Apreciando esse teu jeito com as crianças

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Capítulo veio rápido pra provar que eu tenho bola de cristal.
Música: Interestelar - Mulamba. 

 LEMBREM DE VOTAR E COMENTAR MUITO!

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GABRIELA

Logo que ganhamos a semifinal, eu estava radiante. Interagimos com outros atletas, a energia era incrível. Deitei cedo e dormi muito rápido, meu emocional cobrava um preço alto e eu precisava descansar. Por sorte, consegui. No dia seguinte nosso treino e esquema tático foram muito intensos, iríamos disputar contra os EUA e as estadunidenses acabaram de nos tirar um ouro na VNL. Pensar nisso me fazia tremer e, dessa vez, eu não tinha a melhor do mundo para segurar minha mão.

Eu não a telefonei antes do jogo, apenas trocamos algumas mensagens sobre táticas possíveis para conseguir vencer, erros a consertar, nada pessoal. E na hora da final, eu só conseguia pensar que se eu perdesse esse jogo, era o fim. Eu estava no meu melhor momento e precisava ser a melhor possível. Meus músculos pareciam travados e eu mal conseguia controlar meus passos.

S: eu acredito em você e no time. O seu melhor é sempre o necessário e suficiente. Te amo. – Li a mensagem duas vezes enquanto repetia para mim que tudo daria certo.

No fim, não deu. O ouro não foi nosso, mas a gratidão por chegarmos tão longe foi crucial para uma equipe tão destroçada quanto a nossa. Todas estávamos física e emocionalmente esgotadas e chegar até ali era um sonho. Ninguém acreditou que poderíamos, mas chegamos. A emoção de tocar na medalha afastou o sentimento de incapacidade e me lembrou do caminho até ali. O abraço de grupo mais sincero que já dei veio da sfv nesse dia. Cada gotinha de lágrima que derramos foi de orgulho por essa equipe forjada na dor, literalmente, já que tínhamos de expulsas a feridas e no fim, nos salvamos todas umas as outras. Eu conseguia respirar de novo.

O resto do dia seria de comemoração, entrevistas, mil abraços coletivos e muito choro de felicidade e gratidão. Depois finalmente voaríamos para casa e era tudo que eu queria.

- Imagina o Nadal de medalhinha – Falei e ri, sendo acompanhada de um revirar de olhos da Rosa e de risadas de todas as outras meninas.

Quando chegamos ao alojamento a regra era clara: A olimpíada acabou, agora pode festejar! Tudo já estava quase vazio restando poucas equipes, fomos a última competição e tivemos uma única noite antes da viagem. Todas havíamos arrumado tudo antes pois a euforia da medalha não nos deixaria arrumar e sabíamos disso.

- Prata é mais bonito que ouro, Alice disse tá falado – Natália disse enquanto brindávamos.

S: Acho que agora eu conheço mais algumas medalhistas olímpicas. Parabéns, meu amor. Paris 2024 é nosso. Sou só orgulho de você e das meninas, sei nem o que dizer, tô explodindo de felicidade por vocês!

Eu não a respondi, tinham muitas mensagens chegando, muita gente falando. Apenas fomos para o meu quarto que eu dividia com a outra líder da farra, convidamos as demais meninas com quem tínhamos conversado e que ainda restavam por lá, e levamos todas as bebidas que compramos, enchemos a cara e, no dia seguinte, o estrago estava feito. Minha memória era um borrão entre a boca da Roberta e da... Natália? Eu fiquei com a Rosa e a Gattaz também? O que diabos a gente tinha feito?

- Bom dia – Falei sonolenta e a Brait apenas riu. – O que diabos aconteceu?

- Além de você, Roberta, Natália, Gattaz, Ana Beatriz, Rosamaria...? – Carolana que dividia a cama com a Brait me respondeu.

- Mas a Nat e a Bia...?

- Amiga, eu e Macris tentamos até entender o que aconteceu ali, mas depois que Natália, Bia e Betinha deram um beijo triplo a gente só escolheu nem entender mais. Vocês assustaram a Anne, duas meninas do futebol te passaram número e ainda teve uma galera do Rugby que eu não decorei todos os nomes...

Sheibi - FacasOnde histórias criam vida. Descubra agora