Vulnerável.

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Olha quem tá bêbada, perdeu a aposta e teve que publicar a att que já estava escrita.

Ok, mas agora que aprendi a não apostar nada, que tal combinarmos que a próxima att só vem se o capítulo tiver 100 votos?  

P.s: Se tiver erro de digitação eu ajeito depois. 

Aproveitem, interajam, votem e comentem. Até breve (:

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SHEILLA

(Flashback)

Assim que entrei no carro alugado para jantar com o Bruno meu coração acelerou. Ele parecia ter voltado a ser o cara com quem escolhi me casar. Arrumado, música baixa da nossa playlist, sorridente, reparou no meu vestido, cheiroso e com uma camisa social que eu o dei no último natal. As coisas andavam tão difíceis entre nós no último ano que eu tinha esquecido como o Bruno podia ser atraente e atencioso.

Estávamos nos ferindo muito há bastante tempo e apesar de todas as coisas ruins que aconteceram nos amamos tanto. No presente ou no passado? O verbo amar tem pretérito perfeito? É estranho escolher alguém para compartilhar a vida e a coisa mais importante dela, que hoje são nossas filhas, e de repente tudo vira nada e viramos dois estranhos, depois dois inimigos que pouco se aturam, mas que tanto querem ainda se amar.

Passei a viagem de carro em silêncio, inundada de pensamentos. Ele respeitou esse momento e, se bem o conheço, sua cabeça não estava tão diferente da minha. Assim que sentamos na mesa reservada em um restaurante bonito e com um estilo quase elegante. Ele pediu um vinho dos que ele julga bons, não sou grande entendedora de nenhum tipo de bebida alcoólica, pedimos as entradas e o silêncio se mantinha.

- Ok, eu aceitei seu convite... inusitado para o que parece ser um encontro. O que você quer conversar? – Falei o encarando e tentando ser o mais racional que conseguia enquanto ele reconstruía em pequenas ações as memórias dos melhores dias do nosso relacionamento.

- Relaxa, lindinha.

- Não me chama assim.

- Mas eu te chamo assim há anos.

- Não, você me chamava assim quando era apaixonado por mim. – Falei e beberiquei o vinho em minha taça.

- Eu SOU apaixonado por você.

- Ah, Bruno. De novo esse papo de que você vai mudar?

- Quantas vezes você já me disse o papo de que vai mudar também? Eu acreditei em todas e a única coisa que eu estou te pedindo é que foquemos em nossa família de novo. Olha pra isso, olha pra gente – ele sabia que eu sentia muita falta desse nosso lado.

- Bruno, isso é uma noite. É fácil ser apaixonado por mim arrumada e disponível, mas você ainda é apaixonado pela minha maternidade não integral? Você é apaixonado pela profissional que eu sou? Ou você gosta da moça de vestido em um jantar bonito?

- Você não gosta de ser essa moça?

- Eu amo, eu amo que você abra a porta e se arrume pra me ver. Eu gosto desse seu olhar bobo de quando eu prendo o cabelo assim, mas eu sei que isso é a exceção e eu quero alguém que ame a regra.

- Eu amo a regra e você sabe bem, eu não amo é a distância. Você disse que ia parar e quando parou tudo estava bem, até você voltar pra seleção e tudo desandar de novo, as meninas mal te veem em casa.

- Não seja injusto. Eu sei a mãe que eu sou e sei o que faço e do que abro mão com as meninas.

- Realmente, lindinha, você é uma mãe perfeita e se esforça muito pra isso, mas e a gente? E eu? Eu vou ter que passar anos vindo pro RJ semana sim, semana não que nem as meninas? Te vendo aos sábados depois que elas dormirem? Tendo ligações de cinco minutos por dia para falar do remédio para dor de garganta que a pediatra as receitou?

Sheibi - FacasOnde histórias criam vida. Descubra agora