Capítulo 24

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Assim que seu irmão e seus amigos foram embora, só sobraram William e Maite no apartamento, ela estava tão triste, chateada, que a vontade de chorar veio com tudo. Ela saiu correndo para seu quarto e se pôs a chorar agarrada aos travesseiros, tentando ao máximo abafar o som de suas lágrimas.

O que ela mais temia estava acontecendo, se afastar de seu irmão. Ela não esperava por isso, e não estava precavida de nada disso. Os pensamentos em sua cabeça não paravam de rodar, será que ela teria que transar com William para que não perdesse o contato com as pessoas que mais amavam? Será que não teria como ela fazer outra coisa? Se não, era isso, ela teria que submeter ao que ela julgava pior naquela relação.

Deixando claro que Maite apesar de ter sofrido várias coisas em sua vida, nunca teve problemas com sexo, desde que houvesse algum sentimento entre ela e a pessoa com quem estivesse. E não bastava apenas tesão, tinha que ter algum tipo de sentimento amoroso envolvido. Por isso ela transou com poucos homens em sua vida e mesmo que William já tenha sido um deles, hoje em dia o único sentimento que ela tem por ele é de nojo, ódio, raiva e porque não dizer que até medo do que ele pudesse fazer com ela e com os outros. E isso tudo estava deixando a cabeça da morena mais confusa que nunca, ela faria sexo com uma das pessoas que mais odiava, para ter perto de si as pessoas que mais amava?

Com o choro passado, ela conseguiu ir ao banheiro tomar um banho fazer toda sua higiene e assim que mirou seu reflexo no espelho, lembrou que o seu tio mencionou a semelhança dela com a mãe, apesar de sempre ter se achado a cara do pai, já que não herdou os olhos claros da mãe, o afortunado, nesse caso foi Alfonso, realmente viu algumas semelhanças, o sorriso, o formato dos olhos, alguns traços mais. Então ela começou a pensar o que será que sua mãe faria? Ou que ela diria para Maite fazer? Dessa forma, ela conseguiu obter sua resposta, mesmo que não lhe agradasse.

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- Não esperava te ver aqui- William falou, assim que abriu a porta de seu quarto- a que devo a honra?

- Você sabe- ela falou revirando o olho- eu tenho que transar com você para não perder meu irmão, não é? Então isso que vim fazer.

- Acha que é simples assim?- ele falou se aproximando dela- eu quero que você sinta prazer quando estiver comigo, eu quero que gema e grite meu nome quando eu estiver todo dentro de você...

- Isso nunca vai acontecer William- ela falou com raiva- você pode ter meu corpo, mas saiba que nunca mais vai ter meu coração ou meus sentimentos.... a única coisa que eu sinto por você é nojo...

- Então esqueça seu irmão- ele falou.

- Não controlo meus sentimento e nem meu coração William. Tem que ter alguma coisa que eu possa fazer para poder estar com ele...

- Tem uma coisa- ele falou- mas não sei se vai ser tão simples assim- William estava com aquele sorriso debochado que Maite tanto odiava no rosto- separe seu irmão de Anahi.

- O que?- ela estava perplexa com o que ouviu- você só pode estar de brincadeira.

-Não querida. Uma hora ou outra você vai ter que transar comigo, para termos nosso filho, então eu sei que a partir dai, você não vai aguentar mais viver sem mim- disse convencido.

-E o que você ganha com meu irmão e a Anahi separados?

- A confiança dos seus tios... e quem sabe até um cargo melhor na Imobiliária, que eu tenho por direito.

- Do que você está falando?

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No domingo Anahi e Poncho foram passear pela cidade e mais uma vez ela ficou encantada com o que ele lhe contava, além das histórias dos locais, também contava de suas lembranças com sua família em cada um daqueles lugares.

- Ani, você tem vontade de fazer uma pequena viagem comigo?- ele viu a loira arregalar os olhos- talvez esse não seja o momento, mas eu sinto que precisamos de algo assim.

- Viagem para onde?- ela sorriu.

- Há muito tempo, comprei uma casa de praia, e acho que só usamos umas 2, 3 vezes... e poderíamos ir, só nós dois.

- Já vamos fazer nossa primeira viagem, sem nem ao menos você me pedir em namoro?- ela falou brincando e viu que ele arregalou os olhos- calma Poncho, está tudo bem. Não faço questão de rótulos, estarmos juntos é o que importa.

-Vou mandar alguém ajeitar a casa para o próximo fim de semana o que acha?

- Por mim está ótimo- ela sorriu rapidamente e logo se desfez- mas Poncho, e a Maite? Você não ficou preocupado com aquela despedida dela? Não pensa em conversar com ela, mandar uma mensagem?

- Liguei hoje pela manhã várias vezes e ela não me atendeu. E obvio que eu estou preocupado, mas ela estava avisada que ao casar com William eu não poderia fazer nada por ela.

Eles encerraram aquele assunto ali. Sempre que estavam juntos faziam o possível para esquecer os problemas e ficar apenas os dois no mundinho só deles. Mas era obvio que ambos tinham suas preocupações.

Anahi ainda não tinha contado a sua mãe sobre seu relacionamento com Alfonso, temia que a mãe não fosse entender ela estar se relacionando com um Herrera, mesmo sendo Alfonso. E ela estava postergando cada dia mais isso. Sabia que Christian não ia falar nada, sempre foram cumplices e não ia ser agora que ele daria para trás. E ainda tinha o fato de estar com algumas coisas de Maite, apesar de não ter conseguido ler nada de seus diários ainda, ela estava cada vez mais próxima de fazer aquilo. Sua intuição, que não costumava falhar, dizia que poderia encontrar ali coisas que salvariam a ela e até Poncho e Maite.

Alfonso estava com inúmeras preocupações, tinha a empresa que mesmo que fizesse o possível para manter o mais correta possível, com seus tios ali, o seu trabalho se tornava impossível. Tinha sua principal preocupação, sua irmã, que estava numa enrascada e ele sabia disso, e o que deixava pior ainda, era saber que estava de mãos atadas! Que não tinha nada que ele pudesse fazer.

Pelo menos eles tinham um ao outro para esquecer seus problemas nem que seja apenas por um momento. 

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