Girassóis

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Alguém imaginava uma att a essa hora? É para contemplar as que dormem com o pôr do sol. rs

Lembrem de votar e comentar muito.

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(flashback)

SHEILLA

Quando nosso avião pousou em São Paulo ainda faltava um voo pequeno até BH. Gabriela dormiu metade do voo da Itália até aqui, segurando minha mão e apoiada em meu ombro. Agora teríamos uma semana em casa até voltarmos para Saquarema onde ficaríamos de segunda a quinta e teríamos o anúncio dos cortes para as olimpíadas.

Eu já sabia que não seria convocada, apesar de discordar dessa decisão, eu realmente não havia tido um ciclo completo, eu estava fora do pique e a VNL me mostrou que era o momento de decidir entre aposentar de vez, de novo, ou focar e voltar às quadras com o meu melhor, reconhecendo que 2024 para alguém da minha idade ainda era muito longe.

Além disso, esse vôo longo da Itália até aqui me fez pensar sobre o quanto a saudade da Gabriela doeria. Ela voltaria para a Turquia e, independente do que acontecesse, a Turquia não era uma opção e ela aqui também não era. Eu a olhava dormir e me perguntava até quando eu teria isso. Entramos no vôo para BH e meu coração parecia que explodiria de saudade das minhas filhas e da Gabriela, que nem ao menos havia saído do meu lado ainda.

- Tá tudo bem? – Ela me perguntou e eu notei que estava distraída assim que entramos no voo SP x BH.

- Tá sim – Falei e beijei sua mão. Tínhamos andado despreocupadas na Itália e por alguns minutos esqueci que aqui não dava para expôr tanto assim nosso relacionamento nas ruas... Não até me resolver com o Bruno.

- Tá pensativa... O que tá rolando nessa cabecinha?

- Saudade – Falei e sorri fraco.

- Tá chegando pra esmagar as tutucas já.

- É... – Falei sem conseguir colocar em palavras que a saudade também incluía ela.

Pousamos e a cada momento que o tchau se aproximava, eu ficava mais ansiosa ainda. A esposa da Macris a buscou e fez questão de deixar Carol, Gabriela e a mim, cada uma em sua respectiva casa. No caminho, Gabriela ria e fazia piadas com as meninas e eu só conseguia pensar como eu poderia não me apaixonar por essa mulher? Lembrei de uma música melosa e sorri, lhe dando um beijinho na mão que ela pareceu não entender e retribuiu com um carinho em minha mão continuando a falar.

A sensação de abraçar minhas filhas depois de tanto tempo longe me fez esquecer por alguns instantes da Gabriela. O dia passou como um piscar de olhos enquanto eu brincava com as meninas que faziam uma perfeita bagunça em cada espaço do apartamento. Quando cheguei, Bruno já tinha ido para o seu apartamento e agradeci por não precisar lidar com ele. Ele viajaria amanhã e passaria toda essa semana longe, depois eu voltaria ao RJ, então nossa divisão estava até que funcionando bem e, graças aos céus, eu não precisaria vê-lo tão cedo. Já bastavam as mensagens e o fato de vê-lo em quase todas as chamadas de vídeo com as meninas no último mês.

S: Chegou bem? – Mandei para ela por volta das 20:00 quando finalmente coloquei as meninas para dormir.

G: Cheguei. As meninas estão bem? – Ela respondeu quase na mesma hora.

S: Perguntaram do presente e me deram um baile, agora estão dormindo como se fossem anjos.

G: hahaha, você não quis levar logo pra elas, agora vai aguentar as reclamações – Ela respondeu e me arrancou um sorriso.

Sheibi - FacasOnde histórias criam vida. Descubra agora