Capítulo 75 Antes de Partir.

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Abri os olhos, sentindo a claridade do ambiente, e a medida que conseguia me ajustar a ela, notei que estava em uma sala, na sala de casa. 

Que estranho. Pensei. Eu lembrava de tudo, do acidente, de ter fechado os olhos, e do branco que me atingiu, mas agora eu estava ali na sala da casa do tio Elias, não fazia sentindo, a menos que tivesse tido um sonho. Divaguei levantando do sofá e estranhando o ambiente. 

Aquela não era a sala da casa do tio Elias, aquela era... Era minha casa. Constatei absorto, a sala da minha casa em Mauá, do jeitinho que eu me lembrava, o sofá branco, a poltrona preta, a mesinha de centro, e as fotos da família em algumas prateleiras. 

Meu coração acelerou, quando eu ouvi uma voz familiar, cantando uma musica familiar vindo da cozinha. E inevitavelmente minhas pernas, mesmo tremulas criaram vida, e eu segui o som, assim que cheguei na cozinha, eu a vi, de costa, cortando alguma coisa na bancada. Os cabelos lisos e amarelos, brilhavam com a luz do sol da tarde os tocando, e sua voz, era como a voz de um anjo, ela parecia um. 

— Mamãe? — Sussurrei com emoção. 

— Sim, querido. — Ela virou no mesmo instante para me fitar.

— Mãe, você está aqui. — Eu me aproximei e a abracei com força — você está aqui. 

Ela sorriu um pouco.

— Onde mais eu estaria, Benjamin? — ela perguntou correspondendo o abraço.

Engoli um seco. Eu não gostava de falar, não gostava de lembrar, não queria. 

— Keila, você não vai acreditar, consegui encontrar tudo o que tinha na sua lista. — A voz do meu pai soou atrás de mim. 

Quando me virei para olhá-lo, ele estava lá, segurando sacolas, e nos fitando com curiosidade. O mesmo olhar curioso de sempre. 

— Pai... — Corri para abraçá-lo também. 

— AH, oi filho. — Ele disse meio sem jeito, estranhando meu comportamento — o que ouve com ele?

Mamãe suspirou. 

— Acho que teve um pesadelo. —  Murmurou. 

— Entendi. — Ele disse quando o soltei. E imediatamente, um estalo soou em minha mente, se eles estavam aqui, então...

— Eu tenho que ir na casa da Sandra. — Avisei pegando a chave da mão do meu pai. 

— Volte a tempo para o jantar. — Mamãe gritou para que eu ouvisse, enquanto eu corria para a garagem. 

O caminho até a casa de Sandra, foi marcado por ansiedade, minhas mãos estavam tremulas, e suadas, eu temia que as coisas lá não estivessem como eu esperava, mas torci muito para que estivesse, tossi muito para que ele estive lá. 

ANTES DE PARTIROnde histórias criam vida. Descubra agora