Capítulo 11: Uma Decisão a Ser Feita

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Amberly

Cansada de esperar por Janet no quarto, comecei a procurá-la pela base. Mesmo não sabendo as direções, sabia que ela estaria na sala de reuniões. Ou pelo menos alguém de lá que soubesse onde estava. A agitação por perto era incomum, como se alguma coisa teria chocado toda a base, mas não dei muita atenção de inicio. Precisava encontrar Janet rápido.

Com a aparição do homem da cicatriz a algumas horas, fui percebendo que aqui não era o melhor lugar para se esconder uma criança. Meu pai poderia ter recebido esse tipo de alerta antes, mas ele nunca nos contou. Comecei a pensar em pessoas que possivelmente me ajudariam criando os gêmeos por um tempo, mas minha melhor opção seria separa-los. Se fossem criados juntos, a possibilidade de encontra-los seria maior. Teria que convencer Zayne de que Jacob era seu filho, o que não é muito difícil de se perceber, e Taylor eu teria que procurar outro lar.

─ Graças a Deus, você está aqui ─ trombei com Janet no caminho, que vinha andando rapidamente. ─ Precisamos conversar, eu...

─ Não vê que tenho assuntos mais importantes a tratar? Não tenho tempo para você e seus dramas agora ─ não sabia que ela realmente havia ficado brava quando briguei com ela, mas agora ela parecia querer recompensar pela grosseria. Ela continuava seu caminho em alta velocidade, enquanto eu tentava acompanha-la em seu ritmo veloz. ─ O que você quer, Amberly?

─ Me ouça, Janet. Veio um cara aqui, nunca tinha o visto antes. Ele estava interessado nas crianças. Se eu não tivesse aparecido teriam sido mortos ou pior. Temos que esconder os gêmeos como você disse. Eu acredito em você agora ─ ela parou de andar, olhando para um ponto fixo em sua frente. Algo parecia ter espantado-a, mas não sabia exatamente o que.

─ Descreva-o. O homem.

─ Alto, preto, uma cicatriz que corta seu rosto.

─ Precisamos esconder as crianças ─ Janet tentava manter a feição séria, mas não conseguia disfarçar seu desespero em frente ao homem. Decidi não perguntar de cara o verdadeiro motivo, mas logo saberia a verdade. ─ Vamos sair em uma missão, você será do meu esquadrão. Apronte as crianças, vamos deixa-los em um lugar que você saiba que é seguro antes de partimos ─ Missão? Eu achei que era proibida de sair daqui. Minha primeira expedição fora da base e eu nem sequer teleporto direito.

Queria perguntar de Andrew, mas ela não parecia querer mudar de assunto. Por incrível que pareça, Janet, a mesma mulher fria de quando nos conhecemos, que já tinha me beijado uma vez, conseguia minha atenção. Mesmo não me conhecendo direito, ela parecia saber tudo sobre mim. Ela era especial, lia meus mais profundos pensamentos e conseguia resolver os meus problemas.

─ Chame Abigail. Treine com ela. Diga que eu mesma ordenei ─ Janet garantia.

─ Eu queria que você me treinasse, como antes. Abby é legal, mas me acostumei com você. Quero você, Janet. ─ tentava convencê-la. Suas bochechas coraram, mas a pouca luz que batia ali escondia isso. Ela tentou esconder a sua reação, fofa e desmoralizada. Segurei seu rosto para evitar que se escondesse.

Enquanto segurava seu rosto, notei sua temperatura subir mais que o normal junto com suor excessivo. Janet ficava tensa quando expunha muito de suas emoções perto de alguém, na qual eu era a única que podia causar isso, sua timidez. Ela tinha medo, medo de algo incompreensível para mim sobre o amor, como se tivesse medo de se apaixonar. Zayne parecia passado quando estava ao lado dela.

E parece que ela estava pensando no mesmo, já que não parava de olhar para meu rosto. Seus olhos penetravam nos meus, fazendo com que cada batida do meu coração fosse sua. Quando ela me deixou contra a parede, não hesitei. Meu corpo estava em suas mãos agora.

Segurou meu quadril com o joelho apoiado bem no meio das minhas pernas, como se quisesse começar algo muito maior do que apenas um beijo. Ao nos beijarmos, uma adrenalina subiu pelas minhas veias como da primeira vez que fiquei com Zayne. A emoção era mesma, mas dessa vez, eu estava mais segura do que estava fazendo. Mesmo com medo de alguém nos interferir, acabei deixando essas preocupações de lado no momento em que ela beijava meu pescoço. Uma diferença entre os dois era que Zayne, para se sentir mais superior, costumava ser mais brutal, mas Janet era o contrário. Janet tinha medo, era mais delicada, esperando alguma desaprovação. Seus beijos eram mais demorados e os mais apaixonados que já pude sentir. Se aquilo era amor eu não poderia saber, mas de uma coisa eu sei, isso não era coisa de apenas amigas.

Já era lógico que ela queria me levar para o quarto, apenas não tomava nenhuma iniciativa para isso. Ela deveria estar solteira a muito tempo, ou ela conseguiu trocar sua raiva por prazer com alguém. Sem que chamasse muita atenção, fui puxando ela devagar até o nosso quarto, cujo caminho eu sabia decorado, enquanto ela segurava minha cintura. Não me importava mais com o que os outros pensariam de nós, e nem ela ligava, apenas aproveitamos o resto do dia.

Ao chegar no quarto, fizemos muito silêncio para não acordar os gêmeos. Apesar de ser estranho eu estar transando com minha comandante ao lado de meus filhos, todos sabíamos que eles nunca se lembrariam. Nosso único objetivo era não acorda-los, mas para mim parecia ser impossível. Quando briguei com ela eles não acordaram, então acho não acordariam com isso se não fizermos muito barulho.

Ao jogar-me contra a cama, Janet subiu em cima de mim como uma predadora. Seu pingente de estrela feito de metal rodopiava em frente a minha visão, acho que nunca tinha visto ela usando aquilo. Ela esconde muito bem seus adornos. Ao ver que incomodava, tirou-o facilmente, deixando-o de lado. Subiu seu joelho novamente no meio de minhas pernas, fazendo sentir um arrepio gelado pelo meu corpo. Segurou meus punhos cruzados em cima da cabeça, como se não pudesse me defender. Janet gostava disso, eu não tinha dúvida.

Mesmo que eu esteja querendo isso, algo em mim me impedia, resistia por outra coisa. Zayne. Tentei hesitar, porém ela já estava decidida do que ia fazer. Segurei suas duas mãos e, antes que pudesse tirar a minha roupa, sentei na cama com ela em meu colo. A primeira coisa que fez foi me encarar confusa, porém até mesmo eu não sabia o que estava fazendo. Apenas impedindo-a.

─ Eu entendi, você não quer ─ abriu um sorriso com seus olhos caídos, decepcionada.

─ Janet ─ segurei seu rosto, forçando-a a olhar para mim. ─ Eu... gosto de você, e acho que você também gosta de mim, mas eu ainda não consigo fazer isso, não com outra pessoa na minha cabeça. Você não merece isso.

─ É, tudo bem ─ balançou a cabeça concordando comigo, mas no fundo ainda sentia uma pontada de frustração. ─ Tenho muito trabalho a fazer. Nem sei o que passou pela minha cabeça ─ levantou-se e se retirou rápido. Só esperava que ela não desistisse de mim desse jeito.

I Think We're Alone Now - Temporada 2 (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora