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𝘿𝙪𝙡𝙘𝙚 𝙈𝙖𝙧𝙞́𝙖

Eu não sei se poderia considerar que havia me acertado 100% com ele. Ainda faltava compartilhar com ele que eu estava grávida novamente. No fim de semana levei Lucas para passear com Anahí e sua filha. Chris estaria de plantão e eu fiquei descansando um pouco. Dei folga para Ana e finalmente cochilei.

Era quase três da tarde quando o porteiro me avisou que André estava lá. Me surpreendi com a visita, mas me ajeitei rapidamente para recebê-lo.

(...)

— Dé, como vai? Que supresa boa.

— Oi... desculpe não avisar, eu queria levar Lucas para tomar um sorvete, mas não tinha certeza se estariam em casa.

— Imagina, você nem precisa avisar! Fique a vontade. Eu mesma vou preparar um café da tarde pra nós. Ana está de folga, eu ajeito em um instante.

— Não, que isso, não precisa se preocupar comigo. Eu só vim realmente pra pegar ele.

— Ah... me desculpe, mas ele não está. Lucas foi passear com a professora e amiguinha.

— Sério? Então minha intuição falhou — ele ri — jurava que ele estivesse. Mas não tem problema, eu levo ele outro dia.

— claro.. ele vai adorar saber que veio.

— mas e você, como está?

— bem... e você?

— bem... e o Chris?

— Chris também.

— Vocês estão bem né, não dei mancada perguntando não né? — ele ri.

— Estamos, eu acho. Quer dizer, nos desentendemos essa semana. Uma prima desagradável dele estava hospedada em seu apartamento, e fazia de tudo pra me provocar ciúmes. Resultado, brigamos. Mas eu não engoli ainda essa história, porque sinto que minha sogra que está por trás sabe? — eu sempre tive Andre como um amigo, e pós fim de relacionamento ainda mais. O contato dele comigo e Lucas sempre foi mantido.

— família sempre tenta atrapalhar de alguma forma, seja diretamente ou indiretamente.

— no meu caso eu acho que é os dois. A prima assanhada e rebelde, e a sogra ciumenta que não supera minha história com o filho dela.

— vejo que isso está te deixando abalada.. quer conversar sobre?

— olha... eu não gosto nem de falar, mas mesmo eu me resolvendo com ele, eu sinto que lá no fundo as coisas nunca ficarão 100% se depender delas no caminho. — meus olhos já estavam marejados com aquele assunto.

— Dulce não fique assim, elas querem atrapalhar vocês dois. — ele me abraça — você sempre foi uma mulher forte, fria pra certas situações, está se deixando abalar muito facilmente.. o que está acontecendo com você? — ele me solta e volta a me encarar.

— É que... eu não estou na minha fase mais forte... há algo que mexe muito comigo e quem tem me deixando mais sensível ainda.

— o quê? Diga... — ele me olha preocupado.

— Eu... estou grávida. E... mal consegui contar pra ele e temo que minha sogra interfira novamente. Eu não quero criar outro filho sozinha. — volto a chorar e ele me abraça forte.

— ei, calma... não precisa ficar triste... outra gravidez é uma benção. Mais uma prova do sentimentos de vocês... não tenho dúvidas que ele irá ficar muito feliz.

— ele... mas e aquelas bruxas? Eu juro que me sinto uma adolescente perseguida por elas, não tenho mais o controle das situações.

— você esta se sentindo assim porque tem medo pelo que já passou, mas isso jamais irá se repetir, e se for preciso estarei contigo novamente. Assim como quando Lucas era pequeno. — ele sorri e alisa meu  rosto e do nada Christopher surge abrindo a porta.

— Que isso? O que ele faz aqui.. e abraçado com você? — ele pergunta.

— Chris, Andre é meu amigo, se esqueceu? — seco as lágrimas.

— É... desculpe vir sem avisar, não imaginei que estaria atrapalhando a rotina de vocês — Andre comenta achando que Chris estava a chegar.

— Você não está atrapalhando nada, Andre. Fique. — digo.

— Não, não esta mesmo, eu que estou. — Christopher estava irritado ao ver Andre ali, ciúmes clássico que ele sempre tinha e tentava disfarçar com brincadeiras.

— Christopher, não seja inconveniente,
André é meu amigo, veio me ver rapidamente. Não misture as coisas.

— Desculpe se causei qualquer mau estar entre vocês. Eu preciso ir agora. Tchau Dulce. — ele acena e sai.

— porque estava tão agarrada a ele?

— ele estava me consolando, e você mal perguntou o porque.

— se fosse importante, seria pra mim que você iria contar. Dulce eu juro que não te entendo. Porque insiste em ter amizade com ex? Porque esse cara? Já não basta sempre jogar na minha cara como ele foi um pai pro Lucas que sempre foi meu filho?

— Porque está falando assim comigo? O que houve com você? Pelo visto o veneno da família caiu direitinho. — o alfineto.

— lá vem você falar da minha mãe. — ele suspira — minha mãe sempre quis o nosso bem, tudo que fez no passado foi para não me ver sofrer porque ela sim sabia o quanto eu te amava, e como aquela diferença de classes nos separava.

— E o que isso tem a ver? Porque está falando isso agora? Como no tempo passado? Sua mãe sempre teve ciúmes de mim, você nunca percebeu, e agora quer disfarçar pro seu lado, jogando a culpa na minha amizade com o Dé.

— Esse cara é um idiota. Fanático por você, e você não vê.

— você é o idiota aqui... insensível, só consegue enxergar o que lhe convém.

— tudo bem, eu já estava saindo mesmo. Pelo visto toda e qualquer atitude que eu vá tomar agora será um erro.

— um erro? Você não sabe o que é erro. — Bati a porta depois dele sair.

Eu juro que não entendi a revolta dele, a forma com ele está agindo, parecia que alguém havia feito a cabeça dele instantes antes de adentrar ali. Chris sempre teve uma pontinha de ciúmes do André, mas nunca foi tão pesado. Mesmo que eu tentasse entender as atitudes dele ali, seria impossível decifrar.

Só sei que aquele não era o Christopher. Ele com certeza se preocuparia em ver como eu estava chorando instantes antes dele aparecer, ele nem ligou pra isso.. parece que surgiu lá para tentar me flagrar de algo, eu sinto um vazio enorme em mim, o que estava acontecendo com a gente? Com o nosso amor? Como vou contar a ele? Com que cara vou  compartilhar isso?

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Mais um capítulo fresquinho. Espero vocês para finalizar essa história.. ❤️

Amor em Construção | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora