Capítulo 26 . Ela teria dito sim?

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Eu sorri. Ada acabava de se tornar minha criança preferida.

Eu me juntei a elas na mesa e me pus a analisar Suzana. Ela de fato era muito bonita, se olhasse muito poderia me distraí ao ponto de deixá-la sem jeito. Ela também tinha um certo abito de franzir os lábios, e parecia muito distraída a tudo que acontecia a nosso redor, seu olhar estava distante, como se estivesse perdida em pensamentos.

Tentei desviar o olhar dela, estava começando me questionar se esse almoço havia sido uma boa ideia, afinal ela não parecia muito à vontade. Eu iria gostar muito de ter uma boa conversa com ela, para que nos conhecêssemos melhor, mas não parecia ser isso que ela queria...

— Não esperava encontrá-lo aqui... — Meu coração deu um salto quando ouvi sua voz, quase não pude acreditar que ela estava tentando puxar assunto.

— Uma feliz coincidência.

— Sim. Uma feliz coincidência. — Ela me sorriu de forma doce.

— Então já decidiram o que vão pedir? a garçonete infelizmente interrompeu nossa conversa, e isso realmente me irritou.

— Você e Sarah iriam se encontrar aqui? Suzana perguntou assim que terminamos de fazer os pedidos e a garçonete se retirou.

Assenti.

— Mas ela deve ter achado qualquer outra coisa mais interessante do que eu.

— E então, tem se acostumado a cidade?

— Sim. Embora eu sinta saudades. — A afirmação saiu com mais melancolia que eu achei que seria possível.

Será se um dia eu conseguiria pensar no passado e em meus pais sem sentir uma tristeza, e pesar em meu coração?

— Mas todos tem me tratado tão bem, é como se estivesse em casa. — Continuei.

Ela elevou os lábios ao lado em um sorriso, e involuntariamente, eu me peguei fazendo o mesmo.

— Uma das vantagens de ser novo por aqui, aproveite não vai durar muito.

— Agora sei por que todos dizem que seu senso de humor é excepcional.

Suzana pareceu se impressionar com meu comentário, mas não falou nada a respeito.

— Aqui estar. Salada. — A garçonete começou a distribuí os pratos por Suzana, logo depois Ada e a mim. — Obrigada.

— Não a vi mais na faculdade. — Chamei a atenção dela.

Nem na casa de Sarah, nem na empresa, e eu realmente queria poder vê-la.

— Você a frequenta?

— Algumas vezes, para palestra.

— Hum. É um campos muito grande.

— Deve ser isso, talvez...

Você me reconheça já nos vimos à dois anos no congresso...

Não, não seria uma boa ideia falar, pelo menos não agora.

— Não, nada.

Ela piscou algumas vezes sem entender.

— Essa salada não parece nada boa. — Tentei mudar de assunto assim que vi a careta que ela fez ao comer a salada.

Suzana sorriu

— Isso interpretarei como um sim.

— Não é tão ruim assim.

ANTES DE PARTIROnde histórias criam vida. Descubra agora