Capítulo 52

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Maite dormiu naquele dia na casa de Anahi, pois não conseguiria voltar para casa e encarar o irmão. Elas acordaram, tomaram um café da manhã juntas e quando Maite se sentiu melhor e mais confiante voltou para casa. Anahi pediu para que seu segurança levasse a amiga direto para casa, com receio de que ela fizesse outra besteira, mas para a amiga ela usou a justificativa que era mais seguro.

Quando chegou em casa, encontrou um Alfonso preocupado e que estava com cara de quem ficou a noite toda acordado.

- Aonde você estava?- foi a primeira coisa que ele perguntou, quando viu a irmã entrando pela porta- você não deu notícias.

- Você não pensou em me ligar? Se você tivesse me ligado iria saber aonde eu estava.

- Tive medo – ele respondeu se aproximando da irmã- de que algo tivesse acontecido com você. De ligar pra você, e...

- Estou bem Alfonso- ela interrompeu o irmão- sai para dar uma volta e como estava muito estressada, acabei indo para a casa da Anahi e dormindo lá- ela preferiu mentir, mas sabia que o irmão a conhecia muito bem e por isso concluiu- pode ligar pra ela- afinal ela realmente esteve na casa da amiga.

- Acredito em você- ele sorriu para ela- você quer sair hoje para almoçar? Lembrei daquela restaurante italiano que nós íamos muito quando éramos mais novos.

- O restaurante da Dona Patrícia?- ela abriu um sorriso- vou adorar. Mas normalmente só vamos lá em ocasiões especiais. O que vamos comemorar?

- Você realmente não lembra que dia é hoje?- Alfonso falou, achando estranho a irmã não lembrar- olha que dia é hoje- ele viu a irmã desbloqueando a tela do celular e olhando para ele novamente.

- Seria o aniversário da mamãe- Maite falou- como eu me esqueci?

- Sim... ela estaria completando 60 anos hoje.

Um silêncio ficou na sala, nenhum dos dois sabia o que falar mais, relembrar aquela data, era mais que especial para ambos. Eles se arrumaram e foram para o restaurante que não mudará nada.

Assim que eles entraram, um garçom os recepcionou, mas logo viram o sorriso simpático de Dona Patrícia se aproximando deles.

- Não acredito que são vocês mesmo- ela deu primeiro um abraço em Poncho e depois outro em Maite- o tempo passa e vocês ficam mais bonitos.

- E a senhora está encantadora- Poncho falou.

- Até parece- ela riu sem graça- vou levar vocês até nossa melhor mesa- ela sorriu- queria muito dizer que que o almoço de vocês seria por conta da casa, mas como vocês podem ver, nosso restaurante não tem mais a clientela de antigamente- os dois olharam em volta e perceberam como o restaurante estava vazio.

- Não se preocupe- Maite falou- nunca pensamos em vir aqui sem pagar.

Eles logo olharam o cardápio e a carta de vinho e fizeram seus pedidos. Os dois conversaram sobre coisas triviais da vida, quando Maite lembrou da conversa que teve com Anahi.

- Poncho, como está a casa de Acapulco? - Maite perguntou, depois de um gole de vinho.

- Bom depois que fomos à Espanha deixei um caseiro de minha confiança, cuidando dela, mas porquê?

- Queria passar uns dias la, sabe? Com a Anahi- ela explicou- estou com medo de fazer alguma besteira, algo que eu vá me arrepender. Então Anahi deu a ideia de passarmos uma semana lá.

- Acho uma ótima ideia Mai. Mas como você vai fazer com o trabalho?

- Anahi tem uma médica...- Maite nem precisou continuar a falar e já viu o irmão rindo- o que foi?

- Você vai mandar um atestado falso para o emprego que você acabou de conseguir?- Ele ainda ria e falava com tom de brincadeira- bom, vocês já são adultas, não vou me meter. Mas confesso que não esperava essa atitude da Anahi, a final ela é advogada.

- Também fiquei surpresa- Maite confessou- mas entendi que ela só quer ajudar.

- Vai ser bom para as duas. Sair um pouco dessa confusão, vocês vão ficar mais seguras- Alfonso falou- vou ligar para o caseiro para arrumar a casa para vocês. Quando vocês vão?

- Acredito que amanhã mesmo. Porque você não vem também?- Maite falou sem ainda saber do clima e do beijo que rolou entre Alfonso e Anahi.

- Preciso trabalhar na empresa Mai, eu sou o chefe, não tenho como dar um atestado- ele falou brincando e viu a irmã revirando o olho- mas prometo tentar, quem sabe não consigo adiantar as coisas e encontrar vocês.

- Vou torcer para você conseguir irmãozinho- Alfonso odiava quando Maite falava assim dele, e ela sabia disso e falou só pra implicar.

Assim que os pratos chegaram, eles se deliciaram com a comida e conversaram sobre a situação que o restaurante se encontrava. Queriam ajudar de alguma forma e sabiam que tinham o meio e o recurso para aquilo, afinal aquele lugar era importante de mais para os dois, além da qualidade da comida e do atendimento.

- Dona Patrícia queremos conversar com você- Alfonso falou logo depois que eles pagaram a conta.

-É algo sério?- ela ficou preocupada.

- Tem algum lugar que podemos conversar com a senhora em particular?- Alfonso perguntou.

- Claro- ela sorriu- vamos subir, minha casa é logo aqui em cima.

Eles não sabiam que ela morava em cima do restaurante. E logo eles perceberam que o marido dela não estava presente e já imaginaram o pior.

- Dona Patrícia, primeiro nos queríamos agradecer pela ótima comida e ótimo atendimento que o seu restaurante sempre nos proporcionou- Maite falou.

-Mais que nossa obrigação, minha filha- ela respondeu carinhosamente- pena que nem todo mundo valoriza mais isso. Por isso meu restaurante tem estado tão vazio, não sei mais o que fazer. Está difícil até pagar os funcionários e as contas do mês. Já me ofereceram uma proposta em comprar o lugar e estou pensando seriamente em aceitar, pagar o que é certo aos funcionários e tentar sobreviver de alguma outra forma.

- A senhora ama tanto o que faz- Poncho falou- e o que o seu marido pensa sobre isso?

- Ele faleceu tem 2 anos- ela falou emocionada- ele é o motivo de eu não vender esse lugar, porque todas as melhores lembranças que eu tenho dele são lá.

- Sinto muito- Maite falou, segurando a mão dela- e a se a gente dizer que podemos ajudar a senhora a reerguer esse lugar?

- Minha filha, muito obrigada por oferecer ajuda, mas não precisa.

- A senhora não ia gastar nada- Alfonso falou- estamos fazendo isso, porque é um lugar muito importante para gente e queremos te ajudar.

- Não faríamos nada que a senhora não quisesse-Maite falou- seria algo simples, como uma divulgação simples, criar uma rede social...

- Mas eu não sei fazer nada disso- ela falava já com um brilho nos olhos e com um pé atras, a final não estava familiarizada com tudo aquilo.

- A senhora não teria que se preocupar com nada- Maite falava animada- eu e meu irmão, te ajudaríamos com todo o prazer.

- Vou te dar meu cartão- Alfonso falou- pense por uns dias e nos de a resposta, ok?

- Vou pensar sim- ela respondeu.

Eles se despediram e foram para casa. Chegando lá, Maite viu que Anahi tinha lhe mandado o documento de seu atestado, achando engraçado aquilo tudo e encaminhou para Ninel, sua chefe que apenas lhe desejou melhoras.

Tanto ela quando Anahi começaram a arrumar suas malas, fizeram vídeo chamada mostrando as roupas que tinham levado e o que pretendiam fazer quando chegassem lá. Alfonso não deixava de ouvir a conversa e a animação das duas, e ouvindo os planos delas a ideia de ir encontrar com elas estava cada vez mais tentadora.

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