Capítulo 31

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- Pelo amor de Deus Alfonso- Christian quase gritou do outro lado- claro que não. Vira essa boca pra lá. Mas ela não está bem. Está muito fraca, não entendo direito, mas é como se ela estivesse sido drogada por todo esse tempo...

-Meu Deus! De novo não Christian- Alfonso coçava a cabeça- será que ela não percebeu?

- Não sei... foram apenas 3 semanas, talvez ela não tenha sentindo nenhuma diferença... e ai com essa última dose que ela tomou...ela ficou fraca e desmaiou.

- Eu mato esse cara. Mas o que aconteceu? A enfermeira me falou de uns agentes do FBI.

- Uma história meio complicada. Quando você chegar eu te conto. Ok?

- Certo- Alfonso falou- não devemos demorar muito. Acho que em menos de 1 hora estamos ai... e por favor Christian, não saia do lado dela.

- Você sabe que não.

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Em uma agência improvisada do FBI os três homens estavam em salas separadas apenas esperando o que estava para acontecer. Christopher que já tinha sido interrogado, conseguiu sair livre, por que não tinha nada de concreto que ligasse seu nome ao deles, pelo menos não ainda.

Enquanto os outros três eles não tinham o que argumentar, porém as provas ali não eram de seus maiores crimes. Não tinham por exemplo, provas do acidente, das casa populares que matou vários trabalhadores, como o pai de Anahi, não tinham os documentos que provavam que o cassino era deles, apenas que eles tinham vendido o espaço, mas pelo menos conseguiram descobrir de forma rápida o lugar, e resgatar as meninas que estavam lá.

Tinham provas dos diários de Maite sobre a tortura que fizeram ela e o irmão passar, e ainda assim eram provas que se podiam questionar, já que foram escritos há anos quando Maite era uma adolescente e odiava os tios. Conseguiram provas da lavagem de dinheiro que faziam com as vendas da imobiliária, das contas no exterior, dos impostos não pagos. Talvez não fosse algo tão grande para que eles ficassem presos pelos anos que mereciam, mas já seria algo que abalaria o nome dos Herreras, ou talvez nem tanto.

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Christian estava no hospital velando o sono de Maite, que já se mostrava com um pouco mais de cor, graças ao soro que ela tomava, mas ainda nada dela acordar. Depois de um tempo Angelique e Sebastian entraram na sala com outra agente, para saber como ela estava.

- Nada ainda- Christian respondeu- mas já está com um pouco mais de cor. E Alfonso deve estar chegando.

- Tudo bem- Angelique falou- eu preciso voltar par a agência, mas Sebstian e Carla ficaram aqui na porta, para que nada aconteça com ela- ela se virou para os outros dois- e lembrem-se ela e o irmão são vítimas de tudo o que está acontecendo. Assim que Alfonso chegar, me fazem o favor de ter um pouco de empatia dentro desse coração, e deixem os dois juntos um tempo, estão entendidos? E nada de interrogar assim que ela acordar.

- Sim, senhora- Sebastian falou.

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Por volta das 3 horas da manhã, Alfono e Anahi chegaram no hospital e foram correndo saber aonde estava a morena, obtiveram a informação e assim que chegaram na porta do quarto e viram dois agentes do FBI na porta, Alfonso se assustou.

- Boa noite- ele não sabia como agir- sou irmão da Maite.

- Sabemos quem é- Carla falou- Pode entra, mas apenas o senhor.

- Tudo bem- Anahi olhou para ele- ela precisa de você.

Assim que Alfonso entrou no quarto, ao invés de Anahi ir para a sala de visitas ficou conversando com os dois agentes.

- Vocês foram rápidos- Anahi falou.

- Infelizmente não conseguimos acusa-los de todos os crimes que cometeram- Sebastian falou.

- Já é alguma coisa. Com eles atrás das grades as coisas ficam mais fáceis para investigação, certo?

- Esperamos que sim- Carla respondeu- isso que a Angelique foi resolver. Conseguimos revistar as casas e acredito que com o material que encontramos, dê para achar mais coisas que eles aprontaram.

- E tem mais uma coisa- Sebastian falou- A imobiliária, terá que fechar as portas, pelo menos por um tempo, até tudo isso ser investigado.

- Meu Deus, o Alfonso- Anahi falou, um pouco abalada- ele vai ficar arrasado. Ele ama aquela empresa.

- Imagino que sim- Carla falou- mas precisa ser fechada por um tempo, eles não podem mais fazer nada.

Anahi não esperava ouvir aquilo. Era bem provável que Poncho a culpasse por tudo o que estava acontecendo, não que ela fosse a cabeça por trás, mas com certeza ela tinha uma grande influência de terem conseguido chegar aonde chegaram.

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Dentro do quarto, Alfonso acariciava os cabelos negros da irmã, ele esperava nunca mais ter que levar a irmã no hospital, esperava nunca mais ter que passar aquilo com ela, mas isso aconteceu, ele achava que a culpa era sua. De ter deixado que ela casasse com William , de ter abandonado sua irmã. Alfonso não era de chorar, levou tanta porrada na vida que aprendeu a engolir o choro, mas ao ver sua irmã ali, tão frágil deixou que as lágrimas escorressem. Nos primeiros minutos nada saiu de sua boca, nenhuma palavra, nem um suspiro, ele só conseguia fazer carrinho na irmã, mas foi Christian quem quebrou o silencio.

- Acho melhor deixar vocês sozinhos- ele falou- talvez você se sinta mais confortável em, sei la, conversar com ela.

Alfonso apenas agradeceu a ele com um sorriso, e assim que ele saiu do quarto, as lágrimas que eram até então silenciosas, começaram a ter um som de tristeza, talvez um tipo de choro que Alfonso nunca se permitiu ter.

- Pequena- foi a primeira coisa que ele conseguiu falar- não me deixa aqui sozinho ok? Eu não sei viver nesse mundo sem você. Preciso da minha melhor amiga. Da minha caçula- ele estava com um sorriso no rosto- esquece tudo o que eu te falei na última vez que nos vimos. Eu te amo e eu sei que nossos pais, aonde quer que eles estejam também te amam- ele deu um beijo na cabeça dela e depois falou- eu estou aqui por você pequena.

- E eu estou aqui por você grandão- ele ouviu a voz dela sair fraca.

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