Amor em Construção | Vondy

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𝘿𝙪𝙡𝙘𝙚 𝙈𝙖𝙧𝙞́𝙖

E o tão temido dia chegou. Eu combinei que iria encontrar Anahi em uma cafeteria mais tranquila e espaçosa, para ter essa conversa que ela nem sonha. Eu confesso que estava nervosa, porém bem certa do que diria.

(...)

— amiga desculpe a demora. — ela diz se sentando.

— imagina, eu também cheguei agora, tive um probleminha no trabalho. — comento.

— menos mal, odeio fazer me esperarem. — ela ri.

— Anny, como você está? — já pergunto de cara.

— bem — ela suspira — depois da bebedeira daquele dia, eu nem tive tempo de te agradecer... você me salvou eu diria... estava fora de mim!

— imagina, você faria o mesmo por mim, não tenho dúvidas!

— amiga.. sério, me perdoa ter que incomodado no meio da noite... esqueci completamente de tudo aquele dia.

— Anahi, não tem problema... mas olha, eu preciso saber como você está... — engulo seco.

— levando... não posso dizer que estou feliz, mas... enfim, não era de hoje que estávamos distantes, então eu não estou sentindo tanto por isso, eu acho... mas pensar em como foi frio comigo, me dói. Poxa vida ele sempre foi cavalheiro, tão sensível, não pensou em mim em nenhum minuto! — ela diz.

— olha... eu fico feliz que você não está tão mal... mas eu confesso que não ando muito bem nesses últimos dias.

— você? Por quê? — ela me encara.

— Anny, eu... nem sei por onde começar. Mas eu tive dias bem tentadores... pra testar minha paciência, e fidelidade a mim mesma, o que eu sempre sonhei..

— como assim amiga? Não tô entendendo.

— Anahi, você se lembra que te contei a história do pai do Lucas? E de como tudo aquilo me afetou?

— claro... você nem gostava de tocar no assunto, mas eu entendo...

— pois é. Recentemente eu o encontrei, eu descobri que nunca superei o nosso fim, e muito menos o que eu sentia... e foi um momento muito difícil, saber que agora ele estava bem ali, pronto pra descobrir tudo que realmente aconteceu depois que ele se foi, e... que ele é pai do meu filho.

— mas... e aí, você conseguiu se entender com ele? Como foi?

— é aí que entra o ponto chave dessa conversa... que talvez não termine tão bem.. eu juro pra você, juro mesmo... que eu não fazia ideia que ele estava tão próximo a mim. Anahi...

— fala logo meu Deus, que nervoso!

— Anahi... é o Christopher, é o cara. Ele... é meu antigo amor do passado, ele é o pai do meu filho... e eu só descobri que ele estava de volta quando o conheci como seu namorado... eu lamento não ter dito antes. — lhe encaro e ela parece estar em estado de choque.

— espera... — ela desvia o olhar — você tá dizendo que... tá dizendo que ele é o cara que você tanto fala? E... você é a antiga paixão que ele tanto diz que marcou... meu Deus como eu não percebi! Ele simplesmente mudou comigo desde aquele dia!! Ele.... Ele, disse que havia reencontrado essa mulher que ele amou, e... Argh... meu Deus... vocês... vocês estavam juntos? Era isso? Eu era... o motivo de atrapalhar o reencontro?! — ela começa a ficar nervosa e gaguejar muito.

— Anahi... — suspiro nervosa também — eu juro, novamente pra você, que não sabia que era ele, o seu namorado. Eu jamais faria ele te trair comigo. Jamais. Você me conhece, sabe que eu não sou disso. Eu confesso que sim, meus sentimentos por ele voltaram como uma bomba, eu fiz tudo pra não desrespeitar você, saiba disso, e ele também!

— Dulce, como você quer que eu reaja? Você acabou de me dizer que meu namorado me deixou por sua causa, porque você é a mãe de um filho que ele nem sonhava, e que você era a paixonite dele de juventude, olha o que você quer que eu entenda! — ela se altera um pouco.

— eu não quero que entenda isso na marra, eu sei que é difícil, é um processo. E eu lamento muito que tenha sido assim... mas eu não posso ignorar o que senti quando o vi, e... me culpei muito... tive momentos difíceis, pensei em não dizer a ele que Lucas é seu filho, mas eu fui forte, e... não deixei nada me abalar. Agora ele sabe de tudo, e você precisava saber também.

— Dulce, vocês estão juntos? Me diz? Porque era só isso que faltava dizer.

— não assim, não desse jeito. Mas desde que vocês romperam, sim. Ele foi super correto, esperou ter a conversa com você pra depois se resolver comigo.

— pra depois dormir com você, resumindo... — ela seca a lágrima que cai em seu rosto.

— que droga... eu sei que por mais que eu tente romantizar essa situação, não está fácil pra você. Mas também queria que pensasse em mim, eu simplesmente reencontrei o cara que eu sempre amei, reencontrei o pai do meu filho, eu... entendi como uma nova chance... mesmo que uma chance meio maluca. Eu não avancei nada sem ter certeza se ele ainda sentia o mesmo. E quando conversamos, eu percebi que era recíproco, e que talvez fosse o destino nos dando uma segunda chance. Mesmo que seja sob a dor de um término... eu sinto muito minha amiga, mas... foi isso. — me emociono.

— que lindo... lindo pra você... que conseguiu consertar sua vida, enquanto a minha desmorona... o meu namorado com a minha grande amiga.... Céus, como eu fui boba!

— Anahi... não diga isso assim. Eu entendo sua revolta, mas prefiro que não diga nada agora... assim só nos magoaríamos mais.

— você não conseguirá me magoar mais... pode ter certeza. — ela se levanta.

— espera... você já vai?— pergunto.

— é, né... não vou conseguir digerir tudo isso olhando pra você... eu não consigo, não consigo pensar que vocês fizeram isso...

— amiga por favor, diga que me entende.. eu jamais te magoaria de propósito. Eu realmente esperei tanto por isso, que ver a sua dor não me satisfaz em nada — lhe encaro.

— vocês estão juntos? — ela repete.

— sim. — respondo depois de alguns segundos. — eu... contarei essa semana ao Lucas, que ele é seu pai.

— bom, te desejo boa sorte, agora eu preciso ir. — ela seca as lágrimas.

— amiga não fica assim por favor..

— acho que é difícil não ficar... tchau Dulce. — ela se afasta bem fria no fim da conversa.

Anahi estava triste e com razão... é uma situação bem pesada de se dizer, mas era a pura verdade. Ela logo entenderia, seria só questão de esquecer de fato, o Chris.

Me senti mal com aquele clima, mas ainda sim, me senti mais leve.

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