Capítulo 2: Uma Falsa Paz

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Amberly

Não temos tido noticias de Campbell e os purificadores além dos ataques em Atlanta nos últimos três meses. Andrew não tem falado muito sobre isso, o que me preocupa bastante, seus segredos estão sendo escondidos como uma criança quando rouba algo.

Eu não tenho perguntado muito também. Às vezes penso que meu mau humor constante o irrita, por isso usa a desculpa que está sempre ocupado, então a solidão e a Mei têm sido meus melhores amigos. Consegui terminar um livro inteiro sobre gravidez que Janet me trouxe de uma biblioteca local, no qual eu me dediquei muito. Não sou muito de ler, larguei a escola aos quatorze pra fugir com o Zayne, talvez isso explique minha letra horrivelmente aterrorizante, então eu leio muito devagar, sempre prestando atenção à palavras diferentes.

Não saí muito do quarto pelos últimos meses. Meu pai não estava aqui, o que era preocupante e aliviante, mas eu sinto que algo não está certo nisso. Andrew soltou um monte de palavras sem sentido, dizendo que Trent, meu pai, saiu com Roderick para uma conversa, porém ele nunca mais voltou. As pessoas estão tensas, angustiadas, sem o grande líder. Andrew têm dado tudo de si para ser igual a ele, mas ele sabe que não consegue. Trent é rabugento demais para ele, não queria que meu irmão se tornasse uma cópia dele, mas não consigo fazer nada. Sempre que tento conversar com ele, algo me irrita e acabo soltando um monte. Talvez a solidão seja melhor para ambos.

Nesse exato momento eu estava sentada com as pernas esticadas em cima da cama. Tombava minha cabeça na cabeceira da cama enquanto mil coisas se passavam em minha mente. Mei também me fazia companhia do jeito quieto dela, não contaram-na ainda sobre seus pais, isso tem deixado-a animada ao meu lado. Descobri que ela não estava sozinha conosco, haviam seus primos, já maiores de idade, tomando conta dela. Abigail, ou Abby como ela prefere, deve ser um pouco mais velha do que eu, bem mais bonita do que eu; e seu irmão Tiberias, ou Tim, um cara alto como meu irmão, porém um pouco maior, olhos mais puxados do que os de Abby e cabelos mais bem arrumados.

─ Olhe, Amby ─ sempre que ela me chama por esse apelido, meu coração fica apertado independente de quantas vezes eu ouça-o. Sempre vou me lembrar de meu tio Christopher e minha tia Kathryn, ambos se foram cedo demais deixando uma pirralha sem controle do que faz. ─ Eu fiz um desenho de mim, você, do Andy, Abby, Tim e aqui bem pequenininho seus 3 filhos ─ ela apontava para chamar a minha atenção.

─ Eu amei, querida. Obrigada ─ dei um beijo leve em sua bochecha e agarrei o desenho, até uma criança de sete anos é melhor do que eu em desenhar.

Eu não pensei muito em nomes para os três. Queria chamar um dos meninos de Chris ou Christopher em homenagem ao meu tio, mas não acho que vou fazer isso. Mei insistiu muito por Taylor para a menina. Não é um nome ruim, até que soa bem Taylor VanCite Rainer, tenho pensado muito nisso. Queria nomes curtos e fáceis de lembrar. Pensei em Jacob, apelido seria Jake, seria fácil para dar bronca caso precisasse. Taylor VanCite Rainer e Jacob VanCite Rainer, não soa ruim, porém ainda tenho mais um nome para pensar, posso fazer isso depois também.

Falsas contrações causavam inquietação durante as horas, não vejo a hora disso tudo acabar. Estava com sete meses, mas pareciam sete anos. Uma coisa eu tenho certeza, nunca mais engravidaria de novo independente da situação. Eu tinha medo, medo do parto, medo de criar três crianças nesse perigo, pior de tudo era pensar nisso tudo sozinha. Minha barriga não estava tão grande como o inesperado, o que me preocupava, mas por enquanto sinto que estou indo bem, não aconteceu nada de diferente do que eu li no livro.

Finalmente comecei a tomar coragem e levantei da cama que passara horas por dia sentada. O quarto não têm ficado muito bagunçado, acho que Andrew quem largava as coisas em qualquer lugar. Eu não sou muito diferente, mas pelo menos arrumava minha bagunça. Pratos de plástico ficavam largados dia e noite, isso não era minha tarefa.

Até que ouvi batidas na porta:

─ Ei, grávida de Taubaté ─ fiquei um tempo parada, perplexa com o novo apelido. A voz não era desconhecida, sei que já ouvi em algum lugar. No início só percebi o cabelo bagunçado e loiro, só podia ser Abby. ─ Vão fazer um jogo lá no salão, quer participar? 

─ Não, mas valeu pelo convite.

─ Qual é? ─ tombou o corpo na batente da porta. ─ Não vai me dizer que tem vergonha.

─ Você não está carregando três ao mesmo tempo.

─ Você venceu. Vem, Mei, estão perguntando de você. ─ Mei apenas assentiu e prosseguiu com ela. Eu estava finalmente sozinha. 

Fiquei pensando nas duas. Mei, uma criança que me tratava como da família, e Abby, a criançona que faz piada com todos, teria que aguentar isso pelo resto da vida. Estava tão distraída que não consegui pensar em uma única, pequena, e muito importante coisa, eu estava molhada, mas não era urina.

Se lembrem de votar nos capítulos, pessoal. Muita gente acaba esquecendo de votar ou apenas passa reto, mas cada voto vale muito então, por favor, votem e comentem!!

I Think We're Alone Now - Temporada 2 (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora