a jovem que dizia seu discurso de forma absurdamente acelerada.

—Lá vem ela. -Fatima comentou.

A loira procurou por nós com olhares rápidos. E quando encontrou meus olhos, ela sorriu, logo apressando o passo. Sorri de volta, só para logo em seguida quase gritar com a mulher, que praticamente esqueceu que ainda tinha uma torção no pé e simplesmente apoiou uma de suas mãos na grade do hipódromo, logo a pulando.

—Você tá maluca? Minha vontade agora era te matar, Sarah Caro... -mas minha fala foi cortada, talvez pelo mais impensado ato de sua vida.

Seus braços rodearam meu corpo e pude sentir a pressão relaxar meu susto. Pode ser parte da alucinação que é estar me relacionando com minha chefe, mas arrisco a dizer que esse foi o abraço que mais ansiei em toda minha vida. É quente, forte, vibra como uma doce criança em um parque de diversões. Tão intenso que sinto o bater acelerado de seu coração.

Apesar de estar completamente perdida nas minhas alucinações e das sensações maravilhosas que eram estar em seus braços, lembrei da fala de Gilberto. "...Ela vai sorrir, te abraçar e dizer bem baixinho no seu ouvido que não é para comemorar..." E como se tivesse lido meus pensamentos, senti a respiração descompassada da loira em minha nuca, para logo subir até minha orelha.

"Não comemore." Foi o que esperei.

—Obrigada. -foi o que eu ouvi.

Eu queria poder dizer, "não tem que me agradecer", ou talvez, "não tem de que", ou até brincar e dizer "eu sei que sou perfeita" mas me sentia completamente anestesiada. Consegui fazer apenas o que sentia que era certo.

Lua - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora