Capítulo 21

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Maite foi obrigada a fazer sala para o tio, enquanto William não chegava e aquilo já estava a incomodando, ela não conseguia se mexer, pois odiava ver o tio lhe olhando. Ela estava com a palma das mãos suando, sentia a respiração pesar.

- Vou na cozinha pegar algo para comer- ela falou levantando, e sentiu o olhar do velho sobre seu corpo.

-Não oferece nada para mim?

- Quer algo?- ela falou sem se virar para ele.

Ele levantou ficou atrás dela, e ela podia sentir o bafo de Wisky, sabia que ele estava próximo dela. Sentiu o calor de um corpo muito maior que o seu e acelerou o passo, mas sentiu uma mão em seu braço.

- Eu não quero nada, querida Maite- ele falou, jogando o cabelo dela para o lado- na verdade você sabe o que eu quero- ele esfregou a barba no pescoço da morena, que por mais que tentasse sair, não conseguia, pois ele estava segurando seu braço- impressionante como seu cheiro não muda.

- Me solta- ela falou tentando segurar as lágrimas- Daqui a pouco o William chega, e ele não vai gostar nada de ver isso- falou a primeira coisa que veio em sua cabeça.

- Você acha que ele faria alguma coisa contra mim? - ele riu, virando a menina para ele- você não tem mais quem a proteja querida- ele passou a mão pelo rosto liso de Maite- não está mais sob as asas de seu irmão, e seu querido marido não fará nada.

- Mas eu posso me proteger- ela falou séria- agora você vai se afastar de mim vai embora daqui, ou fica na sala esperando o William chegar.

Ele ainda demorou a solta-la, mas ele sabia que não poderia toca-la, quer dizer, não da forma que ele queria. Logo a porta se abriu, e ela nunca pensou que ficaria feliz ao ver William. Apesar dele não ter feito nada, Antônio se afastou rapidamente dela, e ela subiu para o quarto o mais rápido que pode. Se enfiou de baixo do chuveiro, esfregando todo o seu corpo, tentando tirar o toque dele de seu corpo, tirar aquele cheiro que ela tanto abominava. Depois ela foi para cama e por mais que estivesse cansada, estava muito difícil dormir, ela sentia medo do que William poderia fazer com ela.

Ela dormiu por poucas horas, e seu celular despertou de manhã, ela não tinha ideia de como seria sua rotina, já que William a tinha trocado de faculdade a força, mas ainda assim manteve seus horários. Assim que saiu do quarto, com uma de suas roupas, não com as que William lhe tinha dado, ela ficou sem saber o que fazer. Sentava na mesa com ele? já saia?

- Bom dia dona Maite- Margarida falou, fazendo William tirar os olhos do celular- Sente para tomar seu café.

- Bom dia- ela respondeu sorridente. E olhou para William, que apenas com uma aceno de cabeça, indicou para ela se sentar.

- Já resolvi as questões da sua faculdade- ele falou passando alguns papéis para ela- ai estão os seus horários.

Ela passou os olhos no papel e conhecia aquela faculdade, era bem mais cara que a que ela pagava, mas pelo menos dinheiro não era o problema. Ela só tinha aulas pelas manhãs, de segunda a sexta, o que a deixou triste, já que se tivesse aulas na parte da tarde conseguiria dar algumas escapadas de casa, mas ela não imaginou o que vinha a seguir.

- Não pense que estará livre querida- ele sorriu- você entra e sai da faculdade apenas com um dos meus homens, que a esperara na porta da faculdade, e um minuto a mais ou a menos de atraso, eles invadem aquele lugar e te buscam pelo cabelo. Você não tem mais carro... só sairá com meu motorista e quando eu deixar. A porta de casa sempre ficará trancada e você nem tente convencer Margarida ou qualquer um dos meus homens, se não sobra para seus amigos. Estamos entendidos?

- Como você quiser- ela respondeu. Sabia aonde estava se metendo, e não tinha o que questionar ou reclamar- vou indo então. Um dos seus homens, vai poder me levar?

- Sempre terá um deles na porta do prédio- ele respondeu- e eles sabem que você só sai com minha autorização, então se eles te veem sem um aviso meu, eles te trazem de volta. Mas se eles tiverem aviso meu, eles te levam aonde você tem que ir.

- Que seja William- ela revirou os olhos- posso ir?

- Claro querida- ele deu um sorriso de lado, e a olhou de cima a baixo- aproveita que eu estou de bom humor e não vou reclamar de sua roupa.

- Que não tem nada de mais-ela respondeu. E realmente não tinha, era uma calça jeans, rasgada, uma blusa preta de manga, com um casaco jeans... mas para William, tudo o que não lhe agradava, ele queria mudar.

Ela saiu e revirou o olhou sem ele ver.

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- Bom dia- Anahi acordou sorrindo ao ver Poncho em seu lado.

- Bom dia princesa- ele respondeu, dando um beijo na testa dela.

- Não quero levantar dessa cama- ela falou manhosa.

- Mas temos, e eu já estou atrasado- ele falou assim que viu a hora pelo celular.

- Podemos pelo menos tomar café da manhã juntos?

- Claro Ani- ele deu um beijo nela.

- Faz assim, vai tomar seu banho que eu preparo algo rápido.

Ele apenas balançou a cabeça e foi entrando no banheiro, enquanto ela levantava e ia em direção a cozinha. Alfonso saiu do banheiro a procura de uma toalha, e procurou no guarda roupa de Anahi e se deparou com umas caixas que ele já tinha visto antes. Eram de sua irmã. O que elas estavam fazendo ali?

Ele foi terminar seu banho, mas assim que saiu foi questionar a Anahi.

- Ani. Eu vi umas caixas que eram da Maite no seu guara roupa, porque elas estão ali?

- É que... ela me mandou uma mensagem pedindo para separa-las, que tinha esquecido de levar- conseguiu inventar essa desculpa na hora.

- Entendi. Quer que eu leve para ela?

- Não- ela respondeu assustada- ela falou que iria passar aqui, porque eram coisas pessoais e importantes para ela.

Alfonso deu de ombros e não tocou mais no assunto. Mas agora Anahi estava receosa de chegar no ouvido de Maite e ela negar tudo.

- Quer que te leve para a faculdade?- Poncho perguntou tirando Anahi de seus pensamentos.

- Iria adorar. Vou tomar um banho rápido e trocar de roupa.

- Ok. Mas lembra que eu estou atrasado hein!- ele riu, sabia que ela demorava a se arrumar.

- 15 minutos- ela riu e saiu em direção ao banheiro.

Porém ela ficou pronta em 30 minutos, e obvio que Alfonso implicou com ela. Ele a deixou na faculdade e seguiu para a empresa. Estava mais tranquilo que no dia anterior e assim que chegou, chamou Christian para uma conversa e lhe contou sobre o almoço do dia anterior que não acreditou no que ouvia.

- Como eles são baixos- Christian falou- essas meninas provavelmente devem ter sido traficadas. Já li muito sobre isso.

- Eu sei Christian, eu sei. E me sinto de mãos atadas.

- Te entendo, mas nós vamos pensar em algo ok?- Poncho apenas sorriu.

- E mais uma coisa. Sábado, jantar na casa da Maite e do William... Se você quer se aproximar da minha irmã, vai nesse jantar com a gente.

- Não sei. Fico preocupado de piorar as coisas...

- Vai por mim. Eu conheço minha irmã. Se você for, vai surpreende-la, ela não espera que vá.

- Ok!- Christian se deu por vencido.

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