As meninas chegaram à abertura que dava para a caverna, o lugar era estranhamente silencioso e quieto. Edie olhou ali dentro, parte da luz entrava pela abertura e se perdia no fundo. O garoto tinha entrado e algumas pegadas no chão de terra deixavam tudo mais evidente:
— Ok, vamos pensar, aqueles demônios conhecem a criatura e foram eles que soltaram a coisa na vila, mas... por quê???
— Eles estavam entediados... — Moly cogitou.
— Não — Kia negou com um gesto de cabeça.
— Ah Edie, isso é muito estranho para entender... — Lirahy murmurou.
— Hm... o que tudo isso tem haver com o sumiço da Tkal? E o Welty continua sumido também...., bem, vamos entrar!
Edie e Kia se aproximaram da entrada, Lirahy ficou imóvel gaguejando algo que nenhuma delas conseguiu ouvir, mas que provavelmente se tratava de elas não entrarem:
— Vem tonta! — Moly a agarrou pelo braço e a puxou consigo para dentro.
O lugar era espaçoso e pedregoso, luz provinha de algumas fendas sobre o teto, ainda assim o ambiente era um tanto escuro e abafado. Edie tapou o nariz, o cheiro daquele lugar era insuportavelmente forte, pior que dos miolos das maçãs que comia e largava debaixo da cama:
— Arg! Esse cheiro é... — Edie tentou adivinhar do que podia ser.
— Parece sangue, é bom...
— Ãh... Moly? — Lirahy a encarou desconfortável.
— Eu ia dizer merda de murcegus...
— Morcegos... — corrigiu Kia — ...e sangue.
— Ele deve ter corrido aqui pra dentro e se escondido.... tem alguma coisa estranha rolando aqui! — Edie continuou adentrando a caverna seguida das outras.
— Espero que não sejamos atacadas por morcegos gigantes. — Moly encarou o teto.
— Tem luz o suficiente para não ter morcegos aqui, provavelmente eles só aparecem de noite — Kia explicou indiferente.
— Que chão nojento! — Edie pisou em alguma coisa melequenta e escorregadia. — Vejam isso... — Ela apontou para o chão, uma mancha preta e fresca se estendia por ele continuando em direção ao fundo da caverna.
— Alguém se voluntária para passar o dedo aí e lamber isso?
— Ai, que coisa nojenta Edie, quem faria isso?! — Lirahy contraiu o rosto enojada.
— É sangue... — Moly limpou o indicador na roupa.
— ... nã-não a-acredito que fez isso, é perturbador! — Macabro era a palavra certa, Lirahy estremeceu quando a viu lamber os lábios.
— O quê? O sangue ou a caverna? — Moly olhou para a enorme mancha no chão como se fosse apenas sopa derramada.
— ...você!
— Será que eu acertei o cabeçudo tão forte assim?
— Não se culpe Moly... foi bem feito! — Edie continuou andando sem se abalar totalmente com aquela cena.
— Não é dele. — Kia deu de ombros e continuou andado.
— Como você sabe? — Lirahy perguntou estática e tensa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Belo Jardim
Fantasy''- Edie e Kia, duas amigas inseparáveis, habitam um mundo onde Anjos e Demônios passaram a conviver juntos. A vida não poderia ser mais pacífica até que as duas se veem diante de um terrível problema...o dever de casa. Por que as duas raças con...