— Ben... Você vai conhecer minha mãe, ela está vindo para casa. — Suzana explicou com receio, então eu não sabia dizer se era algo bom ou ruim, deveria ser bom, não deveria?
— E isso é uma boa notícia? — questionei com cautela.
Suzana desviou o olhar antes de responder.
— Eu já devia ter contado para você... É só que eu fui adiando, porque esse tipo de coisa não acontece na vida real...
Ela fechou os olhos tentando não chorar, e aquilo quase acabou comigo.
— Não deveria.
— Suzana... — Segurei sua mão muito preocupado — abra os olhos Suzana. — Pedi, quando ela o fez, perguntei: — O que está perturbando você?
Então ela começou chorar, sem explicação nenhuma. Embora estive preocupado demais, tentei ser paciente e esperar até que ela estivesse pronta, enxugando cada lagrima que dançava em seu rosto.
— Você precisa saber... — Suzana disse com dificuldade — que... Que eu não sou uma Levins.
Meus olhos se abriram surpreso... Não tinha imaginado isso em nenhum dos quadros.
— Então você é adotada?
Ela negou com a cabeça.
— Eu não sou filha do Edward Levins... — Explicou.
— Então sua mãe... — Parei de falar, não tive coragem de concluir.
Suzana assentiu.
— Uma vez você me perguntou se eu voltaria a Londres e eu disse que não... Só que não falei o motivo ao certo...
🔅🔅🔅
Suzana. 15 anos, Londres.
Eu fitei eu reflexo no espelho, refletindo como o cabelo cacheado me deixava diferente, pelo menos diferente do que eu o deixava, já que eu geralmente usava eles lisos, costumava ser bem frustrantes me ver com o cabelo natural, mas não fazia sentindo usar chapinha, já que eu iria a festa de aniversario do namorado da Alisson na piscina, de qualquer forma eu iria molha-los mesmo.
Suspirei.
Minha vida seria bem mais fácil se tivesse nascido com os cabelos lisos como do meus pais, ou dos meninos, mas mamãe costumava dizer que eu tinha herdado os cachos do pai dela, o avô que eu não conheci, já que morreu quando minha mãe era criança, mamãe sempre falava que eu lembrava muito ele, e por isso ela nunca tinha deixado eu alisa-lo definitivamente, se pudesse, já o teria feito.
– Querida... – Mamãe entrou no quarto depois de algumas batidas.
– Oi mamãe, bom dia. – Disse me obrigando a sair do meu transi, e me concentrando em colocar a lente de contato.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ANTES DE PARTIR
RomansaLivro 02 de Quando Alguém que você ama morre. "Você já conhece essa história, mas não com esses detalhes" ~~ Romance Evangélico. Benjamin Marinho Quessy, tinha muitos arrependimentos na vida... Como no dia em que não obedeceu a mãe e acabou caindo...