Amor em Construção | Vondy

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𝘿𝙪𝙡𝙘𝙚 𝙈𝙖𝙧𝙞́𝙖

Eu tive mais uma das péssimas brigas com o Chris. Aliás, qualquer briga é péssimo. Ninguém gosta e ninguém quer que isso aconteça. Mas poxa vida ele só pode estar cego, e não percebe que isso está nos afastando.

Eu me senti tão mal aquela noite, foi um assunto tão pesado pra digerir, que eu não dormi. Quando acordei cedo, meu estômago ainda revirava, como se tivesse um nó lá dentro. Ana veio conversar comigo pra entender e me ajudar.

(...)

— Dul, está melhor? Nunca te vi tão irritada como ontem.

— Eu já fiz pior, acredite. Só estou me sentindo mal ainda, quase não dormi, e não posso nem pensar na discussão que tivemos agora que isso só iria me fazer piorar.

— Sua menstruação está em dia? — ele me pergunta do nada.

— Que? — rio — está, eu acho. Por que essa pergunta agora?

— Porque talvez você esteja grávida. É bom procurar saber antes de sair tomando qualquer medicamento.

— Você está exagerando, só porque eu acordei enjoada — rio — não acha que depois do stress que tive ontem, eu tenho motivos suficientes pra estar com a saúde abalada também?

— eu acho, claro. Pelo pouco que percebi, vocês precisam conversar e muito. Só que eu não estou dizendo isso só pelo mal estar. Eu tenho notado suas mudanças repentinas de humor, fome além do normal e sono fora de hora. Não que eu seja paranóica mas, você sabe que eu já vi essa cena antes — ela se refere a minha gravidez do Lucas.

— Ana... — suspiro — não acredito que está pensando essas coisas logo pela manhã. Eu estou me cuidando, e pra falar a verdade, dos últimos exames que fiz, pude ver que eu não tenho mais tanta fertilidade assim.. não venha com teorias — ironizo.

— Não são teorias. Como eu disse, já convivi com você grávida antes, e se estiver mesmo, precisa se cuidar da melhor maneira possível. Procure um médico, não sei... mas tire a prova, eu não quero me sentir responsável por ter demorado a dizer alguma coisa. — ela conclui como uma forma de aviso, me fazendo sentir um gelo na barriga naquele instante, eu não podia e nem deveria engravidar, não depois de já ter um filho grande, nunca esteve nos planos.

Fui trabalhar e fiquei pensando em tudo que me ocorreu com Chris, e antes de procurá-lo para conversar, eu me lembrei que era melhor ouvir a voz da experiência da mulher que melhor me conhece nesse mundo, e estava torcendo para que dessa vez ela estivesse errada, ou no mínimo, exagerando.

Me encarreguei de comprar um teste de gravidez na farmácia, e levei direito para o banheiro do meu quarto, sem que ninguém visse e foi quando eu fechei os olhos e torci para não ver um positivo ali. E foi exatamente o que apareceu, um belo é gordo positivo.

Eu pisquei umas 20 vezes seguidas, ainda em choque, pois eu tinha certeza absoluta que eram coisas da cabeça de Ana. Confesso que senti medo, insegurança e logo em seguida um aperto no coração. Me lembrei da primeira e última vez que eu tive de ler aquilo, em um dos piores momentos da minha vida. Ontem eu não poderia sequer contar ao pai do meu filho que eu estava grávida.

Eu me lembrei de como foi duro apagar da minha realidade a possibilidade de estar com alguém 24 horas por dia cuidando, amando e protegendo aquele serzinho indefeso e ingênuo em nosso colo.

Eu sabia que só isso não seria suficiente, eu teria de correr atrás de um laboratório o quanto antes para confirmar aquela gravidez inusitada. E assim então me decidiria no que fazer.

Fiz o exame e não demorou para ter a resposta que eu anseiava em mãos. E desta vez era como a pouco mais de 10 anos. Eu realmente estava esperando outro bebê de Christopher.

Quando cheguei em casa, que percebi a desabar ainda mais, e sabia que eu é quem deveria me retratar pois acho que exagerei um pouco no discurso de ódio. Afinal a vadi* da sua prima ja estava onde deveria estar, enquanto nós dois seguíamos distantes.

Toquei a campainha de seu apartamento, ele se assustou quando me viu, acho que pensou que certamente eu não iria me corrigir com ele.

(...)

— Dulce... não estava esperando que viesse tão cedo.— ele comenta realmente assustado.

— Na verdade eu não iria vir, se não fosse o fato de que eu realmente exagerei um pouco nos gritos e argumentos.

— Eu preciso concordar com isso... — ele se aproxima.

— Me desculpe, é que realmente eu me senti mal ouvindo e vendo aquela coisa aqui na sua casa. Você sabe, eu tenho meu lado inseguro, e é por ter ele que estou aqui hoje. — mal sabe ele que estou grávida de novo.

— eu conheço bem você... não se deixa abater, não se abala... mas sinto lhe dizer, nem todos os dias se abrirá o sol, o importante é que a luz esteja aqui. — aquela frase poética me fez questionar o que ele dizia.

— espera... que coisa linda de se dizer... eu devo interpretar essa frase de qual maneira?

— nem todos os dias serão flores, alegres e amáveis entre nós dois. Mas o importante é que estejamos unidos, nos respeitando e nos amando.

— o sol é o amor é o respeito?

— e outras coisinhas mais... mas olha, eu não tiro sua razão por querer me enforcar com ela aqui, só que me fere muito que você não confia em mim, e isso é delicado demais, então peço que antes de qualquer dúvida ou medo, me pergunte... tá bom? — ele me dá um beijo no rosto.

— me desculpe.

— me desculpe também — ele alisa meu rosto em um abraço caloroso — você é muito preciosa, nunca duvide disso.

— eu... realmente estou me sentindo mal com tudo que rolou, é sério.

— eu também estou... mas estou aqui me libertando desse peso, pra poder voltar pro seus braços.

— nem me fale, eu senti tanto a falta disso... desse cheiro maravilhoso que você tem... não me deixe nunca.

— Eu prometo — completo.

E foi bem melhor assim, me desabafar desse jeito, sem ainda confirmar que seremos pais novamente. Eu ainda não faço ideia de como ele reagirá, mas temos por mim que ele irá amar tudo isso.

•••••••

Desculpem não avisar que iria postar hoje.
Resolvi de última hora...

Obrigada por estarem sempre aqui.. isso é muito importante ❤️

Estou caindo de sono, desconsiderem os erros kkkk