Explosão II

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Para quem não acreditou, aqui está. 

Capítulo PESADO com muitos gatilhos sobre relacionamento abusivo, brigas intensas, agressão física e verbal. Não leiam a parte da Gabriela.
(Esse aviso foi dado porque uma pessoa me pediu para notificar mesmo quando fosse me referir a lembranças ou sentimentos gerados por essas coisas. Para quem não teve experiências relacionadas a isso caso, o capítulo tá ok)

Obrigada a todas que me deram condolências e pêsames. Obrigada pela paciência comigo e carinho com a fic. Peguem lencinhos, rodos e panos... Lá vamos nós. 

Lembrem de votar e comentar muito, hein. Estamos voltando à ativa por aqui. 

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(Flashback)

SHEILLA

No dia seguinte, acordamos muito cedo para treinar. O Zé já nos esperava junto com a comissão técnica e eu podia sentir os risinhos das meninas nos encarando quando chegamos ao hall do hotel, enquanto esperávamos o restante da equipe. Embora não nos portássemos como um casal, todas imaginavam porque sumimos por um dia inteiro.

- Ainda consegue andar – Gattaz disse em meu ouvido assim que me aproximei dela.

- Caroline! – Falei rindo.

- Cobre o pescoço, tá roxo. – Ela falou rindo e levei minha mão ao lado do pescoço que ela havia apontado com o olhar.

- Você deixou um roxo no meu pescoço, Gabriela? – sussurrei pra ela assim que consegui um momento relativamente discreto. E ela começou a sorrir com um tom quase safado, mas ainda discreto

- Cheguei e não é que as bonitas apareceram? – Brait disse praticamente pulando em nossos ombros, uma mão apoiada em cada uma de nós.

- Chegou atrasada né, Camila? – Zé disse um pouco impaciente e ela apenas levantou a sobrancelha em um claro "ops". Arrancando risos de todas nós.

Quando finalmente Rosa chegou, e ela foi a última, recebendo um olhar julgador do nosso técnico, fomos para o treino. Voltamos para o hotel cerca de meio-dia, almoçamos e fomos subindo aos poucos para descansar antes do treino da noite. Gabriela demorou mais para subir, fofocando algo com Rosa, Roberta e Lore. Aproveitei para falar com as minhas filhas ao telefone e, tentar evitar grandes problemas com o Bruno já que seria apenas eu na ligação dessa vez. Elas haviam acordado mais tarde e estavam tomando café da manhã com ele e, na frente delas, agíamos normalmente na chamada como se nem ao menos estivéssemos nos separando.

Gabriela entrou no quarto e percebeu que eu estava em uma chamada com as meninas, passou sem fazer barulho e foi direto para o banho, algo nela soava diferente. Assim que terminei de falar com minhas filhas, bati na porta do banheiro, eu conseguia ouvir o chuveiro ligado.

- Posso? – Falei entreabrindo a porta.

- Pode, ué – Ela falou e sua voz parecia embargada. Ela fechou o chuveiro e eu tentei me concentrar em olhar para os olhos. Ela parecia estranha.

- Tá tudo bem? – Perguntei a olhando. O nariz e os olhinhos vermelhos me encaravam com um sorriso leve. Ela abriu a porta do box, me puxando pela mão, sem responder minha pergunta. – Eu tô de roupa – Falei rindo e fingindo resistir enquanto ela já havia praticamente me puxado.

Ela me encostou na parede do box e encostou sua testa na minha em absoluto silêncio, na verdade era mais como se o olhar dela tivesse me invadido. Embora o desejo fosse nítido, tinha mais algo entre a tristeza e a decepção que eu não conseguia decifrar naquele olhar.

Sheibi - FacasOnde histórias criam vida. Descubra agora