𝘿𝙪𝙡𝙘𝙚 𝙈𝙖𝙧𝙞́𝙖
A melhor hora é a que você consegue ver tudo finalmente voltando ao normal. Ou não. O não pode se referir ao fato de que algumas coisas mudaram, e aconteceram fora do previsto.
Eu e Chris nos entendemos, e conversamos abertamente sobre casamento e nosso futuro. Ele disse que já estava até procurando uma boa casa para nós, eu não estava encarregada de ver isso, não ainda, mas sabia que ele teria bom gosto, tudo pensando no nosso futuro agora com nossos filhos, todos no mesmo teto.
Eu praticamente havia acabado de comprar o apê onde vivia, mas qual era o sentido de ficar lá sendo que a fase nova pedia algo novo?
Enquanto ele resolvia tudo isso, eu agilizava os exames e preparativos para um futuro chá revelação.
Chris havia dormido comigo naquele dia, e ao sair veio conversar novamente sobre.
— bom dia meu amor. — ele me beija.
— bom dia, amor. — sorrio lhe dando mais um beijo.
— dia cheio hoje? — ele pergunta.
— um pouco... e o seu?
— Também... se lembra de quando disse que estava procurando a casa... já encontrei. Pego as chaves na semana que vem, ainda estão mexendo lá, o último morador deixou algumas paredes pra pintar... vai ser o tempo do cheiro forte sair, pra não te fazer mal.
— hm.. todo preocupado — sorrio — estou ansiosa pra conhecer essa casa.
— você certamente vai gostar... e digo mais, sei que ficaremos com ela. O proprietário assegurou que ficará perfeito.
— se você diz... deve ser boa mesmo...
— ela é a sua cara, acredite — ele sorri.
— confio que deve ser mesmo.
(...)
Os dias se passaram. A correria fez com que a semana voasse. Christopher me carregou no carro com um tremendo suspense, com direito a olhos vendados e tudo. Eu já não me aguentava mais de ansiedade naquele carro.
Ele me ajudou a descer, me ajudou a entrar na casa, e ainda demorou alguns minutos para descobrir meus olhos.
— porque tanto suspense? É uma mansão do Silvio Santos? — pergunto curiosa.
— mais que isso... é um lugar que será nosso, tenho certeza. E por ser tão especial, eu decidi que queria realizar a cerimônia do nosso casamento aqui, para poucos amigos e familiares. Você vai entender depois.
— Mas... havíamos combinado de que o casamento seria na igreja e depois uma comemoração mediana no salão da igreja mesmo.
— É eu sei... mas diante dos últimos acontecimentos, coisas do passado, eu senti que iria ser melhor assim. Quero que abra os olhos depois que eu contar até 3... é muito importante que esteja receptiva quando abrir os olhos.
— assim estou ficando nervosa.. — suspiro — vamos logo com isso.
— ok — ele suspira nervoso também — 1...2... e 3, pode abrir.
Assim que ele tira o lenço, que eu abro meus olhos. Eu não conseguia crer, parecia que o tempo havia parado. Eu não acreditei que estava ali, na minha velha casa.
— Espera... essa é a minha antiga casa... que eu vendi a poucos meses.
— Isso mesmo... eu... sempre amei essa casa, e sei que você também. Nunca me explicou ao certo o motivo de ver vendido, algo que você colocou tanto carinho e bom gosto. Eu não achei justo deixar pra trás tanta coisa sua, nossa... — ele me abraça de lado encarando tudo.
— Mas... ela está do jeito que deixei... nada mudou... o que você fez, como conseguiu comprá-la? — fiquei muito eufórica com aquilo.
— Eu fiz uma boa proposta... apesar de ter tido meu apartamento dos sonhos... eu sabia que não ficaria lá a vida toda, e quando ajudei a reformar aqui, em meio a nosso romance, eu sempre tinha a fantasia de que essa casa seria minha, com tudo que tem dentro. — ele sorri pra mim.
— você comprou porque sabe o quando representa pra mim, e principalmente pra você, não é?
— é... foi aqui onde tudo começou, e não teria como continuar em outro lugar. A casa tem tudo seu... tem seu bom gosto, investimento... e meu suor. — ele sorri.
— eu sempre amei te olhar lá de cima. — rio
— agora poderá olhar quando quiser... é nossa!
— você não existe mesmo... como pensa em tudo... e não tem mesmo, lugar melhor pra eu dizer sim pra você. — sorrio e lhe dou um beijo caloroso.
Foi mágico rever cada canto da casa que morei por anos. Foi lindo como ele guardou cada momento que vivemos ali, e para minha supresa a casa já estava mais que comprada.
Ana havia lhe revelado que eu comprei um apartamento não só por achar a casa grande demais só para nós. Mas também por lembrar que eu sempre dizia que sentia que morando ali, eu jamais esqueceria o que vivi com Christopher, estando com alguém ou não. Agora realmente sendo totalmente dele, eu não teria o que temer. Minha antiga mansão era novamente minha.. agora dele, e nossa...
••••
Realizamos ali, nosso casamento. Poucos dias depois. Cerimônia intimista, com quem realmente poderíamos contar, mais um desejo de Christopher foi realizado, me casei grávida, na nossa casa, onde tudo começou e deveria prosseguir.
A construção que um dia nos uniu, nos cercava naquele momento tão especial. E eu só poderia agradecer a Deus por me sentir tão completa!
•••••
Ainda bem que eu não ouvi as piadinhas dos meus velhos amigos. Eu jamais me perdoaria se soubesse o que eu estaria descartando escondendo o que sentia pelo até então ajudante de pedreiro.
Quando vi as paredes da área externa, só conseguia pensar que a cada etapa de uma construção, meu amor por ele também era construído e moldado. Mas a obra só finalizou quando eu realmente entendi que o amor avassalador que sentíamos, capaz de gerar intrigas, questionamentos e burburinhos onde quer que seja.
"Recomece, reconstrua, mas nunca deixe de tentar, a felicidade compensa qualquer estrada irregular que resolva aparecer em sua vida."
— Dulce María
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A autora
Dulce e Christopher se casaram, como planejado. Descobriram que na verdade aguardavam uma menina, Maria Paula.
Com o passar dos anos e mudanças, Alexandra e Dulce se tronaram grandes amigas e cúmplices, e 5 anos depois do nascimento de Maria Paula, Dulce anuncia sua terceira e última gravidez. De outro menino, Davi.
Sabrina prima de Christopher se mudou da cidade, conheceu um político rico e se casou por lá, deixando de vez o casal respirar.
Anahi e Alfonso se casaram dois anos após o nascimento de Maria Paula.
André assumiu sua bissexualidade com um velho conhecido, Patrick.
FIM
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Muito obrigada por chegarem até aqui. Essa história nos acompanhou por longos 6 meses. A instabilidade de posts me incomodava muito, mas eu sempre me esforcei para não me ausentar tanto. Agradeço aos meus leitores fiéis e peço desculpas desde já se algo não lhes agradou. A história carrega muito de mim, experiências vividas e inspirações do dia a dia.
Um beijo grande e espero voltar logo com a próxima mini história "No Sigilo". ❤️
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Amor em Construção | Vondy
FanfictionCONCLUÍDA || + 18 || Dulce Maria Saviñon está decidida a reformar sua enorme mansão. A dona de uma grande agência de turismo da capital resolve contratar uma boa equipe para quebrar tudo. Sua vida vira de ponta cabeça quando um dos empregados desper...