Capítulo 48

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Maite conversou com Mane no telefone, agradecendo a ele pelas boas recomendações, e ele ficou feliz em ajudar e disse que estava com saudades. O contato dos dois tinha diminuído bastante, e Maite percebeu que nunca o amara, que o que tiveram sempre foi, talvez, uma boa amizade, com alguns privilégios.

Ela acordou mais animada no outro dia, sabendo que era seu primeiro dia no novo emprego, tomando café com o irmão e mais uma vez trocando poucas palavras. Ele a deixou no local e seguiu rumo a imobiliária. Encontrou Christian com dois estagiários, coçando a cabeça com algo.

- Esse é o terreno que vendemos para a ONG?- Alfonso perguntou.

- Sim- Christian respondeu- fizemos parceria com um escritório de arquitetura, e nos mandaram o projeto, porém os engenheiros daqui estão encontrando alguns problemas.

- Marque uma reunião com todos- Alfonso falou- presencialmente, acho que todos juntos podemos resolver melhor esse quebra-cabeça.

- Certo- Christian respondeu- vou falar com a Gabriela para marcar.

O dia passou razoavelmente tranquilo para todos. Alfonso e Christian ajustavam algumas coisas na Imobiliária, Maite teve um dia tranquilo em seu trabalhando, aprendendo coisas novas e pela sua sorte não teve nenhum contato com sua prima. O dia de Anahi, foi tranquilo até o seu encontro com Rodrigo.

- Ei Ani, quero te perguntar uma coisa, que está na minha cabeça desde ontem- Rodrigo perguntou, enquanto os dois jantavam na casa dele.

- Pode perguntar- ela respondeu, já esperando o que estava por vir.

- O Alfonso é sempre fechado e de poucas respostas como demonstrou ontem? ou ... não sei, ele estava chateado?

- Bem... Rodrigo- Anahi respirou fundo- ok, vamos lá. Ele não é a pessoa mais extrovertida do mundo, mas o que acontece é que nós tivemos um breve romance quando eu vim morar na capital, antes dele e da Maite irem para Espanha.

- Ok, por essa eu não esperava- Rodrigo falou- por isso ele foi grosso comigo, então?- ele deu uma risada de lado.

- Não reparei ele sendo grosso, ele só é mais fechado mesmo quando não conhece alguém, mas não é uma má pessoa- Anahi estava mexendo em seu prato, sem jeito com aquela conversa.

- No início ele estava sendo. Eu percebi suas intervenções e as dos Christian. Você não pensou em me contar sobre isso?

- Pensei, é claro. Mas tive medo da sua reação, de você fica com ciúmes- Anahi riu- achei que as coisas iriam correr tranquilas.

- Claro que eu não estou feliz de você ter me escondido isso- ele pega a mão dela- é até compreensivo, eu entendo seu lado- ele sorri- mas você não precisa me esconder nada Ani. Eu sei que você tem passado, que você não era uma menina que vivia em um convento- os dois riram.

- Eu realmente não vivia num convento- ela entrou na brincadeira mais relaxada agora- e me desculpe, eu sei que o errei.

- Sem problemas baybe- eles se beijaram.

Rodrigo não era um homem ruim. Obvio que não, ele tinha repudio de homens que levantavam um dedo para qualquer mulher ou para qualquer outro ser humano. Mas ele também não era de ferro. O ciúmes ali apareceu, mas ele era compreensivo com a namorada, não iria brigar, não iria arrumar um barraco com aquilo. E essa era uma característica que Anahi admirava nele. Eles sempre foram de conversar sobre tudo, qualquer coisa que os incomodava, era na conversa que se resolvia. Anahi o amava? Ela não sabia ao certo se aquilo dentro dela era amo. Ela só sabia que não chegava aos pés do sentimento que sentira um dia por Alfonso.

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Na casa dos irmãos Hererra, Maite tinha chegado um pouco antes que Alfonso, pois foi de Uber e não queria esperar o irmão para ter que voltar pra casa. Tinha pedido comida japonesa para eles, e quando Alfonso entrou em casa, deparou com Maite no chão da sala, com o notebook em sua frente e nem prestando atenção no que estava comendo.

- Ei, boa noite- Alfonso chegou cumprimentando a irmã que não lhe respondeu. Ele jogou a chave em cima da mesa e chamou a atenção dela.

- Aaa oi- ela respondeu, mas logo voltou para o notebook- tem comida ali em cima da bancada.

- Obrigada- ele ri. E come observando aquela cena da irmã enfiada com a cara no notebook. Ele sentia orgulho, ficava feliz, ela estava se recuperando, e era isso que importava. Ele queria falar algo, mas veio uma lembrança em sua cabeça, uma das poucas que tinha ainda, sobre sua infância, e ele conseguia ver a mãe deles ali, na sua frente, na sua irmã. Ele se emocionou com a imagem que veio em sua cabeça. Nem reparou quando a irmã estava olhando pra ele.

- Alfonso, eu estou falando com você- Maite chamou a atenção dele.

- Desculpa, estava viajando- ele falou, disfarçando a emoção em sua voz- o que você quer?

-Preciso dos meus cartões de volta. Das minhas contas- ela falou. Desde que ela fora internada, Alfonso confiscou tudo dela, para que ela não gastasse com besteiras- eu não posso ficar usando mais sua conta e seu cartão...sabe, eu tenho um trabalho agora, estou fazendo terapia. Confia em mim.

- Eu confio- ele falou, sorrindo e viu a expressão surpresa da irmã.

- Nossa foi fácil- ela riu- já tinha preparado um discurso.

- Bom não vai precisar usa-lo- os dois riram e foram até o quarto de Alfonso.

Enquanto ele pegava os cartões para Maite, ela reparou a foto que tanto amava de sua família e ao lado, por incrível que pareça, uma foto dele, dela com Anahi e Christian, em algum momento antes de irem para Espanha.

- Hei, porque eu não tenho essa foto?- Maite perguntou, assim que o irmão apareceu.

- Qual ?- ele se aproximou- Com o Chris e a Anahi?- ela concordou com a cabeça- porque eu ainda revelo fotos. Antes de trocar de celular eu revelei algumas. E bom, eles não deixam de ser nossa família né? Mesmo as coisas estando meio estremecidas.

- Você tem razão- ela sorri olhando para as duas fotos- impressionante como nossos amigos, são mais nossa família com quem é do nosso próprio sangue.

- Família é quem escolhemos Mai. Quem nos ama e está ao nosso lado em todos os momentos.

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