Capítulo 19_Apocalipse II

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     — ...e foi assim que eu, Kia e as outras salvamos o mundo do apocalipse do desastre!!! — Edie levantou os braços entusiasmada.

     — ...tirando a parte dos zumbis e tal... — Kia falou revirando os olhos — ...e que um quase comeu o seu miolo.

     — UaU! — Um anjo mais ou menos da idade delas, sentado na grama, exclamou boquiaberto.

     — Hehe... — Edie sorriu nervosa colocando os braços atrás da cabeça.

     — Que história épica, obrigada por nós contar Edie! — Uma demônio, também da idade delas, falou de joelhos na grama e batendo palmas junto ao anjo.

     Edie fez uma reverência exagerada para a plateia de apenas dois espectadores, que inclusive eram da sala delas na escola:

     — Bem... precisamos ir agora... o que me diz Kia? — Ela fingiu olhar as horas num relógio de pulso imaginário.

     — Está em cima da hora, afinal você adicionou vários pontos na história...

    — Ah Kiazinha, você é tão modestia!

    — É modesta...

    — Você me corrige tanto que um dia vou virar uma gênia!

    Edie ajudou Kia a se levantar da grama, as duas deram tchau aos espectadores e cruzaram o campo das flores juntas, agora que o perigo tinha passado elas podiam visitar o lugar novamente.

     Três dias haviam se passado desde o ocorrido na vila, tudo tinha se normalizado e as coisas estavam tranquilas e bonitas, até mais que antes. Desde que tinham retornado do inferno vivas, a escola inteira ficara interessada na aventura de Edie, Kia, Lirahy e Moly na floresta e no submundo. Agora Edie era a mais nova contadora de histórias do lugar e o campo das flores ficava cheio de anjos e demônios, grandes e pequenos, que queriam ouvir os acontecimentos inacreditáveis. Todos ficavam fascinados e até abismados... alguns nem acreditavam no que ouviam.

     A montanha tinha sido reconstruída e renovada contra terremotos, a casa de Edie e Kia estavam acessíveis novamente e a escola dali a poucos dias estaria pronta para receber os alunos, para a alegria de Kia e Lirahy e tédio de Edie e Moly. Os livros de história ao que tudo indicava, seriam atualizados e renovados. O feriado preferido de Edie, o Festival das Flores, tinha recebido uma nova data, agora seria comemorado dias depois do salvamento do vilarejo, a própria Tkal tinha feito questão de mudar, afinal, todos estavam cansados demais para festejar seja lá o que...

     Naquele dia Edie e Kia estavam indo encontrar Lirahy e Moly no pomar de maçãs para dar um oi, depois fariam uma visitinha a Tkal e Valt para saber como estavam. Edie havia prometido que os visitaria assim que estivessem recuperados, não apenas isso, como Tkal havia dito que queria vê-las também. Isso a deixara tensa, pois não fazia ideia sobre o que a anjo queria com ela e Kia.

     As duas cruzaram o campo felizes, era uma manhã agradável e o sol brilhava no céu azul, com algumas nuvens brancas fazendo sombras e contrastando contra a grama verde, repleta de flores vivas e aromáticas. O vento soprava fresco levando as folhas consigo, pássaros cantavam enlouquecidos e os coelhos pulavam alegres para todos os lados. Era o quadragésimo melhor dia da vida de Edie, e o melhor, era que Kia à acompanhava quase sempre ao campo agora. A amizade das duas nunca tinha estado tão forte desde o incidente com o inferno.

     Chegando ao pomar das maçãs, as duas logo avistaram Lirahy e Moly perto das macieiras mais carregadas, cestos cheios estavam espalhados pela estradinha de terra:

     — Como vão GAROTAS!!! — Edie acenou com um grande sorriso no rosto ao se aproximarem.

     Lirahy se virou e acenou retribuindo o sorriso, ela se voltou para a árvore:

     — Isso Moly! Joga mais depois! A Edie e a Kia estão aqui — Lirahy gritou para a anjo de debaixo da macieira.

     Várias maçãs maduras caíram e rolaram pela terra:

     — Bom dia! Como estão? — Lirahy se virou novamente com a chegada das duas. — UI! — Uma maçã acertou a cabeça dela em cheio, a demônio esfregou a testa fazendo uma careta.

     — Haha... vejo que estão muito ocupadas em, olha quantas maçãs! Vocês vão acabar com todas as árvores! — Edie espiou dentro dos cestos, uma quantidade absurda de maçãs transbordava de dentro deles.

     — Sim! Minha irmã tem muitas tortas para fazer, incluindo para o Festival, e para os líderes e para...muita, muita gente...

     — Claro, eu com certeza super apoio o trabalho da sua irmã! — Edie fez questão de mencionar babando.

     — Deve dar trabalho fazer tantas assim... — Kia falou também espiando dentro dos diversos cestos.

     — Nem tanto, eu e Moly vamos ajudá-la...

    — AAAAAAAAAAAAAAH!!! ME SEGURA LIRAHY ME SEGURA!!! ME SEGURA!!! — Um grito esganiçado veio de cima da árvore, logo em seguida Moly caiu com tudo no chão.

     — AH! Moly! Me desculpe!!! — Lirahy correu para acolher a amiga.

     — Ainda vou me aposentar, por que eu ainda faço isso... você que devia subir ah... ah... — Moly resmungou caída no chão — ... oi Edie, oi Kia... são vocês né?  perguntou zonza.

     — Tome mais cuidado Moly, você sobreviveu ao apocalipse não vá morrer em quedas de macieira... — Edie ajustou os óculos sorrindo para a anjo ao chão.

     — Se essa sonsa me segurasse...

    — Ah Moly, você tem que me avisar quando vai descer ta-também...

    — Sim, dá próxima vez vou trazer uma corneta junto — soltou sarcástica.

     — ...  Lirahy apenas sorriu achando graça.

     — Estamos indo visitar a Tkal e o Valt, querem vir com a gente? — Edie convidou.

     — Desculpe Edie... fica para depois, eu e Moly precisamos levar as maçãs para minha casa e depois ajudar minha irmã, mas vamos visitá-los em breve, minha irmã prometeu levar mais tortas para eles pessoalmente!

     — Fechado então! É... vê se chama a gente em... — Edie deu uma piscadela para Lirahy.

    — Pode deixar! Com certeza vou chamá-las.

     — Vamos Edie... — Kia a apressou.

     — Certo anjona! Tchau galera! — Edie e Kia se afastaram pela estradinha acenando com as mãos.

     — AH, EDIE!!! — Lirahy e Moly gritaram juntas.

     — ? — A demônio se virou.

     — Melhoras para seu chifre! — as duas disseram sorrindo.

     — Melhoras para seu chifre! — as duas disseram sorrindo

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