Capítulo 36: Quarenta Minutos

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Andrew

Ainda bem que a viagem não era longa, senão eu não aguentaria.

Odeio viajar em carro quando não sou eu quem estou dirigindo, sempre passo mal. O mesmo vale para vans, o que é pior ainda. Pela lotação, eu estava no fundo, o melhor lugar para revirar o estômago. Não deveria ter comido um sanduíche antes de sair. 

Amberly e Janet provavelmente já chegaram a esse horário. Eu já estava na metade do caminho com a primeira onda de pessoas. Mesmo já tendo andado muito, as vezes parecia que não saíamos do lugar. Os ruídos de conversas irritavam meus ouvidos, por que todos não poderiam parar de falar por pelo menos um segundo? Ao meu lado, Abigail tentava puxar assunto de diferentes maneiras, pergunta de poderes, gostos, habilidades, mas eu não estava no pique de responder. 

─ Antes que todo mundo morra, posso falar uma coisa? ─ não sei como ela não percebia minha palidez e o suor, ela parecia estar querendo que eu jogasse tudo pra fora. Soltei um "hum" para que ela continuasse. ─ Sua irmã grávida foi a coisa mais horrível que eu já vi na vida ─ nem cheguei a olha-la, nem conseguia mais.

─ Chega, Abigail.

─ Ok, parei ─ ela se retirava.

Nem vou comentar o quanto idiota foi a sua fala, porque eu realmente não conseguia mais falar nada.

Amberly

Estar novamente nesse lugar me causava arrepios, eu esperava nunca mais voltar para isso aqui. Isso era basicamente nossa sentença de morte, porém agora temos um plano de verdade, informações de verdade. 

Janet, com seus poderes milagrosos, nos fez entrar sem problema algum. Eu tinha apenas que fingir ser um deles para ninguém suspeitar. Tudo estava indo bem, nada poderia dar errado.  Com um pouco de telepatia, ela hipnotizava os soldados a nos deixarem entrar pelas portas. Pela mal educação de Rebecca durante a reunião, agora ela estava lá da base hackeando os sistemas, desligando câmeras, abrindo portas para nós. Só espero que ela não nos traia, senão estamos perdidos. Depois que entramos dentro da base, Wes, com uma bolsinha própria para o antagonista da droga, criou um quadrado a nossa volta que impedia as pessoas de nos ver, uma ilusão como aquelas que ele faz. Tudo estava indo muito bem.

Sempre que pessoas passavam, meu coração acelerava como se eles soubessem que é um truque, mas eles não estão sequer me vendo. Um lado de mim queria que nos descobrissem logo, para não ter mais esse sentimento ansioso dentro de mim. Me dava vontade de voltar e chorar. Em que merda eu fui me meter?

─ O segundo esquadrão acabou de chegar ─ Rebecca anunciava de repente em um comunicador no ouvido, dando um leve susto em todos. ─ Andrew ta descendo com a Abigail e uns caras. Por enquanto ninguém ta percebendo um movimento do lado de fora ─ pela primeira vez na vida, estava grata por ouvir a voz de Rebecca. Andrew está bem, isso que importa. Um ruído estranho se faz quando ela desliga o comunicador, dando como encerrado.

Wes desfez sua ilusão quando ocupamos um posto de guarda. Só poderíamos ir atrás dos mutantes quando todos já estiverem chegado, o que estava testando minha paciência. Se o carro de Andrew chegou agora, então demoraria uns quarenta minutos para o próximo chegar, e mais quarenta para o próximo. Fora do capacete parecia normal, mas dentro estava suando feito um jogador de basquete mesmo sem ter feito nada de demais além de andar. Estava um calor infernizante aqui dentro, isso parecia uma sala de tortura.

Para nossa primeira má sorte, um homem do serviço de sentinelas estava vindo até nós, provavelmente numa inspeção. Mas que merda de serviço é esse? 

─ Rebecca, precisamos de três nomes de três soldados desaparecidos ─ Janet falava no comunicador. ─ Rápido.

─ Tenta Emily Adams, James Smith e Isabelle Marshall. São três que eu achei ─ Janet não a respondeu, nenhum agradecimento ou um obrigado, apenas silêncio. Acho que ela não consegue falar sério com Rebecca, não depois de ter matado um homem que ela conhecia. Nesse momento ela deve estar conversando com meu irmão em outro comunicador, as vezes tenho dó dele depois de tanta falação em seu ouvido. Ele é um guerreiro.

─ Nomes, por favor ─ o sentinela passava por nós. Ainda bem que não estava nos revistando, deveria ser apenas rotina.

─ James Smith ─ Wes começava por estar mais próximo a ele, que fazia um check em uma prancheta com um papel. Parecia uma chamada de escola.

─ Isabelle Marshall ─ Janet continuava, restando um último nome para eu usar.

─ Emily Adams ─ logo após isso, o homem se virou e saiu, como se estivesse entediado de seu trabalho. Eu também estaria se esse fosse seu único dever. Acho que ele nem quis parar para ver se os nomes estavam como desaparecidos ou não, ele nem ligava. Ainda bem que temos alguém nos acompanhando, ainda bem que Rebecca está lá para fazer isso.

Agora só tínhamos que esperar o resto dos nossos para finalmente termos uma chance de vitória. Eu tinha um mal pressentimento nisso tudo, algo me dizendo que vai dar errado, que vou perder pessoas que amo, porém agora finalmente temos uma chance de vencer, de derrotar William, Roderick e todos os envolvidos. Esse jogo pode acabar com o nosso lado vitorioso. Vamos acabar com essa guerra de uma vez por todas.

I Think We're Alone Now - Temporada 2 (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora