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𝘿𝙪𝙡𝙘𝙚 𝙈𝙖𝙧𝙞́𝙖

(...)

— Argh... esse é o melhor sorvete do mundo. Tem muito tempo que não venho na dona Carla pedir um desses. — ele sorri com satisfação.

— é mesmo... eu me lembro quando me trouxe aqui, depois disso eu nunca mais provei um desses... — limpo minha boca onde escorreu e vejo ele me olhar.

— Chris eu... demorei muito pra tocar a minha vida. Eu... sofri muito.

— eu entendo, mas... você tem um filho, e sempre teve muitos aos seus pés. — ele diz nervoso.

— sempre tive, só que é diferente quando você está amando alguém que não pode ter, eu tentei falar com você depois daquilo, descobri que sua mãe também se mudou, depois disso nunca mais o encontrei. Seu número mudou, eu... senti que não iria te ver mais... — lhe encaro.

— você me procurou?

— sim... eu tinha que te ver... — digo.

— Eu não imaginava. eu fiquei no Rio até um tempo depois de me formar. Tem alguns meses que eu voltei. Em uma das poucas saídas eu conheci Anahí, eu sinto que minha vida começou de novo só agora. — ele completa.

— você não esteve com ninguém nesse tempo? Não... namorou? — pergunto.

— sim, eu conheci umas ou outras, mas nada sério. Eu não conseguia e não tinha tempo. Anahí é a minha primeira namorada em 10 anos. — ele me encara.

— eu... imaginei que você estivesse até casado. Sempre foi um bom homem. — suspiro.

— eu não pude, não tinha condições... mas e você... como foi?

— eu... estive sozinha até os 3 anos do Lucas. Depois conheci André, moramos juntos por um tempo, mas acabou.

— eu poderia jurar que estava casada, quando a vi em meu consultório. Mas me surpreendi com o encontro de casais.

— me diz uma coisa, o que você sentiu quando me viu? Sentiu alguma nostalgia? — rio.

— eu confesso que sim. Você sempre foi muito atraente, foi uma das primeiras mulheres que eu tive, tivemos muitos momentos inesquecíveis. — ele ri.

— eu nunca fui tão experiente, ou atraente o suficiente, mas quando eu te vi, confesso que eu me lembrei de como eu era direta, atirada. — olho pra ele.

— você era mesmo. Isso mudou?

— com certeza. Se não tivesse mudado eu estaria me comportando de outra forma hoje. — ele engole seco.

— eu suponho que você estaria me cantando ou questionando algo sobre mim, com um bom vinho em mãos. — ele brinca.

— certamente. O meu problema foi que quando você foi embora, eu me afundei no álcool. E logo depois minha vida virou do avesso.

— do avesso?

— eu descobri que estava grávida, em tempo de perder o bebê.

— espera, você disse que... se afundou na bebida quando eu me mudei, e depois você descobriu que estava grávida. Você esteve com mais alguém naquela época? — ele pergunta nervoso.

— se eu dormi com outro homem, te amando como eu te amava? Não, eu não dormi. — digo com meus olhos cheio de lágrimas.

— então você tá dizendo que... o Lucas, é meu filho? — ele me encara com a voz embargada.

— eu não acho que precisaria afirmar assim, visto que você entendeu os fatos. — digo.

— Meu Deus Dulce!! e porque não me procurou? Porque não me disse antes?

Amor em Construção | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora