Andrew
Enganar, dar o contra-ataque.
Meu plano era perfeito, meu e de Floyd, nós iríamos dar o golpe nesses caras agora. Como? Simples, vamos pegá-los de surpresa. No nosso plano, Janet e os outros fugiriam da fortaleza como soldados normais em uma missão normal, porém eles viriam para cá e trocariam com os soldados daqui. Sem sangue, sem agressão, vamos resolver isso de forma pacífica e estratégica. Tudo fica mais fácil de resolver quando as pessoas são enganadas.
A esse ponto, eles já devem estar a caminho se tudo der certo. Rebecca já tem suas falas mentirosas e ensaiadas como um teatro, com essas falas ela convenceria os soldados a se retirarem sem muito drama. Uma hora notariam que algo deu errado, Amberly e os outros não estariam mais nas celas, então temos pouco tempo até virem atrás de nós novamente. Mei ainda tinha um futuro incerto, já que seus únicos familiares eram os irmãos Croft e sua família, porém os pais de Abby e Tim não apoiavam nem um pouco a causa. Se souberem o que aconteceu com o resto da família, nunca aceitariam Mei como sua sobrinha. Abigail e Tiberias teriam que fugir com ela quando tudo isso acabar, mas já decidiram que não vão fugir desse conflito, mesmo que por Mei, eles preferem lutar. A opção mais óbvia seria deixar ela com alguém até que seja seguro para retornar aos seus primos.
Acho que seria estranho para Janet, Amberly e os outros se acostumarem com Rebecca, além do mais ela me esfaqueou uma vez. Porém precisamos de sua ajuda para termos uma chance contra Stryker e os purificadores. O mais humilhante era fingir gostar dela na frente da minha irmã, sinto que todos os dias após isso ela ficaria fazendo piadinhas sobre o jeito em que eu tento amar. Não consigo levar a situação a sério assim.
─ Tomara que dê certo, eu não aguento mais cuidar daquele povo sozinho ─ Floyd soltava uma risada nasal para mim, que acabou não dando tanta atenção em meus pensamentos. ─ Pelo menos eu tenho você aqui, pirralho ─ não reclamei do apelido, mas também não concordei com ele. Não vejo muito problema em pessoas me apelidando agora.
─ Meu pai já teria dado um jeito nisso tudo, não é? ─ o sorriso, mesmo que pequeno, de Floyd se desfez ao lembrar do amigo perdido. Meu pai foi a salvação dele. Respirou fundo e respondeu:
─ Já. Ele já teria acabado com o velho no momento que pisou aqui custe o que custar.
Sinto vergonha, vergonha de não ter feito nada além de encarar William com mal gosto enquanto derramava sangue sobre nossa cabeça. Tenho certeza que quando tiver a oportunidade, vou mata-lo com minhas próprias mãos e ver seu sangue sendo derramado pelo corredor como ele fez com os nossos.
Não, eu não posso continuar pensando nessas coisas.
No mesmo instante, um homem que já vi na multidão antes, calvo e baixo, teve permissão para entrar no laboratório com uma caixa pesada nos braços. Ao deixar na mesma mesa que eu, um pouco mais afastado, veio ao meu canto e se juntou a mim e Floyd. Sua cara estava séria e qualquer coisa que fosse falar seria importante, chamou a minha atenção logo de cara.
─ Tiberias mandou avisar que a encomenda chegou ─ olhava nos meus olhos esperando que eu entendesse. Tive um tempo para pensar, mas logo entendi. A encomenda chegou, e não são os materiais pesados da caixa. Tinha que sair daqui discretamente e me juntar as pessoas, queria ver Amberly de volta, ver se estava tudo bem. Fui até a caixa e disfarcei.
─ Isso não é do laboratório ─ peguei a caixa e saí, como se fosse um diálogo comum, mas com muito mais significado. Deixei a caixa dentro da enfermaria vazia e saí, indo para o salão de boas vindas: o principal.
No mesmo corredor em que entrava, vi Rebecca tensa, ansiosa e com medo ao mesmo tempo. Ela sabia que tinham chegado e sabia que era seu momento de liderar. Ela me fazia questionar se realmente nasceu para o papel de líder, eu acho que não. Mas ela trouxe esses caras para cá, agora ela quem vai tirar.
Nesses dias as pessoas estão sendo obrigadas a dormirem no chão, não têm permissão para irem para seus quartos, vivendo em desconforto. Isso acaba hoje e agora, essa punição acaba hoje. Se os purificadores nos atacassem de novo, não sei se estaria disposto a sacrificar meus amigos assim, mas todos que são importantes para mim estão aqui e não quero colocá-los em perigo, mesmo que não tenhamos outra escolha. Já pusemos muita gente em perigo na missão mal sucedida em New Haven, agora precisamos de outro plano. Sentei-me ao lado de uma mulher no chão frio e duro para ver a chegada do esquadrão.
Ou eles morrem, ou nós morremos; ou eles morrem, ou nós morremos; ou eles morrem, ou nós morremos. A frase pairava sobre minha cabeça como um "looping" infinito. Se esses caras não saírem daqui hoje, isso não vai acabar bem. Não sei o que estava acontecendo comigo, essa vontade de vingança desnecessária, esse sentimento de raiva e angústia fazia minha cabeça girar.
Tudo apenas melhorou quando o portão se abriu, o esquadrão esperava de pé em com uma bela postura do lado de fora da base. Todos de capacete, porém com a altura dava para perceber que Amberly estava do lado de Janet, uma mais alta que a outra. Wes vinha na frente, interpretando o homem responsável pela missão, mas sei que tudo foi planejado por Janet, todos sabiam disso. O braço direito de Janet parecia murcho, a prova real que não havia mais nada no lugar.
─ Está na hora da troca. Chamando todas as unidades ─ Rebecca chamava quase gritando para seus homens. Pela minha conta, eram dezoito homens por toda a base, a maioria estava aqui no salão, mas alguns acabavam de sair para chamar os outros. Logo todos sairiam daqui, abrindo espaço para nosso povo finalmente.
Após um tempo de espera, todos estavam aqui. Enquanto os homens maus saiam, as pessoas boas entravam. Ninguém sabia desse plano, então o povo não estava tão ansioso, mas tenho certeza que isso mudaria.
─ Então me digam ─ uma voz familiar entrava. ─ Quem é a garota que vocês chamam de Rebecca? ─ Janet tirava seu capacete, revelando seu rosto e enlouquecendo as pessoas no chão como um estádio de torcida. Os homens já haviam saído, então podíamos fazer barulho o quanto quiséssemos. Logo após Janet, Amberly retirava seu capacete, revelando seu rosto e sendo recepcionada por um longo abraço de Mei.
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I Think We're Alone Now - Temporada 2 (CONCLUÍDA)
Hayran KurguSEGUNDA TEMPORADA DA SÉRIE I Think We're Alone Now PLÁGIO É CRIME! Inspirada na série: The Gifted da Marvel Studios Seguido aos eventos da série The Gifted. Agora os irmãos e companhia precisam lidar com algo ainda maior. Mutantes controlados, visi...