Epílogo

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Amberly

Odiava o que eu tinha me tornado.

Janet, Abigail e Erik, todos mortos, e eu matei o responsável, porém não mudou porra nenhuma. Stryker está morto, fiz muito pela minha espécie, mas parecia que eu não fiz nada. Não temos mais um lar, não temos mais nada, tudo foi destruído e eu n pude impedir. Alguns dos nossos arrumaram quartos em hotéis baratos, outros estão pedindo dinheiro nas ruas com suas famílias ou até mesmo sozinhos. No meu caso, tive que implorar para Zayne para poder ficar em seu apartamento minúsculo e dormisse numa cama em seu quarto que caberia nós dois. Pelo menos eu mantinha contato com meu filho durante esse curto período de tempo. Andrew, sem muitas opções de lar, tem ficado conosco, mas ele preferiu dormir no sofá. Acho que não tinha muitas opções além dessa também.

Zayne não sabe de nada que eu passei nos últimos meses, ele nem sequer sabia que eu tinha me apaixonado por uma pessoa que nem sequer está mais entre nós. As vezes eu pegava ele me dando beijos leves na minha escapula, como fazíamos antes, mas nada disso tem mais sentido agora. Uma parte de mim sabe que ele vai ficar louco quando descobrir sobre Janet, mas o que os olhos não vêm, o coração não sente. Até meses atrás eu daria tudo para ficar com ele, voltar para ele, voltar para minha vida antiga, mas agora eu quero ficar com alguém que nem sequer está aqui mais.

A única paz que poderia ter agora estava no lugar onde eu achava que a encontraria, mas pelo contrário. Três cruzes de madeira estavam enfincadas sobre três pedaços de terra recém colocada. "Janet Diaz", "Abigail Croft" e "Erik Michima" eram os nomes registrados nas estacas. Tinham mais cruzes, porém apenas essas três me chamavam atenção. Eu tinha perdido o enterro deles por estar adormecida depois de usar aquele poder desconhecido, acho que eu não teria aguentado ver de todo jeito. Os enterraram em um mato no fim da cidade, um lugar onde ninguém passaria. Um vestido preto simples foi o que eu consegui achar para ir visita-los. Estava apenas eu e minhas lamentações. Eu não tinha mais nenhuma lágrima pra derramar por eles.

─ Acho que isso pertence a você ─ uma voz familiar ecoa atrás de mim. Me viro para meu pai que agora andava mancando com uma bengala, isso seria temporário até ele voltar a andar. Ele também não saiu ileso daquele lugar, desmaia constantemente e treme de medo, mas sempre tenta esconder esse fato. Enquanto ele me entregava uma carta, percebia que sua mão tremia a todo instante. Ele não consegue nem segurar um pedaço de papel sem desmoronar.

─ O que é? ─ perguntei mesmo sabendo que a resposta estava na minha frente.

─ A carta que Janet escreveu antes de morrer ─ meu coração ficava apertado sempre que o assunto era ela. Acho que não vou ter coragem para ler isso nunca. Se ela escreveu uma carta, significa que ela sabia que iria morrer, confirmando minha teoria. Coloquei a carta em um bolso do vestido, iria abrir outra hora porque se fosse aqui desmoronaria.

Não tinha outro motivo para meu pai ficar, então ia saindo com um acompanhante loiro e alto. Pelo menos ele não ficou sozinho depois de tudo. Fiquei uns trinta minutos olhando as lápides, imaginando o que essas pessoas estariam fazendo se estivessem vivas. A morte é uma droga, e acho que não vou conseguir superá-la tão fácil.

 ─ Você quer sua namorada de volta, não quer? Se me ajudar, posso fazer ela voltar ─ uma voz masculina ecoava atrás de mim. Não era o meu pai. Me virei rapidamente para a figura, um homem alto utilizando um terno preto e um óculos escuro, o que me impedia de ver seus olhos.

Não poderia dizer não, era a Janet de quem estávamos falando. Eu queria ela, eu precisava dela. Não estava preparada para dizer "adeus", eu preciso dela aqui. Tenho que aceitar. Tenho que aceitar. Tenho que aceitar.

Sem hesitar, apertei a mão do homem, me teletransportando para um lugar completamente diferente.

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I Think We're Alone Now - Temporada 2 (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora