Capítulo 15_Persuasão vs Poder III

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     As quatro garotas, Welty e Maick, se abrigaram dentro da muralha numa área mais afastada da criatura. Eles estavam em um dos corredores que correspondia aos fundos da muralha.

     Edie reconheceu o corredor, elas tinham passado por ali quando estavam disfarçadas, a única diferença agora era que o lugar estava uma bagunça, com vasos quebrados e paredes rachadas. Eles entraram no hall de entrada onde antes tinham perseguido Maick e onde uma porta de metal continuava fechada, na correria de persegui-lo nenhum delas se lembrava de tê-la visto:

     — Tenho que achar um jeito de sairmos daqui... por acaso vocês sabem de algo sobre a Tkal?

     — Não sabemos onde ela está, mas aquele maluco sabe! — Edie falou apressada.

     — Quem???

     — Um demônio alto usando botas, cabelos pretos, olhos vermelhos, um senso de humor pervertido... — Moly parou de falar quando o anjo de pupilas douradas a olhou espantado.

     — Não saiam dessa sala até eu voltar entenderam?

     — Mas o senhor... — Lirahy começou a dizer.

     Edie deu um passo à frente:

     — Desculpe Sr. Welty, mas... você tá péssimo, seu rosto está meio pálido, tem certeza de que tá  bem?

     — Eu vou ficar bem, quando sairmos daqui! — Welty deu um sorriso fraco e doloroso para as quatro antes de se virar para sair da sala, tinha feito um esforço tremendo desde que chegara até ali.

     Elas ficaram observando o anjo se afastar e cruzar a porta, até que ouviram um barulho surdo vindo dela, as quatro correram para olhar:

     — Ele desmaiou! — Lirahy tapou a boca com as mãos quando viu o corpo de Welty estirado de bruços igual um peso morto no chão.

     — Jura Lirahy? Tem certeza que ele não se deitou para descansar?

     — Eu falei que ele tava mal! — Edie percebeu que um pouco de sangue começou a surgir das faixas que cobriam parte de seu cabelo.

     — ...ele pode... — Kia murmurou.

     — ...morrer se não acharmos Tkal! — Edie completou de um modo dramático.

     — Isso se ele já não estiver! — Moly o cutucou com o pé.

     — Não faça isso... — Lirahy recuou perturbada com o sangue.

     — Está respirando... eu acho... vamos pensar o que fazer agora... — Edie se virou para trás e encarou o garoto que as tinha atacado várias vezes.

     O demônio estava encostado num canto da parede de mármore, um pé estava apoiado sobre a mesma, coçava a orelha grossa com um dos dedos e assobiava baixo parecendo despreocupado:

    — A começar por um tremendo pirralho chato... — Edie se aproximou de Maick, as mãos na cintura e encarando-o com indignação.

     Ele recuou um pouco para o lado quando elas se aproximaram, tinha a cabeça e a perna enfaixadas por pedaços de pano, mas apesar dos machucados, o garoto ainda mantinha um ar agressivo:

     — Parado aê seu babacão! — Edie se aproximou junto às outras o encurralando num canto da parede.

     — Sai de perto, sua otária! — ralhou cerrando os dentes e erguendo a imensa mão tentando afastá-las.

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