capitulo 7

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Homem do Retrato: Ela está apaixonada. Nino Quincampoix: Mas eu nem a conheço! Homem do Retrato: Ah,
você conhece, sim. Nino Quincampoix: Desde quando? Homem do Retrato: Desde sempre. Dos seus sonhos.
(O fabuloso destino de Amélie Poulain)

PINGUE-PONGUE
Nome: Estefânia Castelino Belluz.
Apelidos: Fani.
Dia e mês de nascimento: Vinte de março.
Signo: Peixes.
Olhos: Castanhos.
Cabelos: Castanhos, beeeem lisos.
Pele: Muuuuito branca.
Profissão: Estudante.
Hobbies: DVDs.
Cor preferida: Cor-de-rosa. Música: Trilhas sonoras. E MPB.
Amigo: Leo.
Amiga: Gabi.
Comida preferida: Canelone de ricota.
Doce: Pavê sonho de valsa.
Adora: Filmes.
Detesta: Física.
Perfume: Live – Jlo.
Livro: O diário da princesa.
Filme: Impossível escolher um só.
Escritor: Meg Cabot.
Cantor/Cantora: Djavan/Marisa Monte.
Compositor: Marcelo Camelo (Los Hermanos).
Banda: No Voice e Manitu.
Ator/Atriz: Mark Ruffalo/Jennifer Garner.
Sonho: Ser cineasta.
Roupa: Jeans e camiseta.
Animal: Tartaruga.
Coração: Apaixonado!
Corpo: Spinning nele.
Ilusão: Meus ex-amores.
Orgulho: Meus amigos.
Dinheiro: Suficiente.
Vida: Boa.
Tempo: Passando depressa.
Acredita: Fadas, Papai Noel, Gnomos, Duendes, Coelhinho da Páscoa...
Duvida: Que eu passe de ano sem recuperação.
Tristeza: Não poder estar com ELE tanto quanto eu gostaria.
Surpresa: Seria descobrir que ELE gosta de mim também.
Gostoso: Assistir e comprar DVD.
Doença: Gula!
Vício: DVD.
Importante: Minha família.
Precisa urgente: Fazer com que ELE goste de mim!
Compromisso: Reunião do programa de intercâmbio na próxima quarta.
Relaxante: Assistir DVD.
Saudade: Do meu colégio antigo.
Aventura: Matar aula.
Lugar ideal: Meu quarto. Medo: Que ELE não goste de mim.
Estação do ano: Verão.
Decepção: Minha ex-amiga Márcia traidora. Mania: DVDs...
Programão: Chamar o pessoal pra uma sessão de DVD.
Defeito: Estalar os dedos.
Esporte: Spinning.
Antipatia: Das meninas antipáticas da minha sala.
Uma frase: “You’ll be here in my heart... always...”

Depois do que a Gabi me contou no sábado à noite, eu custei a dormir, acordei cedo ontem e o domingo custou a
passar. Eu coloquei todos os meus deveres em dia, lavei o aquário da Josefina, almocei na casa do meu irmão, levei
a minha sobrinha para tomar sorvete, fui ao cinema sozinha (Quatro amigas e um jeans viajante – adorei, quatro
estrelinhas!), voltei pra casa, respondi a um “pingue-pongue” que a Natália me mandou por e-mail, e ainda eram
seis da tarde! Fiquei com vontade de ligar para alguém, mas eu não queria ouvir a Gabi falando besteira sobre
“supostos fãs” que eu tenho certeza de que não tenho, não estava com a menor paciência para a Natália e estava
morrendo de vergonha do Leo. Foi aí que eu – em um ímpeto de coragem – resolvi ligar para a única pessoa com
quem eu realmente gostaria de falar naquele momento: o Marquinho.
O telefone já estava decorado havia muito tempo. Desde que eu li na sala dos professores o sobrenome dele, fiz
uma pesquisa na internet (digitei no Google: Marco Antônio Oliveira Prata – Biologia) e encontrei um artigo
científico dele com um e-mail para esclarecimento de dúvidas. Eu pedi para o meu irmão escrever a ele pedindo o
endereço para mandar um convite do lançamento de um livro (inventado, claro!) de microbiologia. Ele respondeu
prontamente! Daí foi fácil. Procurei na lista de endereços na internet e consegui o telefone. Desde então, eu ligo
quase todos os dias só para ouvir a voz dele... mas nunca tinha conversado nada.
Talvez ainda pelo excesso de champanhe do dia anterior, minha coragem estava mais forte.
Ele falou “alô”, e eu dei um suspiro silencioso.
Ele repetiu o “alô”, e o meu coração disparou.
Eu achei que ele fosse desligar depois do terceiro “alô”, como sempre fazia, mas desta vez foi diferente. Ele
ficou uns três segundos mudo e de repente disse: “Ok. Já sei que você não está telefonando pra cá por engano, já
que todo dia é a mesma coisa. Posso sugerir uma conversa? Aproveite que eu estou à toa e sozinho em casa...”.
Eu tremi.
“Tenho uma ideia”, ele continuou. “Que tal se você colocar um pano no bocal do telefone para disfarçar a sua
voz?”
Eu fiquei completamente zonza. Nunca imaginaria que ele começasse a conversar, em vez de apenas desligar
como de costume. Muito menos que insistisse para eu falar com ele!
“Bom, não estou a fim de monólogo. Vou contar até três. Se você não disser nada, vou desligar e nunca mais
tento falar com você.”
Eu comecei a tremer! E se ele reconhecesse a minha voz?
“Um, dois e...”
Sem pensar, eu peguei o meu travesseiro e coloquei na boca. Disse um “oi” bem baixinho, que eu fiquei até na
dúvida se ele tinha escutado. Mas ele ouviu, porque parou a contagem no mesmo instante e falou: “Oi! Então quer
dizer que você é a menina misteriosa?”.
Eu não respondi nada.
Aí ele veio: “Olha só, eu não sei por que você está me ligando, nem como conseguiu o meu telefone e muito
menos quem é você. Mas posso dizer que você acertou em cheio... curiosidade é o meu ponto fraco!”.
Eu ri!
Ele riu também e disse: “Que risadinha gostosa!”.
Eu quase tive uma síncope!
Fiquei muda mais um tempo e aí ele falou: “Tudo bem, não quero forçar a barra, mas acho que hoje fizemos um
avanço... uma risada e uma voz abafada é melhor do que o silêncio ao qual eu já estava acostumado...”.
Ele esperou um pouco e continuou: “Então... o que você acha de falar um pouquinho mais a cada dia? Não quero
te pressionar, mas eu realmente gostaria de te conhecer melhor...”.
Imagine só a velocidade dos meus batimentos cardíacos nesse momento! Eu suspirei, só que bem alto desta vez.
Ele riu mais um pouquinho e falou: “Até amanhã, então?”.
Aí eu beijei o bocal de um jeito muito estalado.
E desliguei.
Fiquei uns dois minutos com os olhos bem fechados e a mão ainda no gancho do telefone, sem conseguir
acreditar naquilo. Então, saí que nem uma louca pulando e gritando pelo apartamento, dei um abraço no meu pai,
levantei a saia da minha mãe, peguei a Josefina e fiquei dando um milhão de beijos no casco dela...
Aí eu dei boa noite pra todo mundo (detalhe: eram no máximo umas 19 horas), vesti minha camisola de anjinho,
deitei na minha cama e, por incrível que pareça, consegui dormir. E tive um sonho lindo, onde eu nadava em meio
a células e moléculas. E todas elas riam para mim...

Fazendo meu FilmeOnde histórias criam vida. Descubra agora