Um presente às insones. Capítulo que nem eu pretendia publicar hoje, mas veio.
Esse capítulo todo é um imenso gatilho sobre agressão doméstica.
As partes sem pontuação alguma são propositais.
Vocês votam tudo muito rápido, não dá pra brincar de apostar votos hahaha, mas VOTEM e continuem comentando muito. Peguem os lencinhos e lá vamos nós.
-----------
(FLASHBACK)
GABRIELA
Quando ganhei a disputa com o homem feio pela atenção da Sheilla, me senti a mulher mais importante do mundo. Desde que me entendo por gente a atenção dela era algo pelo qual eu lutava, mesmo em pequenas coisas bobas como um elogio por uma jogada bem executada, mas eu nem nas minhas melhores fantasias de adolescência eu imaginei que teria esse tipo de atenção dela algum momento.
Quando nos tornamos amigas, aceitei que o máximo de atenção que teria era esse tipo e estava tudo bem porque ela ainda era admirável enquanto atleta e pessoa. Quando ficamos juntas no meu apartamento e ao longo da semana seguinte, era como realizar um sonho. Sentir que ela também me desejava, que ela me queria ali com carinho, com tesão, com reciprocidade era incrível. Apesar do casamento ainda não ter acabado, eu acreditei mesmo que construíamos algo que com paciência e tranquilidade cresceria no próprio tempo.
Naquele fim de semana em que ela voltou com o Bruno foi como se muitas das imagens da Sheilla que eu construí desabassem. Era comum rolarem boatos de como ela flertava para alimentar seu ego ou de como ela brincava com as pessoas e eu nunca acreditei, até ser comigo.
A história do término dela com a Mari e do quanto isso prejudicou a Marianne profissionalmente sempre pareceram um grande exagero para quem as conheceu pessoalmente, embora o repentino relacionamento com o Bruno logo depois me fizesse desconfiar de que ela realmente a tivesse traído. Mas, ainda assim, eu ignorei tudo isso e acreditei em cada palavra dela ao longo daquela semana e na verdade do que eu sentia quando estávamos juntas.
Quando ela sumiu naquele fim de semana e não mandou nenhuma mensagem, mesmo tendo saído jurando voltar, eu tive certeza de que os boatos não eram exagerados e sim minimizados. Que tipo de gente age assim? Eu esperei pacientemente que ela voltasse e conversasse comigo sobre o que tinha acontecido, mas quando ela voltou ela simplesmente me tratou como se eu fosse lunática por ter esperado disputar com o seu perfeito casamento e a sua linda família. Ali estava a Sheilla narcisista e cruel que aparecia nos boatos dos blogs lésbicos dos anos 2000.
Eu decidi então que era hora de respirar e aceitar a minha dor para cicatrizar rápido. Chorei, me apoiei nas minhas amigas, lembrei que ser amiga dela era melhor do que virar fantoche ou amante enquanto ela publicava texto de casal para o Bruno nas redes sociais. Quando me reergui, eu estava pronta para sorrir e agir normalmente e mais uma vez, naquela chácara ela demonstrou que eu era um desafio, um brinquedo. Ela me viu bem com outra pessoa e ela precisou me sentir dependente e disponível de novo. Nunca tentei saber como essa história acabou entre ela e o Bruno, mas ela fez questão que eu soubesse, como se eu tivesse alguma culpa por ela não controlar esse ego gigante dela.
Depois veio a Ju e eu podia jurar que seria diferente ou que, pelo menos não seria pior do que como a Sheilla me fez sentir. Fazia meses do nosso término e ela parecia mesmo ter percebido que gostava de mim e eu, para falar a verdade, achei que ainda gostava dela também, mesmo depois das inúmeras traições, de uma tentativa fadada ao fracasso de relacionamento aberto. Eu achava que poderíamos dar certo. Mas eu errei e ela, aparentemente, também. Como ela conseguiria me trair de novo em um relacionamento aberto? Eu nem ao menos coloquei exceções...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sheibi - Facas
RomanceEssa é uma história fictícia sobre o shipp Sheibi. Tudo aqui descrito é fruto da minha fértil imaginação. Se elas sonharem com a existência dessa fic, ela some tão repentinamente como apareceu. Não me apegarei a datas exatas para ficar ainda mais...