Lua - Sariette

19. Beijo.

Ola luazinhas.
O término com o brilhoso veio!!! Soltando fogos e nem é por que é ano novo...
Boa leitura lindas♥️

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SARAH POV's
Correr. Correr. Correr. Agora tudo era sobre isso. Os exercícios de fortalecimento já não doíam como da primeira vez, no entanto a caminhada que já havia virado corrida, estava aos poucos tirando meu humor matutino.

—Achei que era atleta. -Juliette disse desacelerando um pouco.

—Achei que era sedentária. -eu retruquei cansada.

—Eii, eu corro de manhã. -afirmou ela.
—Mas você está muito cansada para quem se diz atleta. -ela riu e finalmente a encarei.

—Vou enfiar uma faca no seu tornozelo, vamos ver se você não fica cansada. -eu disse apoiando as mãos no joelho.

—Achei que quisesse se recuperar até as corridas. -ela cruzou os braços, estava irritada com minha grosseria.

—Você e eu sabemos que isso é impossível, aliás eu tenho alguns amistosos em algumas semanas já. -sentei na areia.

—Vai correr com esse pé todo arregaçado? -perguntou preocupada.

—É o jeito. -me deitei fechando os olhos.

Senti Juliette se aproximar, então a encarei.

—Não senta não. Isso é coisa de amigos e eu não sou tua amiga. -eu disse colocando o braço no espaço ao meu lado a impedindo.

—Ah, cala a boca Sarah. -ela jogou o meu braço para o lado, se deitando ali.

Eu estava apenas implicando com ela, mas era fofo o jeito que a morena ficava irritada até com as pequenas coisas. A encarei, a mulher estava sorrindo com os olhos fechados, era encantadora. Apesar de "odiá-la" eu a admirava, era uma pessoa persistente, e eu admiraria qualquer um disposto a me enfrentar. Juliette nunca hesitou, mal sabe ela como esse tipo de comportamento me instiga.

—Eu me pareço com ele? -perguntou ela de repente.

—Com quem? -questionei confusa.

—Seu antigo fisioterapeuta. -disse calma.

Geralmente esse assunto me deixa completamente travada. Era difícil lembrar da pessoa que causou alguns estragos na minha vida. Mas Juliette não estava forçando. Eu sei o quanto ela era curiosa, gosta de saber de tudo com todos os detalhes. Mas também sei que ela só está querendo respostas para poder entender a nossa relação de ódio.

—Não. Existem mínimas semelhanças. -respondi sincera, estava calma.

—Me odeia por causa dele? -perguntou.

—Sim. -respondi.

—E acha isso certo? -ela olhava para o céu com os olhos semicerrados por conta do sol.

—Não é como se eu tivesse controle. -suspirei me permitindo sentir minha mão afundar na areia.

—E eu posso fazer alguma coisa? -ela realmente estava disposta a mudar essa situação.

—Ele era fisioterapeuta e veterinário. -esclareci o motivo. —Foi por um bom tempo o único profissional ali naquelas áreas. Depois de um tempo eu simplesmente acostumei com a ausência. Imagina meu choque ao ver uma mulher de repente ocupar os dois cargos... como ele fazia. -suspirei tentando não deixar o sentimento de leveza ser substituído pela dor das memórias.

—Eu nunca te faria mal. -ela disse baixo.

—Ele disse isso antes de acabar com a minha vida. -respirei fundo puxando todo o ar que eu sentia estar faltando.