Capítulo 69 Eu Lamento Muito.

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— Bom dia chefe. — Patrícia me cumprimentou de sua mesa — você tem visita.

— Logo tão cedo? — Estranhei.

— É o senhor Murilo, ele está esperando na sua sala.

Murilo? Questionei em pensamento. O que ele estava fazendo aqui?

— Ok, não nos deixe ser interrompidos. — Pedi abrindo a porta da sala para encontra-lo fitando minha prateleira de fotografia. — Murilo, que surpresa agradável. — Disse me aproximando.

— Eu digo o mesmo, Benjamin. — Murilo se voltou para mim com um pequeno sorriso.

Ela havia deixado o cabelo crescer, a barba também, e isso dava a ele um ar menos tenso, mas... Mas tranquilo, isso, era isso, Murilo parecia tranquilo.

— Brasília te fez bem, você está ótimo. — Falei gesticulando para minha mesa.

— Obrigada, eu estou gostando muito. A cidade é linda. — Ele disse sentando de frente para mim.

Assenti. Nunca tinha ido a Brasília mas imaginei que a capital devia sim ser bonita.

— Você deve ter achado estranho eu ter vido aqui. — Murilo soou, a voz estava gentil, mas carregada de vergonha, sim, era isso que estava ali, estampado em seu rosto.

— Eu, só não esperava, achei que você nunca mais viria a uma Levins.

Murilo olhou para mim e sorriu, mas sua expressão estava dura, acida.

— Hoje eu tive que está com meu pai, durante o café da manhã. — A boca dele torceu diante da sua frase, e eu imaginei que não tinha sido um encontro muito bom — imagine minha surpresa quando fiquei sabendo que ele é seu novo supervisor de equipe.

— Ah! — Minha boca se abriu surpresa.

— Ele tem perseguido você, não é?

Suspirei. Eu não me sentia a vontade falando sobre isso, mas nem de longe queria mentir.

— Ele acha injusto sermos da mesma equipe, e eu não ter sido demitido com você. — Comecei com cautela — tem barrado todos os meus projetos, e dificultado as coisas para mim... Acho que, que ele quer prejudicar as obras em que eu estou, desse modo quando for me demitir nem mesmo Davi, poderá impedir.

Eu já havia pensado sobre isso, o objetivo dele não era só me dá dor de cabeça, ele queria minha demissão, queria que fosse demitido como o filho dele.

Murilo suspirou com tristeza.

— Eu compreendo, mas não poderia imaginar que minhas ações irão te afetar, Benjamin, eu sinto profundamente.

Olhei para ele perplexo.

— Não é sua culpa, Murilo. — Afirmei. O único culpado ali era o pai dele.

Ele me encarou silenciosamente, pareci repassar tudo o que eu tinha dito em sua mente, comprovando se era ou não verdade.

— Vou concertar esse erro, Benjamin, não se preocupe, meu pai não vai lhe causar mais nenhum mal.

Eu suspirei. Queria dizer que ele não precisava fazer isso por mim, que eu poderia lidar com o pai dele, mas era um auto engano, então apenas agradeci.

— Obrigada, Murilo.

Murilo assentiu, levantou silenciosamente e deslizou até a porta. Nesse momento, até sua postura havia mudado, ele voltou a parecer o Murilo infeliz de antes.

— Murilo. — Chamei antes que ele fechasse a porta atras de si — eu lamento muito tudo o que aconteceu.

— Eu também. — Ele disse e então partiu.

Naquela mesma noite, enquanto esperávamos na sala de reunião o senhor Nascimento, que já estava muito atrasado, fomos notificados que ele tinha se demitido.

Estávamos sem supervisor agora.

Não ouve ninguém na equipe que não estivesse chocado com a notícia, mas eu dividia não só o choque, como a alegria, e satisfação por finalmente aquilo ter chegado ao fim.

🔸

- Oi, eu já estava para ligar pra você, acabei de sair da empresa, vou passar em casa me arrumar e ir para a sua. – Falei ao atender o telefone.

- Eu sinto cansaço até em sua voz, Benjamin. — Suzana brincou.

Sorri, abrindo a porta do carro.

- Como estão as coisas aí? — perguntei com curiosidade.

Seu pai Marcus, e sua irmã Alicia iria jantar em sua casa com todos os Levins de uma vez, para se conhecerem melhor.

Havia sido ideia da mãe de Suzana, e é claro que isso a tinha deixado feliz, mas também muito nervosa.

- Muito bem. Todos estão sendo tão agradáveis um com o outro, só falta você é claro.

- Não vou demorar, prometo.

Suzana suspirou.

- Te vejo em alguns minutos então. Eu te amo. – Ela murmurou suavemente a afirmação que sempre aquecia meu coração.

- E eu te amo em poção dobrada. — Afirmei também — Até daqui a pouco. 

ANTES DE PARTIROnde histórias criam vida. Descubra agora