Lua - Sariette

40. Cavalgar.

Oi amigues, boa leitura.
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SARAH POV's

Voltei a mansão. Fazem três dias e meio. Dispenso comentários sobre minha volta. Foi um alívio para os amigos e a dona Fátima, mas foi ainda mais alívio saber que seu Jorge não estava e provavelmente demoraria a voltar. Talvez um mês...

Juliette é como a brisa no verão. É o que salva o dia e que refresca a boa vida. A vontade de viver. Juliette tem sido tudo. Tudo que eu precisava e mais um pouco.

—Você está pensativa. -ela disse ao acordar.

Era lindo ver a morena acordando. Ela tinha uma voz doce e cansada, os olhos mal abriam e na maioria das vezes ficavam fechados por um bom tempo. Na maioria das vezes ela se aconchegava mais em mim e se recusava a levantar por mais uma hora. Quase uma rotina.

—Acordou faz tempo? -me virei para encara-la.

As luzes da manhã deixavam a cena encantadora. O cabelão da minha morena escorria até para fora da cama, seu pijama de ceda estava todo torto, a coberta cobria apenas metade do seu corpo e seu sorriso parecia brilhar mais ainda quando eu a olhava tão de pertinho.

—Acordei agorinha. -me deu um selinho.

Sorrindo encantada para a mulher que ocupava a maior parte da cama, eu a puxei contra mim e nos ajeitei em uma posição esquisita, mas confortável. Por breves minutos me concentrei só em sua respiração e em quanta paz aquilo me trazia.

—Vamos cavalgar?

—Vamos? -questionei surpresa.

—Vamos ué, isso é um haras e eu estou de férias.

—Pelo menos para te dar férias aquele embuste serviu.

—Não só para isso. Por algum acaso recebi um email ontem indicando que agora tenho um novo patrão, ou no caso patroa. -ela sorria sapeca ao dizer.

—Não vai me dizer que... -ela concordou com a cabeça antes que eu terminasse a frase.
—Isso não faz dele uma pessoa melhor.

—Mas faz da nossa vida melhor, porque agora você vai poder mandar em mim e isso me soa extremamente sexy.

—Talvez eu até comece a exigir uso de uniforme.

—Ah é? E essa sua mente perversa pensou no que exatamente? Porque eu me lembro bem que quando fomos escolher as roupas para o baile, eu tinha comigo uma semi patroa muito intrometida que sabia muito de moda.

—Aposto que essa mulher era um saco. -fiz uma careta.

—Me apaixonei por cada chatice dela. -ela devolveu, me dando um beijo esquimó.
—Mas sobre o uniforme...?

—Ah pensei em umas sais bem curtinhas, na parte de cima eu deixo livre, digo, qualquer coisa que você usa da destaque a esses seios lindos, talvez botas cano longo para ficar parecendo aquelas alunas de colegial...

—Ai que brega e clichê amor, eu esperava mais de você. -fingiu-se de brava.

—Eu jamais colocaria você em um uniforme, você sabe muito bem se vestir. É a mulher mais linda que já vi. E eu arrancaria qualquer peça que você usasse mesmo, então não faz diferença.

—Safada! -acusou-me dando um tapa em meu ombro em seguida.
—E as corridas? Voltam quando?

—Eu não sei na verdade. Rodolfo não tem falado nada, alias ele sumiu faz dias. Desde que Lucas faleceu que ele não da as caras por aqui. -falei cabisbaixa.