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𝘿𝙪𝙡𝙘𝙚 𝙈𝙖𝙧𝙞́𝙖

Christopher ficou ali comigo até umas onze horas. O tempo voou, claro. Eu pedi que ficasse mais um pouco, mas ele como sempre, muito disciplinado com horários e afins.

— porque não fica, amanhã você terá de voltar mesmo! — rio.

— eu realmente não posso. Tenho que trabalhar e voltar a realidade. — ele diz sério.

— mas... já não está vivendo a sua realidade?

— não, claro não... na minha realidade estar me encontrando com alguém acima de mim não costuma acontecer. — ele ri tímido e abaixa a cabeça.

— Chris... porque diz essas coisas? Tivemos um fim de semana ótimo. — lhe encaro.

— é, tivemos. Mas eu sei onde tudo isso pode chegar, temo pelas consequências...

— Argh... de novo isso? Olha... não estamos fazendo nada de errado. Rolou uma química desse o início, quem pode lutar contra isso? Me diz? Que se danem os outros.

— tudo bem. Eu sei que você tem razão, mas mesmo assim, as coisas não acontecem desse jeito.

— e.. o que você sugere que façamos? Eu adoraria estar com você de novo. — digo.

— eu não sei... não seria melhor repensar tudo que aconteceu? Tem certeza que quer mesmo ter algo comigo? — ele pergunta.

— espera... ter algo como assim? — pergunto intrigada.

— eu... eu não sei... você me parece tão decidida a estar comigo, contra tudo contra todos que até pensei que...

— pensou que o que? — lhe encaro mais de perto.

— que... pudesse estar gostando de mim. Uma loucura, mas eu pensei.

— Chris — rio — nós só estamos transando... pera ai... — rio.

— é, acho que eu errei mesmo, olha, eu entendi tudo agora... acho que eu fui bobo. Estava misturando as coisas, como sempre. Achando que a sua simpatia era muito mais que um interesse sexual. Eu.. Eu acho melhor eu ir logo. — ele fica nervoso.

— espera... porque está com essa cara? Eu pensei que estivéssemos vivendo uma coisa bacana.

— é... eu também achei. Mas... é melhor eu ir e, melhor nós interrompermos por aqui. — ele se afasta.

— Christopher, o que está havendo? Eu te magoei foi isso? Eu não... eu não achei que.... Que você estivesse sentindo isso por mim, me desculpe, eu... eu não quis despertar nada em vão em você e... — ele me interrompe.

— claro, eu entendo. Também não seria o correto eu confiar nisso. Obrigada pelo jantar. Amanhã eu volto pra prosseguir com a obra.

— mas espera...

— pode abrir pra mim por favor, preciso descansar. — ele completa.

— tá, ok. — suspiro — boa noite.

— boa noite.

Ele ficou visivelmente chateado com o meu comentário. Eu não sabia o que dizer a ele. O fim de semana foi ótimo, muito intenso, eu o desejei como nunca. Mas... falar sobre sentimento não era algo fácil pra mim.

Fui pega de surpresa com o comentário dele, mesmo sabendo que eu obviamente estava sentindo o mesmo, já que ele não saia da minha cabeça desde que o vi. Mas o que dizer naquele momento? Eu não consigo me imaginar tendo algo com algum pedreiro.

Um rolo tudo bem, eu não ligo. Mas... falar de sentimento com alguém tão simples como ele? Não... não... isso já é exagerar, realmente.

Uma pena que ele tenha se chateado com meu comentário. Mas eu não poderia deixá-lo pensar que algo mais poderia esperar de mim.

Fui deitar logo depois de um bom banho, e tentei não pensar mais naquilo.

𝘾𝙝𝙧𝙞𝙨𝙩𝙤𝙥𝙝𝙚𝙧

Cheguei em casa e por sorte minha mãe ja estava dormindo. Muitas vezes ela esperava por mim, e hoje seria uma das noites a qual eu não gostaria de compartilhar nada com ela.

Minha mãe tinha razão. Ela sabia que eu estava me apaixonando, só de perceber minha empolgação com Dulce, e ela não queria que isso acontecesse, Dulce é completamente diferente de mim, além de ser minha patroa. E isso minha mãe nem sabe.

No dia seguinte na obra...

9:00 AM

(...)

é... o Chris sumiu no fim de semana. Com certeza se arranjou com alguém. Nem em casa ele ficou. — Artur comenta.

— Você... foi atrás de mim? Minha mãe não me disse nada. — digo.

— então é verdade mesmo?! Caramba... finalmente você deu uns perdidos por aí, pensei que nunca fosse superar aquela tal de Beatriz.

— Beatriz? A namorada do dono da loja lá? Mas isso faz tempo. — Poncho completa rindo.

— Por favor, eu não tô pra brincadeira hoje. — digo.

— iihh, que foi que rolou, em? — Artur pergunta.

— nada, vocês não tem porque saber.

— vish, a dona já tá de volta. — Poncho diz quando Dulce surge.

— Rapazes, vocês podem me dar um minuto. Quero saber como foi no sábado. Eu precisei sair mais cedo do local, e queria muita saber se aproveitaram bastante. — Dulce diz.

— Srta Dulce, foi tudo ótimo, obrigada pela cortesia e posso dizer pelos rapazes que tudo foi incrível. — Seu Joaquim diz.

— É, realmente dona, obrigada pelo presentinho. — Artur fala.

— dona não, meu caro. E que bom que tudo correu bem, eu também aproveitei muito. — ela percorre o olhar por mim. — graças a vocês. Eu ainda não havia conhecido aquele lugar... mas bom, eu... eu preciso voltar. Podem continuar com o trabalho. — ela conclui e sai.

Assim que voltamos ao trabalho. Artur aproveitou pra comentar algo.

— mano, eu esqueci de comentar com vocês, mas eu conheci a amiga da patroa. Pensa numa noite boa! A mulher é um furacão. — Artur diz.

— aquela morena? — Poncho pergunta.

— ela mesma, meu pai... foi muito bom. Mas agora eu tava pensando aqui, a patroa saiu mais cedo e o Chris também... será que... — ele olha pra mim.

— ah, pela cara dele... pode contar logo! — Poncho fala.

— que? Contar o que? Eee... — fico nervoso

— abre o jogo logo. Já ta na cara que ela tava contigo. Foi embora quase junto contigo, vivia te secando, agora disse que se divertiu muito e "ta na nam". Comeu ou não comeu meu amigo? — ele pergunta rindo.

— fala baixo cara.. e eu não vou falar disso. — digo nervoso.

— pelo jeito comeu. Mas vai dizer que gamou de novo? — diz poncho.

— parem com isso, eu não tô gamado... eu só... ah, esquece. — completo.

— é, você só esperava que dessa vez fosse correspondido. Qual é Chris! A mulher tá na sua. Mas não é pra você, não é pra nós. Não espere mais que isso de novo.

— é por isso que eu não conto nada pra vocês... — reclamo.

— ela é gostosa? — Artur pergunta.

— Ela é maravilhosa. Eu que fui um idiota, pensando que poderia ser mais, muito mais. Por isso eu não queria dar espaço pra ela, eu já imaginava que eu iria agir diferente. Mas esquece, não tô me lamentando.

— Então ela te deu um pé na bunda? — Poncho pergunta

— nem precisou, eu vi que as coisas iriam piorar pra mim. E fora que se o Joaquim desconfiar, eu tô na rua. Por isso vocês não podem dizer nada. — digo mais baixo.

— fica tranquilo irmão. Ela quem perdeu. Tu é um cara 10! — Poncho completa.

— é, acho que sim.

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Amor em Construção | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora