Capítulo 25

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As semanas foram se passando, e Alfonso teve que adiar 2 finais de semana para poder fazer a viagem que tanto queria com Anahi. Acontece que a casa por ser pouco frequentada, estava com algumas infiltrações e problemas de estrutura, mas ele conseguiu que tudo fosse organizado e limpo em duas semanas.

Na Imobiliária algo estranho estava acontecendo, William estava sempre lá, com reuniões com seus tios, as vezes ia com Christopher, e Ponhco começou a achar tudo muito estranho, assim como Christian.

Eles sabiam que William cuidava dos negócios do pai, mas também sempre perceberam como, por algum motivo, ele tinha interesse nos negócios da família Hererra. Até então, antes de conhecerem o verdadeiro William, não se importavam, até porque Poncho sabia que Maite não tinha interesse nenhum naqueles negócios, e provavelmente sua parte seria a de William. Mas agora que tudo mudou, Poncho e Christian não poderiam deixar que mais um crápula tomasse as rédeas daquele lugar.

Então eles foram tirar satisfação sobre o que estava acontecendo. Os dois foram até sala de Antônio, aonde estavam ele, William e Xavier.

- Boa tarde- Poncho falou educadamente.

- Bom tarde sobrinho- Antônio respondeu. Aliás, foi o único.

- Acho que temos que conversar- Alfonso falou sério- por que eu sei que vocês estão me escondendo alguma coisa.... aliás não seria atoa meu querido cunhado frequentando tanto a empresa.

- Se é isso que você quer saber- William responde com um sorriso debochado no rosto- acho melhor vocês se sentarem- Poncho e Christian se olham, sabendo que não vinha coisa boa- como vocês bem sabem, meu pai deixou um império de ações para mim e meu irmão, além de sua carreira política e as empresas que ele tem em seu nome. E logo que os Hererras quiseram abrir essa imobiliária, por meu pai ser muito amigo do seu pai,  resolveu ajuda-los e investir bastante capital, desde que ele fosse sócio majoritário.

- Espera- Poncho interrompeu- Você está dizendo que nosso pais se conheciam?

- Eram melhores amigos, cunhadinho. Porém logo que envolveram dinheiro e trabalho no meio, as coisas desandaram. Foi muito difícil que seu pai aceitasse que ele fosse o sócio majoritário, mas jurou pagar cada centavo assim que a empresa começasse a fluir... e bem a empresa de vocês fluiu muito rápido, porque o seu pai sempre foi um ótimo administrador.

- E eu ainda não estou entendendo aonde você quer chegar com esse papo todo- Poncho falou já sem paciência.

- Acontece que a empresa quase faliu pela primeira vez- William continuou e viu a cara de dúvida de Poncho- nós éramos crianças, provavelmente nem vai lembrar disso- lembra daqueles acidentes das casas populares?- Poncho concordou com a cabeça- seu pai, por ser um homem correto, pagou indenização para algumas famílias que perderam o arrimo de família. Mas isso acabou com a empresa.

- Mas ele não teve culpa- Alfonso olhava para os dias- quem estava a frente desse projeto, eram eles. Meu pai só pagou a indenização, porque era o correto.

- As vezes o correto sai caro- Xavier falou- vou resumir o final, antes do seu pai falecer naquele acidente, ele não conseguiu terminar de pagar as dívidas que tinha com pai de William...

- Quando entrei aqui, não tinha isso registrado em lugar nenhum, e vocês dois nunca me falaram nada, é óbvio- Poncho já estava cansado e com raiva daquela conversa.

- Não te falamos, porque já estava tudo esclarecido- Antônio falou- Além de Maite ter sido a prometida de William, mesmo antes de você saber, o que nos ajudou a diminuir e muito a dívida, ele ficaria com a parte que seria dela da empresa, e claro um cargo de sócio.

- O que?- Christian falou pela primeira vez- então tudo isso estava planejado a muito tempo? E porque demoraram tanto?

- Precisava do consentimento dela- William falou- e bom só consegui agora- e deu um sorriso debochado.

- O que fez com ela, pra ela ter assinado isso?- Christian falou já vermelho de raiva- por que eu duvido que ela assinaria isso por livre e espontânea vontade.

- Não fiz nada- ele riu- apenas me casei com ela, e agora queridos eu trabalho aqui com vocês e a parte que era da Maite, vem toda para mim.

- Impossível- Poncho quase gritou- eu tenho controle da parte dela, isso foi acordado entre nós logo que ela completou 18 anos.

- Bom, não está mais cunhadinho- ele entregou uma pasta com os novos documentos e viu a rubrica e a assinatura da irmã nas páginas.

- Vou revisar isso- Poncho falou- por que isso não pode estar acontecendo.

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Ao saírem da sala de Antônio, Christian e Poncho foram para a sala de Poncho e tentar conversar sobre o que ouviram.

- Nessa conversa toda, além dessa palhaçada da Maite- Poncho falava- estou achando estranho o meu pai e o pai do Wiliam se conhecerem. E ainda serem melhores amigos... não lembro nunca nem ter ouvido o sobrenome Levy, dentro da minha casa.

- Claro que tem algo de estranho nisso Alfonso- Christian parecia mais confuso que o amigo- pede para Anahi revisar esses contratos e vamos tentar falar com a Maite...

-Christian, faz mais de duas semanas que eu não falo com ela. Nem com a Anahi ela fala... aconteceu algo, e depois daquele jantar...

- A gente vai dar um jeito- Christian pensava- talvez a faculdade dela, ou esperar ela sair do apartamento...

- Pode ser- Poncho coçava a cabeça- mas as coisas vão ser piores e mais difíceis do que imaginávamos.

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Poncho ligou para Anahi pedindo para que eles se encontrasse no apartamento dele, pois ele queria conversar com ela e precisava de sua ajuda. Óbvio que a loira aceitou e eles iriam combinar de se encontrar na hora do jantar. Antes desse encontro Anahi estava, mais uma vez, com um dos diários de Maite aberto em sua frente e pela primeira vez, ela conseguiu ler:

" Olá,

Nem acredito que finalmente eu e meu irmão saímos daquele inferno. Não sei como vai ser nós dois morando juntos, ele só está com 19 anos, e tenho certeza que devo atrapalhar a vida dele, e ele nunca vai reclamar sobre nada disso comigo.

Hoje os machucados das minhas costas nem doeram tanto, graças a pomada que a médica me passou. E a terapia que o Poncho me obriga a fazer, também está ajudando muito.

Só fico aliviada de saber que aqui com meu irmão, eu estou protegida e ninguém mais vai encostar a mão em mim"

Foi a única página que ela teve coragem de ler, mesmo Anahi sendo casca grossa para muitas coisas, não conseguia imaginar, como deveria ter sido duro para os dois. E várias coisas passaram em sua cabeça, Poncho nunca teve outras namoradas? Com certeza virgem ele não era... Os machucados que ela se referia no diário, eram as mesmas cicatrizes que ela tinha visto? E quem fez isso? Seu tio? Sua tia?

Anahi começou a cutucar um vespeiro, e agora ela que aguente as consequências de saber das coisas. 

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