Amor em Construção | Vondy

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𝘿𝙪𝙡𝙘𝙚 𝙈𝙖𝙧𝙞́𝙖

Era sábado, Chris estaria de folga pela manhã. Vou aproveitar para vê-lo um pouco, mais tarde tenho que ir ao mercado com Ana, e Lucas vai para casa de André. Toquei a campainha, e demoraram um pouco a abrir, e quando a porta se abriu, eu não acreditei no que vi. A prima abusada dele estava lá, e vestindo uma roupa pra lá de indecente.

— oi, Dulce! — ela estava com uma maça mordida nas mãos.

— Sabrina? — lhe dou uma encara de cima a abaixo — onde está o Christopher? — pergunto já entrando.

— Ah, ele precisou sair rapidinho, se quiser esperar, não deve demorar. — ela se esparrama no sofá dele e aquilo deixa meu sangue fervendo.

— Eu vou ligar pra ele. — digo seca. Mal conseguia digitar de raiva vendo aquela mulher indecente no sofá dele — alô, Christopher? onde você está? Pensei que estaria em casa.. sua priminha me atendeu!

— Dulce... eu vim aqui visitar um paciente, já estou voltando... A Sabrina aprontou com você não, é?

— Não... você acha? — pergunto irritadíssima, já no quarto dele para ela não ouvir.

— Argh... quando eu chegar ai, nós conversamos.

— Ótimo, precisamos mesmo! — e eu desligo. Suspirei irritada, não estava nem um pouco a vontade com a aparição dessa moça, e agora assim íntima no apartamento dele? Eu não acredito nisso...

Voltei para sala, ela estava tão serena, como se estivesse em sua casa, me olhou de lado e veio puxar assunto.

— ele atendeu?

— atendeu, claro. já está a caminho.

— ah, que bom, eu to morta de fome, falei pra ele trazer um almocinho pra gente, será que ele lembrou? — que cretina abusada.

— Olha ele não falou nada de almoço — suspiro — estou surpresa com a sua presença aqui, está tão a vontade. — alfineto

— Pois é, eu vim passar uns dias aqui no apê dele, minha mãe foi passear com o namoradinho dela, e eu realmente precisava dar uma passada nos livros de medicina que ele tem, você sabe, seremos colegas de profissão.

— sim, eu sei. Mas... você não pode ficar vestida assim no apartamento de um homem. — digo logo de uma vez.

— Mas ele é meu primo.. não tem maldade — ela solta uma risada fraca.

— Não me refiro a maldade, e sim ao respeito. Não acho certo, uma moça estar vestida assim, no apartamento do meu namorado. Alias, a qualquer momento meu filho, filho do Christopher pode entrar aqui para ver o pai e se deparar com uma moça toda esparramada aquí e indecente.

— É sério isso, Dulce? Que caretisse.. Seu filho é só uma criança, fala como se fosse um adolescente tarado.

— Olha aqui, menina! Eu mal te conheço, e já estou menos afim ainda de conhecer, espero que você tenha entendido, eu não vou ficar aqui olhando pra essa sua cara de sínica. — saio do ape dele e bato a porta. Eu estava com sangue nos olhos, ainda mais por ela ser tão irônica. Se eu continuasse ali, iria dar na cara dela até ela parar no hospital, mas como paciente e não como médica.

Quando voltei para meu andar, não levou nem 20 minutos para Christopher aparecer.

(...)

— Dulce, vamos conversar? Sabrina falou que você saiu cuspindo fogo de lá..

— É, vamos conversar. Porque acha que eu sai cuspindo fogo? han? — lhe encaro.

— Porque ela te provocou, eu imagino...

— Quero muito saber porque aquela mulher vulgar estava esparramada no seu sofá e não no da casa dela!

— Argh... eu sabia que isso não iria dar certo — ele suspira — minha mãe me pediu pra ela ficar aqui, já que a mãe dela está fora da cidade, e ela mal sabe fritar um ovo... e por conta do vestibular, ela veio buscar os livros e acabou ficando.

— Acabou ficando? Você não tem voz ativa pra impedir isso não? Não pelo fato de ser sua prima, eu até entenderia... Mas você já viu como ela gosta de me provocar, e como ela é desrespeitosa. Não gosto nada nada da forma que ela te trata.. Estava quase nua na sua sala! E se o Lucas resolve aparecer? Eu não quero que ele veja uma vulgaridade dessas!!

— tudo bem... me desculpe. Mas não pense que eu misturei as coisas... Sabrina sempre foi como uma irmã pra mim, mais nada...

— pra você, isso mesmo, porque pra ela eu vou te dizer... pode ser até mais que isso.. que menina indecente. Mal conheci e já esta me dando trabalho...

— calma meu amor... olha, amanhã ela já vai embora, eu prometo... eu só não te disse nada antes pra não te ver assim.

— Ta ai, outro erro.. Você não me comunicou nada... Mesmo que a casa seja sua, eu sou sua namorada... como queria que eu agisse com uma pessoa que desde o primeiro minuto que me viu só fez me desrespeitar e ironizar.

— Eu sei... sei disso tá bom? Já pedi desculpas, e realmente ela não deveria ser o motivo de uma de nossas primeiras brigas... Amor, me desculpe.

— Quando você voltou ela já estava vestida? Porque aquilo não era roupa.

— Eu não sei... quando voltei ela tinha pego um cobertor pra ver filme na sala.

— argh por favor, eu não creio nisso. Essa daí é tudo, menos uma simples prima. Que folgada. Faz o que quer na sua casa! — me afasto.

— Você está certa! Não tenho como defender. Ela simplesmente esqueceu que o tempo passou e que agora eu sou um homem comprometido, que não podemos ter esse tipo de vínculo.

— Era o que deveria ter dito antes. — lhe encaro.

— está chateada comigo, ou com ela? — ele se aproxima.

— com vocês dois — na verdade o que eu tô sentindo por ela é raiva... por você eu sei que não tem a culpa total, só por isso não estou com raiva. Mas você me chateou escondendo isso, e provavelmente não me contaria se eu não viesse aqui... aí amanhã ela ia jogar na minha cara que esteve no seu apartamento. Enfim... peço que resolva isso logo.. só isso.

— Tá... eu vou conversar com ela, sei que isso te chateou e muito, e com razão. Mas entenda que só não te contei antes pra não acontecer isso. Eu pensei que ela fosse embora até antes, mas acabou ficando.

— Eu quero que de agora em diante você não me esconda nada mais. Mesmo que a verdade seja pesada, ruim, não me esconda nada, não quero perder a confiança em você. — digo.

— tá bom, fica tranquila amor. — ele alisa meu braço — estamos bem?

— acho que sim... só ficarei bem se hoje você me prometer que não vai dormir lá. Que ficará aqui comigo. — sorrio de lado.

— eu fico.. até porque pego amanhã cedo um plantão. Vou estar a sua disposição. — ele sorri me dando um beijo e finalmente resolvemos tudo.

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