Capítulo 49

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Em uma manhã de quinta-feira Alfonso resolveu tomar café da manhã em uma cafeteria, perto de seu trabalho. Ele tinha acordado atrasado e não tinha tempo de preparar nada. Para a sua sorte, não estava muito vazio e não demorou muito para ser atendido. Quando estava saindo, distraído olhando algo em seu celular, esbarrou em alguém, menor que ele e sentiu o seu café sendo derramado.

- Me desculpe- ele falou, olhando pela primeira vez em quem tinha esbarrado- Anahi?

- Tinha que ser- ela revira o olho, sorrindo pra ele- olá Alfonso.

- Desculpe, mais uma vez- ele falou, sorrindo para ela- acho que nós adoramos nos encontrar com esbarrões.

- Tenho essa mesma sensação- Anahi respondeu também sorrindo.

- O que você faz por aqui?

- É que o Rodrigo mora aqui perto- ela desviou o olhar do dele- estava na casa dele, e bem, vim pegar algo para comer e ir para o escritório.

- Entendi. Bom não vou mais tomar seu tempo- ele responde- até mais- ele deu um beijo na bochecha dela e seguiu seu caminho.

Anahi ficou com um sorriso besta em seu rosto depois daquele beijo, nem se importou com sua roupa molhada de café. Ela ficou pensando em Alfonso o dia inteiro. Aquele frio na barriga quando pensava nele, e chegou a pensar como deveria ter sido caso ela tivesse ido para a Espanha atrás dele. Ela cogitou por inúmeras vezes cruzar o oceano para ir, mas o seu lado racional não deixou que ela fizesse isso, e hoje ela consegue perceber que foi a melhor opção. Quando algo tem que ser, vai ser. E ela estava cada vez mais acreditando nisso, ainda mais depois da volta de Alfonso para o México.

Quando Alfonso chegou na Imobiliária percebeu uma movimentação estranha, todos estavam sérios e o olhando quando estava passando. Sua secretária lhe parou antes que ele entrasse.

- Alfonso- ela entrou na frente dele- tem uns agentes da FBI na sua sala.

- FBI?- ele ficou surpreso- Cadê o Christian?

- Ele ainda não chegou- ela respondeu- estão te aguardando um pouco mais de 30 minutos.

- OK. Obrigada.

Assim que Alfonso entrou em sua sala viu dois agentes do FBI sentados no sofá que tinha ali. Logo os reconheceu, eram Angelique e Sebastian, os mesmo que os ajudaram a prender seus tios. Mas ele estava suspeitando que a presença dos dois ali, não era algo bom.

-Bom dia Alfonso- Angelique falou se levantando e apertando a mão dele- lembra de nós?

- Claro que lembro. E no que eu posso ajudar vocês?

- Bom, não é um assunto agradável- Sebastian quem falou- vamos nos sentar- Alfonso os guiou até a mesa dele. E eles se acomodaram.

- Alfonso, seus tios conseguiram fugir da cadeia- Angelique falou- Willian já está solto há uns meses, mas não temos notícias dele.

- Vocês só podem estar brincando- Alfonso falou, levando as duas mãos na cabeça- e tem quanto tempo que eles fugiram?

- Foi essa madrugada. Foi algo que estava sendo planejado a muito tempo, porque foi tudo muito bem arquitetado. Não deixaram rastros para onde foram, só perceberam na contagem dos presos hoje pela manhã- Angelique explicou.

- Mas já colocamos uma equipe atrás deles- Sebastian concluiu- junto com a polícia.

- Vocês não vão conseguir encontra-los- Alfonso falou respirando fundo- demoraram anos para prender...

- Talvez seja difícil- Sebastian falou- mas cercamos todas as saídas ao redor do presídio em que eles estavam. Eles não podem ir muito longe.

- Eles já devem estar muito longe- Alfonso falou- olha me desculpem, eu não duvido da capacidade de vocês. Mas também não subestimo aqueles lá. Eles ainda são influentes, podem conseguir ajuda de qualquer um, em qualquer lugar.

- Faremos de tudo para pega-los Alfonso- Algelique falou- mas por enquanto todo cuidado é pouco. Eles deixaram um bilhete quando fugiram- ela pega o celular com a foto do bilhete escrito: "iremos nos vingar de quem nos colocou aqui".

- Você e sua irmã precisam se cuidar- Sebastian falou- eu sei que voltaram agora para o México tem pouco tempo, mas  eles ficaram sabendo disso, o que atiçou ainda mais a vontade deles de fugirem. Então avise a Maite e se precisarem podemos colocar algum dos nossos homens no prédio de vocês.

- Vou avisar a ela – ele suspira, já imaginando como a irmã iria reagir com aquilo- e seria ótimo tem alguém para nossa segurança.

- Ok, cuidaremos disso- Sebastian falou- e Alfonso se vocês receberem qualquer notícia deles, por favor nos avise- ele entrega um cartão com o número deles.

Aquela poderia ter sido a pior notícia que ele poderia receber para uma manhã de quinta-feira que começou tão bem, com aquele encontro com Anahi. Além da irmã, ela era outra pessoa que precisava saber daqui, pois ela os ajudou a prender aqueles homens, e aquela ameaça poderia facilmente recair sobre ela também. O trabalho para ele, naquele dia estava tenso. Alfonso não se concentrava em nada, não conseguia pensar. Ele contou a Christian o que houve e o amigo entendeu a preocupação, afinal desde que eram crianças esse homens faziam de tudo para infernizar a vida de Alfonso e Maite.

- E ela está indo bem sabe?- Alfonso conversava com Christian- tenho medo disso desestrutura-la, e os pequenos passos que ela já deu, terem sido em vão.

- Vamos confiar que ela vai ser forte- Christian falou- ela não está sozinha nessa. Na verdade nenhum de vocês estão.

- Nós sabemos disso, e muito obrigada- Alfonso falou.

- Cara vai pra casa. Você não está bem. Hoje não tem nada de mais tão importante por aqui.

- Você tem razão. Eu não tenho cabeça para mais nada. Mais uma vez obrigada.

Alfonso foi dirigindo para casa e até se concentrar no trânsito estava difícil, aquela notícia mexeu com suas estruturas e talvez a ideia de terem voltado para o México já não era mais tão certa assim. Ele chegou em casa e a primeira coisa que ele fez, foi tomar um banho relaxante, sabia que ainda tinha algumas horas até a irmã voltar. Tentou ligar para Anahi para marcarem de se encontrar para ele contar, mas ela não atendeu, então ele deixou uma mensagem de texto avisando que tinha que falar com ela urgente. Ele tentou tirar um cochilo, mas nada do seu cérebro parara. Ele apenas desistiu de tentar algo e foi pesquisar em seu computador se tinha alguma notícia sobre fuga em algum presídio e ainda não tinha nada. Talvez estivessem esperando para obter mais informações.

Quando ele se deu conta o céu já tinha escurecido e ouviu a porta do apartamento sendo aberta, ele sabia que aquele era o momento de conversar com a irmã, mas ele não sabia o que ela tinha para lhe falar também.

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