Capítulo 10: O Primeiro Passo Para a Liberdade

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Andrew

─ Dezesseis infectados e o número vem crescendo ─ Michael informava a ponte.

Pelo que parecia, algum tipo de gripe havia se instalado aqui, infectando nosso povo. Não haviam mortos por enquanto, tanto que boa parte da base ainda era jovem, poderia ser apenas uma pequena infecção. Nós não podíamos perder mais pessoas. Por isso implantamos o sistema de quarentena, apenas saem para arrumar comida, com exceção a nós do comando.

─ Vírus, Campbell, Purificadores. Não tem como ficar pior ─ mesmo com a morte de Roderick, nós não iríamos sossegar. Agora teríamos que dar prioridade para o vírus querendo ou não. ─ Começando o verdadeiro assunto principal, assim deixaremos essa epidemia de lado ─ Janet começava. ─ Algo tem chamado a atenção de nossas bússolas e não sabemos o que ─ Tiberias pegou uma bússola de seu bolso, nos fazendo prestar atenção a anomalia. ─ Tem algo atraindo o imã mais do que o polo Norte. Nosso novo objetivo é ir atrás desse "algo". Vou levar um esquadrão comigo, Floyd vai ficar no comando enquanto estou fora. Essa é a nossa chance de trazer nossos homens de volta ─ dizia confiante. Foi um plano rápido, parecia que ela já sabia, as palavras soaram decoradas de sua boca como um discurso feito várias vezes.

─ Não temos muitos. Vamos precisar de gente aqui também, pode ser uma emboscada, Janet. ─ alertei, porém ninguém me escutou. Deveria só ser uma paranoia minha mesmo.

Amberly era a mais provável de ir com ela nessa missão de "resgate", já que sinto uma certa proximidade de minha irmã com Janet. Não poderia protegê-la, não dessa vez, agora não posso interferir em nenhuma decisão. Enquanto se aventuram por aí, vou aproveitar e tirar um descanso em meu quarto. Minha colega de quarto, Míream, a vi poucas vezes, talvez agora possamos conversar. Parecia simpática. Seu poder era ainda desconhecido, mas vou descobrir uma hora.

─ Andy ─ Floyd me chamava, acho que já sabia do que se tratava. Me aproximei dele, que já parecia mais desconfortável desde antes da declaração da missão. ─ Preciso que fique de olho no laboratório por mim, da última vez deu um pouco errado quando larguei o laboratório sozinho.

─ Claro, sem problema. ─ Abri um sorriso frouxo, apenas querendo saber o que aconteceu para que ele ficasse tão alerta.

Esquecendo esse papo, resolvi me retirar e ir logo para meu quarto. Outro fator que me incomodava ainda era a sala proibida de meu pai. Agora que ele não estava aqui mais, não teria ninguém para me impedir. Mas parecia que ele me seguia, me julgando, por pensar em pisar lá adentro. Minha mãe merecia ser lembrada.

Quando cheguei no quarto, nada parecia muito diferente. Míream era organizada como eu, não bagunceira como Amberly. Deitei em minha cama e flutuei em lembranças. Não consegui pegar meu diploma do ensino médio, o que me deixava mal para caramba. Todo Ano Novo, nossa família dava uma festa grande e convidava o máximo de pessoas, acho que vou perder a festa deste ano. Não vou mais a acampamentos e tocava qualquer merda que me pediam; não chegava mais suado em casa após uma aula pratica ou qualquer coisa envolvendo esporte. Vou sentir falta dessa fase.

Quando a porta se abriu rapidamente, fez um rangido enorme, resultado de quando espanquei-a procurando por Amberly.

─ Uau. Vocês precisam consertar esse troço ─ Míream exclamava um pouco após sua chegava. ─ Imagino que você seja Andrew VanCite. Estou correta? ─ levantava a mão para me cumprimentar. Apertei sua mão, áspera e danificada, por pouco tempo até soltar ─ Sou Míream, sua nova colega de quarto.

─ É. Fui eu quem fiz a lista.

─ Já me contaram ─ abriu um sorriso simpático e foi direto ao seu lado do quarto. Pegou uns remédios de sua bolsa e tomava sem líquido nenhum mesmo, o que era estranho. Eu esperava que eram remédios.

Vai ser normal lidar com ela, não parecia daquelas que reclamam como Amberly, então teria sorte. Míream tinha uma franja que cobria toda sua testa, deixando os olhos destacados, além do cabelo meio desbotado. Seu rosto era meio cumprido, mas bonito com seus olhos azuis. A pele mais clara que o normal dava destaque, talvez seja um pouco mais branca que eu. No momento ela usava uma camiseta de manga curta branca com uma calça preta, combinando. Nada muito extravagante. Ela constantemente passava a mão por seu pescoço, como se algo a incomodasse. Não dei muita atenção no inicio, mas logo começou a me preocupar.

I Think We're Alone Now - Temporada 2 (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora