Capítulo 78 Em Casa.

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Os dias seguiram seu curso normal, eu já estava me acostumando a rotina do hospital

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Os dias seguiram seu curso normal, eu já estava me acostumando a rotina do hospital. Fazer exames um dia sim, um dia não, as constantes visitas dos médicos, os constantes cuidados da minha família.

No horário de visita o quarto sempre se enchia, a maioria das vezes era extremamente cansativo ter que dá atenção para todos, mas eu não reclamava, eles faziam isso porque me amavam.

Suzana era a que mais se mantinha presente, mas ela tinha o bônus de ser sobrinha do Lúcios, então o tratamento que recebia do hospital era diferenciado, era a visita dela que eu mais gostava também, a maioria das vezes nem conversávamos muito, ela costumava ler para mim nossas passagens preferida da bíblia, já que concentrar minha visão em letras fazia minha cabeça doer, algumas outras vezes ela dormia na cama do acompanhante, cansada demais para interagir, mas não abrindo mão de está por perto.

A verdade é que eu estava muito preocupando com Suzana, pensei que com o tempo passando, e com minha evidente melhora, ela também melhoraria, mas isso não estava acontecendo, ela não havia conseguido recuperar seu peso, não se alimentava e nem dormia direito, tentando conciliar a faculdade comigo, e o ar de preocupação não havia desaparecido por completo dela, o que só contribuía para seu abatimento.

— Benjamin... Benjamin... — A enfermeira me puxou dos meus pensamentos.

— Ah, eu sinto muito. — Falei voltando a atenção para ela, nem tinha notado sua presença no quarto — estava perdido em pensamentos. — Me expliquei.

A enfermeira sorriu, e se aproximou.

— É mesmo? No que pensava? Parecia muito distraído.

— Minha noiva. — Respondi sem titubear.

O sorriso em seu rosto vacilou, mas só um pouco.

— Eu vim ver se precisa de alguma coisa.

Antes que eu pudesse responder que não, Suzana entrou no quarto.

- Ben...

- Você demorou – disse com um sorriso, satisfeito por ela está ali.

- O culto terminou um pouco tarde. E eu passei em um lugar depois. – Ela se explicou, colocando a bolsa na mesa ao lado da cama, e depois fitou a enfermeira que ainda se mantinha ali. - Interrompi alguma coisa? - perguntei em um tom inocente.

- Não, ela só estava fazendo a visita rotineira — Respondi - inclusive eu estava para ir para o banho, me espera?

Suzana assentiu.

- Você precisa de ajuda? – A enfermeira perguntou, e eu tive que sorrir, com o olhar que Suzana destinou a mim.

- Não, estou bem. – Falei. Já conseguia fazer muitas coisas sozinho, banhar felizmente era uma delas.

Eu segui para o banheiro, quando retornei, alguns minutos depois, a enfermeira já tinha ido. E Suzana estava sentada, no sofá.

- Você poderia mudar de enfermeira – ela disparou de uma vez, chateada.

- Não a motivo aparente para isso, eu terei alta amanhã. — Disse sorrindo, sentando ao lado dela.

- Mas ela está interessada em você!

- Mas eu estou interessado em outra, inclusive estou até noivo dela – sorri para ela tentando mudar de assunto - e a amo muito.

Suzana rodou o anel em meu dedo, pensativa.

- Talvez devêssemos colocar uma em seu nariz, assim não teriam desculpas por não vê-lo. - Sugeriu chateada.

Suspirei cansado. Não queria que brigássemos por uma pessoa que eu nem sabia o nome.

- Então, qual a surpresa? – tentei outra vez mudar de assunto. Fazendo menção ao fato de que ela tinha ligado hoje pela manhã, falando que tinha algo para mim.

- Eu acabei esquecendo. – Suzana respondeu, levantando do sofá, pegando sua bolsa e retornando. - Eu pedi que o chefe Vicent preparasse especialmente para você.

- Como você conseguiu entrar com comida aqui? – perguntei sorrindo.

- É contrabandeada, então tem que comer logo. – Ela brincou, tirando os talheres da bolsa, junto com a embalagem do Moreal.

Eu levantei, e arrastei uma pequena mesinha até nós.

- O cheiro está idêntico ao que eu costumava comer no restaurante em Mauá. E o gosto também. – Disse depois de provar.

- É porque foi o mesmo chefe que fez.

- Veio de Mauá?

Suzana negou com a cabeça.

- Vincent está dando treinamento para os chefes dos restaurantes daqui, então eu lembrei que uma vez você me disse que sua comida preferida era esse caldo cremoso, mas não qualquer um, só o que sua mãe e o Vicent preparavam porque o gosto era idêntico, então quando eu soube que ele estava aqui pedi que preparasse e aí está. – Ela explicou. - Você gostou da surpresa?

Como poderia não gostar, se ela tinha feito tudo isso por mim. Pensei sorrindo.

- Eu adorei... – Respondi – Tem gosto de casa.

🔸

Recebi alta no dia seguinte, e podia afirmar com toda a convicção do mundo que está em casa estava fazendo eu me recuperar mais rápido. Eu ainda tinha que ir duas vezes na semana ao hospital, para consulta de rotina, mas fora isso, tudo estava voltando ao normal, já tinha até tirado a bota ortopédica, e para minha felicidade até Suzana começou a voltar a sua normalidade, embora a proximidade da data do casamento a estivesse deixando nervosa. Nós decidimos que não iriamos adiar o casamento, então ela tentava ao máximo dá atenção aos preparativos, e a mim. Agora que tinha ficado de férias da faculdade, isso tornava as coisas mais fáceis. 

— Querido, seu amigo, Henrique acaba de chegar. — Tia Debora falou entrando no quarto.

— Já estou descendo tia. — Avisei, levantando da cama.

Segui pelos corredores, entrei na sala e encontrei Henrique sentado a minha espera. Ele tinha vindo com a esposa a Santos, visitar uns parentes, e me ligara para marcar uma visitar.

— Como você está Benjamin? — ele perguntou depois de um abraço.

— Muito melhor desde a ultima vez, não está no hospital me devolve os ânimos.

Henrique sorriu quando voltamos a nos sentar no sofá.

— Você parece bem mesmo. — Disse depois de uma analise — está até com mais cor.

— Que bom, o casamento está chegando, quero está em minha melhor forma. — Afirmei — e sua esposa? Achei que viria com você.

— Eu acabei de deixá-la com a irmã, estava ansiosa para contar a novidade. — Henrique respondeu com um sorriso.

— Que novidades? — questionei curioso.

— Eu vou ser pai, Benjamin, eu vou ser pai!

Meus olhos se abriram surpresos.

— Meu Deus, Henrique, que boa notícia meu amigo!

Estamos tão pertinho do final

ANTES DE PARTIROnde histórias criam vida. Descubra agora