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𝘿𝙪𝙡𝙘𝙚 𝙈𝙖𝙧𝙞𝙖

Era quarta feita a noite, estava com Lucas no quarto. Ana recolheu as roupas dele e eu fui guardar. Ele estava terminando seu dever de casa quando ficou me encarando.

(...)

— O que foi, filho? — pergunto.

— A mãe do... tio Chris... você já conhecia ela também? — ele me encara.

— Já sim... mas fazia anos que não a via... Por quê? — do nada aquela pergunta....

— Ela não é tão brincalhona como ele... ele puxou pra quem mãe? — Achei aquela pergunta engraçada.

— Filho, não entendi — rio — Ele se parece um pouco com ela, na honestidade, no jeito conservador.. Mas ele não vai herdar todas as características dela, assim como você não herdou muita coisa minha. — rio.

— Acha que eu pareço com meu pai então? — aquela pergunta me calou, simplesmente travei.. estava bem perto de dizer quem era seu pai.

— Eu... não sei filho... você ainda é novo pra dizer... — disfarço.

— Mãe... você me prometeu que me diria quem é meu pai... Eu fico triste de ver a senhora tão nervosa... parece que é algo ruim... Mas eu não quero que fique triste mãe... eu Só quero saber quem é... Eu quero um pai... — aqueles olhinhos pretos me encarando, acho que agora eu não tenho escapatória.

— Filho.... se o seu pai fosse como o tio Chris? O que você acharia?

— Como ele? Eu ia amar! Gosto dele mãe.— ele sorri.

— Que bom... é complicado dizer, mas você já é grandinho pra entender... Já faz algum tempo que ele e a mamãe estão se dando bem, sabe? Ele faz bem a mamãe, e a você, não faz?

— Acho que sim mãe. Mas o tem a ver?

— Bom... ele foi um velho namorado da mamãe... Há muitos anos.. Muitos anos! E recentemente nos reencontramos, no consultório, lembra? — ele acena positivamente — pois então... voltamos a ser amigos, e quando ele se separou da Anahí, voltamos a namorar... Eu queria ter te contado já, mas... achei melhor esperar.

— Ele agora é seu namorado mãe?

— É... ele namora a sua mãe agora... O que você acha disso? Já que gosta tanto dele...

— Eu adorei mãe! O Chris é muito legal... Ele gosta mesmo de você... Desde que vocês conversaram no consultório. — ele sorri.

— que bom, filhote... Ele também gosta muito de você, e agora sempre estará por aqui. — o abraço.

— Acho que vai ser legal — ele diz.

— É vai mesmo... — continuamos abraçados até ele interromper o silêncio.

— Mãe..

— Sim?

— Vai ficar brava comigo se eu disser uma coisa?

— Que coisa? — até gelei.

— Eu vi vocês se beijando na pizzaria.. Já sabia que ele não gostava mais da tia Anahí. — ele ri e eu fico vermelha de vergonha.

— Ah céus... que menino mais esperto! Por isso você nem ficou surpreso... Me desculpe se você não gostou de ter presenciado isso sem a mãe te explicar... você já é grandinho pra saber certas coisas.. E a Anahí é amiga da mamãe, jamais magoaria ela.

— Eu sei... A Amanda diz que ela ainda chora de noite...

— Eu sinto muito por ela. Mas olha, isso é coisa de gente grande.. não fica pensando nisso. A sua namoradinha é filha dela, e ela é sua professora... E ainda minha amiga — suspiro — ela vai entender tudo, logo...

— Que bom que me contou, era o que eu mais queria.. ver a senhora com alguém, e feliz. Não que o tio André não fosse legal, ele é... mas... eu prefiro o Chris — ele comenta rindo e eu o abraço novamente.

Lucas terminou seu dever e eu coloquei ele pra dormir e fui para meu quarto aliviada. Estava ciente que o próximo passo é revelar de vez que ele também era seu pai. Eu só precisava ver a convivência deles agora, com ele sabendo que agora a mãe tem namorado. Talvez eu estivesse me enrolando, parece óbvio que ele vai gostar, mas será estranho, através disso terão várias perguntas, porque ele tem direito de querer saber.. E eu preciso me preparar para não desaponta-lo.

(...)

O fim de semana chegou. Chris chegou de um plantão noturno, me mandou mensagem e dormiu, eu fiquei esperando ele acordar para ir vê-lo um pouco.

O clima estava cada vez melhor entre nós, ele estava feliz pela convivência direta com Lucas, e me recebeu bem empolgado em seu apartamento.

— Oi.. — sorrio vendo ele de cueca — é assim que você sempre atende a porta?

— Só quando vou receber a sua visita — ele ri e me da um beijo. — estava me trocando.

— Ai que saudade! — digo — não via a hora de te ver... sério.

— Eu também! Como você está?

— Bem, e você?

— Bem... e o Lucas?

— Está ótimo. Ele queria que fôssemos com ele e André no jogo dos amiguinhos dele.

— André? O seu ex.

— É... por que?

— Nada... eu confesso que ainda não me acostumei.

— Deixa de bobeira em! Os dois são como amigos. E eu com ele já acabou há muitos anos..

— Sei... bobeira minha mesmo... é medo de perder esse avião de novo. — ele sorri me beijando.

Deitamos no sofá e começamos a nos beijar, demos alguns amassos e depois fomos tomar café.

— Você... não ia falar com ele sobre mim?

— E vou... acho que hoje a noite. Eu tive que comentar um assunto de cada vez com ele. Vi que ele gostou e não mudou com você, porque eu conheço meu filho, as vezes ele fala que tá tudo bem, mas a carinha entrega. Eu queria mesmo ver vocês se dando bem depois dele saber que não somos só amigos.

— Eu não vejo a hora de chamar ele de filho... de poder agir naturalmente, de fazer parte realmente da vida dele!

— Eu sei amor, — aliso seu rosto. — vai ser muito me breve. Agora me diz... o que vamos fazer hoje?

— Você decide... por mim iríamos ao shopping, divertir um pouco nos brinquedos com ele, e depois comer em algum lugar por lá.

— Legal... e o jogo? Não é hoje?

— Não, só amanhã... mas.. você quer ir?

— quero... acho que vai ser bom.

— ótimo, ele vai adorar. Vou avisar Ana e ver se ela quer ir com a gente ao shopping.

— Tá, mas antes, o meu beijo... e... uma coisa.

— que coisa? — rio.

— quero que venha pra cá hoje, passar a noite comigo. Agora você já é assumidamente minha. — ele sorri me agarrando.

— claro... eu venho, não será nenhum sacrifício. — correspondo seu beijo e ficamos agarrados por mais tempo.

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Amor em Construção | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora