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𝘿𝙪𝙡𝙘𝙚 𝙈𝙖𝙧𝙞́𝙖

A semana passou tranquila, pude ver Chris cumprindo com o que dizia, sua amizade com Lucas estava ainda mais forte. Meu menino era super fácil de interagir com as pessoas, e com certeza o sangue falou mais alto. Os dois se entendem tão bem!

Lucas ficou no apartamento dele jogando, era sexta feira a noite, eu voltei para meu apartamento, precisava resolver um assunto por telefone. E em questão de minutos, quando subi para seu andar, encontrei Anahí entrando.

Chris estava meio surpreso com a presença dela ali, e a minha também, claro.

— Dulce? Você aqui? — ela ri confusa.

— Eu... vim buscar o Lucas. — digo nervosa.

— Buscar? não entendi.

— Ah... é que esse rapazinho agora é meu camarada. Estamos jogando um pouco. — Chris diz meio nervoso.

— Hum... que legal — ela solta um sorriso amarelo — eu vim te ver... você sumiu amor... mas que bom que está em ótima companhia. — ela nos encara rapidamente.

— eu... não estava aqui. Só vim realmente chamar meu pequeno pra irmos embora. — digo.

— embora mãe? Ah não, tava tão legal aqui com o tio Chris! — ele resmunga.

— filho... temos que ir. Não vê que a tia Anahi chegou e... quer conversar com ele coisas de adulto?

— aiii tá bom. Desculpa tia Anahí — ele faz um bico.

— não tem problema meu bem... fico feliz que esteja se dando bem com ele!

— eu já vou indo então, se despede deles meu amor. — digo ao Lucas.

— tchau tia Anahí... — lhe abraça — tchau tio Chris — o abraça.

— tchau amigão!! obrigado por trazê-lo. — Chris diz me olhando fixamente.

— imagina... eu já vou, até mais. — seguimos para a porta e pegamos o elevador.

𝘾𝙝𝙧𝙞𝙨𝙩𝙤𝙥𝙝𝙚𝙧

Quando os dois saíram, eu já imaginei que a pergunta viesse. Desde que descobri que Lucas é meu filho, eu quase não me desgrudo dele. Mostrei que podemos ser "amigos", e ele está sempre por perto, junto com Dulce, claro.

E fiquei tão envolvido com esse assunto, que mal me liguei que tinha namorada. Anahí com certeza está com muita raiva de mim. Eu praticamente nem mandei mensagens pra ela nos últimos dias... Fiquei muito envolvido com toda essa história de filho, antigo amor, muitas emoções..

(...)

— Está tudo bem, Chris? — ela pergunta.

— claro que está. Por que?

— não sei... você anda bem sumido, na sua..achei que você estivesse chateado comigo ou algo do tipo.

— Porque eu estaria?

— não sei. Mas você anda bem estranho... a começar pela amizade com o Lucas. De onde você conhece a Dulce?

— como assim? — fico nervoso, será que ela sabe de algo?

— eu tive a impressão que vocês já se conheciam, não sei — ela ri — o Lucas é uma amor, não é?

— É ele é sim... — seguro meu tic nervoso.

— ele sente falta de um pai... deve ser por isso que está gostando da sua companhia.

— é... deve ser — desvio o olhar.

— Chris.. eu senti sua falta... — ela se aproxima — você anda tão ocupado ultimamente. — ela vem alisando meu ombro — será que hoje tem um tempinho pra mim? — ela sorri.

— eu... não sei... até o momento sim. — digo meio sem saída. Eu não estava nem um pouco afim.

— eu estou com saudades... você está tão cheiroso. — Anahí vem beijando meu pescoço e começa a me alisar, eu estava suando de nervoso, a dias sequer me lembrava que tinha namorada, eu só tinha cabeça pra pensar no Lucas, e... na mãe dele.

Ela começou a se despir, se aproximar e me encostar no sofá. Eu juro que fiquei torcendo para meu celular tocar e ser emergência do trabalho. Eu não queria ter que dizer que não estava afim, mas a verdade era essa... desde que reencontrei Dulce, é difícil não pensar nela, e fazer amor pensando em outra não é do meu feitio.

Quando senti meu bolso vibrar, já contava que fosse do hospital.

— só um segundo. — digo recuperando meu fôlego.

— Alô, Dra Karina? Sim, emergência no setor 4? Eu já estou indo, obrigada. — desligo

— eu tenho que ir... desculpe. — digo aliviado.

— poxa vida... namorar médico não tem sido tão legal. — ela diz.

— eu sinto muito... você sabe... as vidas não esperam. — digo me ajeitando.

— ok... tudo bem. Eu entendo. Mas te espero no meu apê amanhã então... e se possível sem a parte de doutor. — ela diz.

— tá, eu prometo. Se der estarei lá. — lhe dou um selinho rápido e descemos juntos.

Era sem dúvidas um novo dilema. A impressão que eu tinha era que não iria durar muito. Eu não consigo mentir, ou ocultar nada. Logo ficaria ainda mais evidente, e quando ela souber que de fato, eu e Dulce já nos conhecíamos..  não será fácil de engolir. De quebra saber que eu sou o pai do filho dela.

(...)

Entre uma pausa e outra, estive conversando com um dos médicos que dividia o plantão do hospital comigo. Robert é um cara mais velho, vivido, e sempre tem ótimos conselhos.

— Robert, tem um minuto? — pergunto em sua sala.

— claro... do que precisa meu caro?

— um conselho, como sempre. — me sento rindo, ele já estava acostumado a me ouvir.

— no que posso lhe ser útil?

— estou com uma dúvida. Eu... reencontrei uma pessoa do meu passado, que foi alguém que me marcou muito, me machucou também... enfim... eu confesso que estou com a impressão de que não superei. E... desde que nos vimos, eu sequer consigo ficar com minha namorada. Pode parecer doido, mas ela me vem a mente, e eu sinto como se estivesse a traindo, porque não tem como não lembrar dela e... — ele me interrompe.

— você precisa se decidir. Ficar com uma, ainda pensando na outra, nunca é certo.

— mas eu não sei se estou pensando nela porque realmente a quero. Ou se é apenas uma saudade. — digo.

— ah, você sabe sim. Homem nenhum fica em dúvida quanto a isso. Quando estamos afim, simplesmente estamos. — ele completa.

— é. Isso é... mas o que eu faço? Não quero ser um imbecil.

— seja franco em dizer que não está a fim, que está cansado. Ou que precisa de um tempo. Nesse tempo você ve se dá uma abertura pra essa paixão do passado, talvez seja a hora de encerrar ou reabrir um importante ciclo.

— nossa... você parece saber o que se passa na minha cabeça — rimos juntos.

— eu já tive sua idade... e... entendo como se sente. Melhor agir assim do que fazer todos vocês de bobos.

— obrigado, eu não queria tomar seu tempo. — digo me levantando.

— você nunca toma ele.. só se lembre disso.

— as vezes parece que você me conhece melhor do que eu mesmo. — rio surpreso.

— é, parece. Boa sorte querido Chris.

— obrigado. — saio de sua sala.

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ótimo fim de semana ❤️

Amor em Construção | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora