Trechinho Bônus V_Maçããããããããããããããããããããããããããããããs..._

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    — Não acredito que estamos fazendo tortas sozinhas, é um sonho?! — Moly pegou uma maçã de cima da mesa e a mordeu. — Posso beliscar sempre que der!

     — Vai com calma Moly, se não vai acabar comendo todos os ingredientes! Já está na quarta maçã. — Lirahy puxou o cesto de maçãs para o outro lado da mesa longe do alcance da anjo.

     As duas estavam na casa de Lirahy, Árabel havia saído para resolver algumas questões relativas a seu trabalho. Para ajudar a irmã enquanto ela estivesse fora Lirahy iria começar a fazer as tortas, coisa que já havia aprendido a fazer muito bem. Moly estava apenas de passagem, as duas sempre estudavam e brincavam juntas quando possível, mas ao ver as coisas relativas a comida sobre a mesa, tinha resolvido ficar e "ajudar".

     As duas vestiam aventais de tecido branco grandes demais para o tamanho delas e cheio de babados:

     — Estou morta de fome! — Moly resmungou.

     — Você sempre está morta de fome... — Lirahy deu uma risadinha. — Se terminarmos rápido talvez você possa comer alguma coisa... agora por gentileza, misture a massa. — Lirahy colocou uma tigela de vidro na frente dela.

     — Tá certo!

     — ...não! Não coloque as mãos aí dentro, use uma colher!  

     — Por quê? Assim é muito mais prático... — Moly lambeu os dedos sujos de massa.

     — Arg... limpe as mãos, não! Na toalha da mesa não! Na bacia!

     — Ai, que chata! — Moly protestou, mas obedeceu.

     Lirahy suspirou paciente, Moly era estabanada quando queria. Ela já havia derrubado alguns ovos no chão e misturado o açúcar na manteiga para comer, coisa que Lirahy tinha achado nojento.

    A demônio pegou uma faca afiada de cima do balcão da cozinha e espalhou quatro a cinco maçãs já limpas sobre a mesa de madeira, começou a fatiá-las cuidadosamente. Sua irmã Árabel, sabia cortar tudo tão rápido que ela se surpreendia com a facilidade que a mesma tinha em não se cortar. Ela ainda não tinha coragem de cortar as frutas tão rápido assim, odiava machucados, porém ainda pretendia ser tão habilidosa quanto à irmã um dia. Moly retornou minutos depois, enxugando as mãos na barra do vestido e segurando uma colher de pau.

     Ela voltou a ficar de joelhos sobre uma cadeira e mexeu a massa descuidadamente espirrando líquido para todos os lados inclusive na cara de Lirahy:

     — Tenha cuidado... — Lirahy limpou o rosto com as costas das mãos. — Não se esqueça que essa é a torta da Edie e da Kia...

     — Hm... acho que precisa de mais farinha... olha como essa coisa tá mole... — Moly falou já arrastando um grande saco de farinha em cima da mesa até ela.

     — Tudo bem, mas coloque pouc...

     Moly tentou virar o saco devagar sobre a tigela, mas acabou fazendo toda a farinha desabar ali dentro. Desleixada, ela tentou tirar o saco de cima da tigela, mas acabou espalhando farinha na mesa. O pó subiu no ar sujando os rostos e cabelos dela e de Lirahy:

     — COF!COF! — As duas tossiram violentamente assim que aspiraram o pó que tinha vindo para cima delas sem dó.

     Aquilo fez com que Lirahy perdesse o controle sobre a faca em suas mãos:

     — AH! Cortei o dedo!!! — Ela largou a faca em cima da mesa e abanou a mão fazendo careta.

     — Sério??? Deixa eu ver! — Moly segurou a mão de Lirahy e analisou o dedo, o corte era grande e feio.

     — Ai Moly, pare de fazer bagunça! — Lirahy murmurou cabisbaixa, se arrependendo de ter deixado que ela ajudasse e tentando ao máximo não olhar o machucado temendo desmaiar.

    — ...

    — Pode soltar minha mão agora...

    — ...

    — Mo-Moly o-oque vo-você va... — Antes que Lirahy pudesse se afastar, Moly colocou o dedo dela dentro da boca e lambeu a ferida......

     Lirahy a olhou chocada:

     — ARG! Moly! Nã-Não faz i-issoooo! — A demônio fechou os olhos e abanou a mão livre nervosamente, quase tendo um treco e caindo para trás.

     Finalmente Moly soltou o dedo dela:

     — Sempre quis saber qual era o gosto de vocês demônios... — Moly murmurou tranquilamente.

     Lirahy se afastou pouco à vontade com o que tinha acabado de acontecer:

     — ..a... a....

     — O que foi? Que cara esquisita é essa?? O corte nem foi tããão graaande assim sua tonta...

     — Você é tão... tão....

     — Faminta? Gulosa?

     — Não!

     — Haha, sua cara é hilária! ... e branca! — Moly deu risada estridente, apontando para o rosto cheio de farinha da demônio de modo zombeteiro.

     — Deixa para lá..., olha a bagunça que você fez! A massa vai ficar dura feito uma pedra! — Lirahy olhou para a mesa ainda assustada com que o tinha acabado de acontecer.

     — É só uma farinhazinha... — Moly tentou tirar a colher de pau de dentro da massa ao falar, mas ela estava fortemente grudada ali dentro. — ...é só jogar água não? ...ou uma manteiga... — Piscou inocente e com um olhar angelical como se dizendo "não tenho culpa de nada, sou uma anjinha normal...".

     — Sim, mas deixe que eu faço isso! Limpe a mesa... — Lirahy correu até a cozinha para limpar o dedo machucado e cheio de baba, além do rosto branco de farinha.

     Moly observou a faca na mesa, ela a pegou e passou a mão sobre a lâmina suja de sangue, aquela seria uma longa tarde...

     Moly observou a faca na mesa, ela a pegou e passou a mão sobre a lâmina suja de sangue, aquela seria uma longa tarde

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