Um mantra

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Oi, gente. Cheguei! Desculpem o atraso, vocês chegaram em 100 votos muito rápido e eu estava resolvendo umas coisas na rua. Enfim, chegou!

Aviso: As datas tem como fonte de pesquisa "eu quis" sendo colocadas apenas em uma sequência lógica da história e não tem qualquer relação com a realidade, assim como o consumo de álcool por atletas em local de trabalho e tudo mais aqui descrito.

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GABRIELA

(Flashback)

Eu sabia que a Sheilla não voltaria como foi desde que ela apareceu na porta do meu quarto, toda arrumada para encontrar o Bruno. Eu sabia desde o momento em que a vi. Então me preparei mentalmente ao longo de todo o final de semana para estar inteira. Chorei sozinha, chorei com a Lore, dormi, respirei, pensei em todos os piores cenários. Eu senti a dor dela dizendo "ele é o amor da minha vida e você foi uma aventura" duzentas vezes na minha mente antes mesmo que ela conseguisse me encarar e mesmo assim não consegui mensurar o quanto doeria. Agora não era mais uma imaginação.

- Eu voltei com o Bruno. Temos uma família linda e eu, nós, eu e ele, pretendemos consertar. - Ela disse e me concentrei em respirar enquanto ouvia cada palavra.

- Tudo bem. Tomara que vocês consigam. - Foi o que consegui dizer enquanto tentava forjar um sorriso - Agora vou jantar que nem fiz isso ainda, você vem? - Eu precisava acabar com aquele assunto.

Ela saiu do quarto e eu desci. Jantei como combinado, joguei apenas uma partida de uno e aleguei cansaço. Garay me olhava como se estivesse com pena, embora eu tentasse agir normal.

- Você tá bem? - Rosa me perguntou enquanto embaralhávamos o UNO. Acenei positivamente já que não tinha forças para conversar sobre isso agora.

Logo que voltei para o quarto Lorenne me seguiu, assim como Rosa e ambas ouviram basicamente o meu silêncio, já que eu não conseguia colocar em palavras o quanto me senti descartável e usada. Quando as meninas foram dormir, e Rosa dormiu na cama extra do nosso quarto nessa noite, pude enfim chorar. Chorei tudo que podia, minha mente lembrava dela repetindo que voltaria para dormir comigo e em seguida a frase "Temos uma família linda e eu, nós, eu e ele", a dor era quase física. Acho que solucei alto porque em algum momento a Rosa se deitou na cama comigo, me envolvendo em um abraço amigo e gentil. O abraço pelo menos me ajudou a dormir.

Na manhã seguinte, Lorenne, Rosa e eu nos arrumamos juntas. As meninas pareciam decididas a me cercar de todos os lados, embora eu tivesse insistido que tudo estava bem. Elas não sabiam detalhes, apenas resumi a um "ela reatou o casamento" e foi isso. Expliquei que eu pretendia agir normalmente já que ela não havia mentido, eu sabia das condições e me expus a essa situação. Eu não sentia raiva, eu apenas sentia um imenso vazio que eu pretendia preencher com treino e trabalho intenso até a VNL, as olimpíadas e onde mais eu tivesse que cruzar com ela.

Assim que ela desceu para o café parecia não saber como agir, então tomei a iniciativa de lhe cumprimentar como fazíamos antes de passarmos a dormir juntas.

- Bom dia, Sheillinha - Falei e a abracei de uma forma carinhosa.

- Bom dia, Gabi - Embora ela tenha retribuído ao abraço, era notável que ela ficou surpresa.

Sentamos todas juntas na mesma mesa, como sempre, e ela visivelmente não me encarava. Eu agia o mais normal possível, ria e fazia piadas com todas tentando amenizar o incômodo e, principalmente, manter o espírito de equipe. Eu segui ao longo de toda a semana me esforçando ao máximo para evitar que minha vida pessoal atrapalhasse meu profissional em um momento tão importante da minha carreira. Chorei nos primeiros dias antes de dormir, depois fui me acostumando com a ideia. Não que doesse menos, mas ela estava certa em tentar seguir o que a faria feliz e sustentar o que era importante e eu deveria fazer o mesmo.

Sheibi - FacasOnde histórias criam vida. Descubra agora