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𝘿𝙪𝙡𝙘𝙚 𝙈𝙖𝙧𝙞́𝙖

Eu já sabia onde meu pedreiro favorito morava, claro. Desde que deram início às obras eu tinha o contato e endereço de todos, no caso de algum burocracia sobre trabalhos e afins. E sim eu sabia que isso me seria útil. Só não sabia que eu teria essa coragem de procurá-lo tão rápido.

Ele mal saiu da minha casa e eu já estava como uma doida pós "encontro" caçando um rapaz. Definitivamente eu estava esquisita mesmo.

Quando bati na porta, já reparei que era uma residência simples, bairro classe baixa mas mesmo assim tudo bem arrumado, e olha que eu sou bem chata com limpeza e afins.

A porta se abriu e a mulher que presumo que seja sua mãe, me atendeu.

— oi, boa tarde. É aqui que mora o Christopher? — dou um sorriso amarelo, minha vontade era chamá-lo de Chris, mas poderia soar íntimo demais já que ela me encarou de cima a baixo.

— é sim, e você é... — ela pergunta esperando eu me apresentar.

— Sou Dulce, uma amiga dele... — amiga? O que eu deveria dizer? Enfim, só consegui pensar em "amiga".

— ah... eu vou chamá-lo. — ela sorri forçado e pede para eu aguardar. Não me senti bem de entrar sem ele se aproximar, e foi quando ele surgiu de um pequeno quarto que dava pra ver da porta da sala.

— Chris... oi, espero não estar encomodando. — digo e ele se aproxima surpreso. Sua mãe se afasta e ele vem me receber.

— vo-você... aqui? — ele pergunta nervoso.

— eu fiz mal em vir? Desculpe eu só queria conversar, você foi embora voando. Espera... eu atrapalho? — fiz mil perguntas em um segundo e ele sorri.

— Não, não está atrapalhando. Eu já tinha estudado um pouco. — ele suspira — não quer entrar? — sinto que ele estava só querendo ser educado. Estava nervoso em me ver ali.

— eu estava pensando em darmos uma volta, conversar um pouco. O que acha? — sorrio.

— tá... tudo bem eu já volto. — ele volta rapidamente para pegar algo que deve ser o celular e carteira, e já surge na porta comigo. Avisa de longe sua mãe que irá sair e fecha a porta.

Chris e eu fomos tomar um sorvete em uma barraquinha que ele recomendou. Próximo a sua casa mesmo. Eu estava afim de compreendê-lo tão bem a ponto de vivenciar um pouco do que ele vive.

— até que esse sorvete não é nada mal. — digo provando e caminhando ao seu lado.

— eu disse, esse é o melhor. Esses gourmet's perdem feio para o sorvete da dona Carla. — ele sorri.

— eu vejo que deveria confiar mais em você. — digo sorrindo.

— é mesmo. — ele concorda.

— Chris... foi ótimo ter estado com você ontem. Nos divertimos muito. Não acha?

— acho. — ele diz e concluo parando o caminhar — você...

— eu o que?

— veio me procurar em casa por causa do que aconteceu ontem.. não foi?

— é... — suspiro. — Na real eu queria mesmo conversar com você. Aquele discurso em minha casa foi verdadeiro. Você é cativante e quero mesmo ouvir o que tem a dizer, histórias, experiências... o que almeja... eu.. que espero que não se importe de dizer, claro.

— tudo bem. Quer me conhecer melhor? — ele sorri tímido.

— é isso mesmo.

— bom eu... me chamo Christopher, isso você já sabe. Tenho 23 anos, estudo para fazer Federal em medicina, moro com minha mãe, gosto de animais, pouco festeiro, tímido.. — ele ri — é uma entrevista?

Amor em Construção | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora