Capítulo 12_Demônios e... Demônios...

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     As meninas foram arrastadas com violência por um corredor largo que mal tiveram chance de analisar, pois rapidamente foram levadas a dois longos lances de escadas que desciam até as profundezas escuras daquele lugar. Todas estavam apavoradas demais para perceberem o local onde se encontravam e o que seria feito delas. Edie lutou por todo o percurso a ponto de ser arrastada pelo chão por metade do caminho, tanto que seu braço latejava e provavelmente estava inchado por causa do aperto cruel e forte do guarda.

     Ao final da escada passaram por outro longo corredor, dessa vez de pedra, iluminado por tochas e cheio de portas que pareciam celas de prisão cobrindo os dois lados das paredes. As portas eram de um metal frio e sujo com apenas uma janelinha com grades onde era possível ver o interior das celas. O lugar era úmido, escuro na maior parte, sujo de poeira e cheio de rachaduras pelas paredes.

     Finalmente eles pararam de frente para uma cela, o guarda número um abriu a porta rapidamente e com um empurrão de pé, jogou Edie e Moly com brutalidade para dentro. Ambas caíram no chão de mal jeito, logo em seguida vieram Kia e Lirahy. O guarda número dois fechou a porta com um estrondo que fez o chão tremer. Não ouviram o barulho de chaves fechando a cela, a porta simplesmente se fechou com um ''clik'', além de que ela não possuía maçaneta alguma em sua superfície:

     — Como essas pirralhas tiveram acesso à muralha?! — um deles perguntou surpreso do outro lado, a conversa dos dois saiu abafada pelas brechas da janela na porta.

     — Deixe-as aê! Esse lugar vai estar lotado depois de qualquer jeito.

     — Sintam-se lisonjeadas! Vocês foram as primeiras a se "hospedarem"!

     As risadas dos dois foram se afastando pelo corredor até cessarem por completo.

     Edie se levantou e correu até a porta, tentou forçá-la... sem chances. Analisou a cela freneticamente, não tinham janelas em mais nenhum lugar. Alguns raios de luz produzidos pelas tochas passavam pela abertura minúscula na porta, não tinha nada que pudessem usar para sair dali, só havia as quatro paredes escuras e... pedras.

     Durante o que pareceram horas, Edie percorreu a cela tentando pensar em alguma coisa e analisando cada perímetro. Lirahy se sentou encostando as costas na parede, ela se encolheu ali segurando os joelhos com os braços triste e cabisbaixa, Moly estava ao lado dela também sentada, cochilava com a cabeça encostada no ombro da demônio, naquele momento ela roncava baixo. Kia encontrará uma pedra pequena solta no chão e escrevia na parede com ela números que pareciam ser o tempo em que estavam lá dentro.

     E assim elas ficaram. Tudo era silêncio, ninguém mais tinha descido até ali em baixo, Edie enfim desabou no chão cansada:

     — Estamos há horas aqui! Deve ter um jeito de sair, não é POSSÍVEL!!!

     — Horas não, cinco minutos. — Kia apontou para anotação confusa na parede.

     — Encare a realidade Edie... — Moly bocejou. — ... vamos ficar aqui para todo o sempre, sugiro decidir quem vai ficar com cada canto da cela...

     — ARGGGGGGGGG! — Edie grunhiu amargurada.

     — Não podemos ficar aqui, não podemos! Minha irmã... ela está lá na vila, será que eles vão... — Lirahy segurou a frase, se continuasse iria acabar chorando e aquilo não ajudava.

     — Você está certa! Vamos sair daqui!... Algum.... dia......

     — Clara, claro, me acorde quando isso acontecer... — Moly voltou a encostar-se à parede fechando os olhos.

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