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𝘿𝙪𝙡𝙘𝙚 𝙈𝙖𝙧𝙞́𝙖

Sábado de manhã, acordei cedo, vi que Lucas dormia como um anjinho, fui pegar meu café na cozinha, Ana havia saído. Trouxe minha xícara para a sacada. Eu moro no 15 andar, as vezes dava medo, mas a vista compensava. O novo apê tinha suas vantagens, ainda era recente, não conhecia muita gente mas eu estava gostando.

Fiquei ali olhando o verde que nos cercava, e logo abaixo o estacionamento. Comecei a encarar quem passava e pensar em como a vida de cada um tem seu destino próprio, era bizarro viajar assim nos pensamentos logo de manhã. Antes fosse esse o problema, eu observei um homem entrando em seu carro, de costas era tão parecido com o Chris. Eu realmente não superei ter o reencontrado.

Entrei pra dentro e Ana surgiu pela porta.

(...)

— Oi Dul... pulou da cama? — ela pergunta fechando a porta.

— quase... eu já senti que era a hora de levantar. Acredita que... depois de ter reencontrado o Chris eu jurava ter visto ele ali? Acha que eu posso estar obcecada de novo?

— tem uma grande chance, já que não seria a primeira vez. Ele sempre mexeu muito com você, não é?

— sempre... ainda mais depois de tantos anos... ele está ainda melhor. — suspiro me sentando no sofá.

— e ele notou isso? Ele sempre foi meio bobão pra essas coisas...

— acho que sim. Mas ele está parecendo mais reservado que o normal, pelo pouco que notei. Acho que ele está comprometido... — lhe encaro.

— hm... isso não é bom então. Até hoje eu não acredito que vocês viveram algo tão rápido e escondido que resultou no..

— shiu... Não termine. — lhe repreendo — Lucas pode ouvir, e cada dia me surpreendo mais com a inteligência do meu filho.

— e o que ele comentou do Dr?

— ele... ele disse que o Chris estava vermelho quando conversava comigo — sussurro.

— esse Luquinha... olha, eu vou colocar alguns legumes para cozinhar, depois conversamos mais.

— é... eu também preciso sair, vou ter que ir no salão. Anahí arrumou um encontro de casais com o namorado dela e mais um rapaz. Talvez seja bom, eu preciso tirar o Chris da cabeça... não posso ficar obcecada de novo.

— é mesmo... essa moça parece ótima né? Eu vi ela aqui outro dia, ela conhece alguém que mora aqui?

— acho que sim, foi ela quem me contou desse apartamento à venda, mas nem perguntei nada. Bom, eu vou me apressar, quero ver se ainda levo Lucas para brincar no parque.

(...)

As horas passaram, eu estava um pouco cansada, havia tirado a tarde para ficar com Lucas. Corri para tomar um banho e me apressar. Anahi havia marcado em uma boate bacana, há 20 minutos daqui.

Eu não estava muito afim, minha cabeça estava em um turbilhão de pensamentos, cansaço da semana batendo, mas eu devia esse encontro a minha nova amiga, que estava não só ajudando muito Lucas na escola, como me apoiando muito com o apê.

Cheguei no local combinado, fiquei 5 minutos só caçando ela, que estava sozinha.

— amiga... que bom que chegou! Os meninos só foram achar um local pra parar.

— ok...

— você está arrasando. Roger vai apaixonar!!

— Argh... olha, eu prefiro nem pensar em como eu sou um desastre com homens. Melhor nem criar expectativa.

— você não tá dizendo isso por causa daquela história de ex do passado? Amiga, já faz muito tempo. E você mesma me disse que já teve outros depois dele... você não pode ter medo assim. Olha, não nos conhecemos muito ainda, mas eu entendo que isso te machuque, só que você precisa se impulsionar sabe.

— eu sei... só que... eu voltei a vê-lo esses dias, e eu tô mexida desde então sabe? Não sei se consigo me abrir com alguém como seu primo.

— olha Dulce, não tem problema se não rolar nada. Eu só acho que vocês são duas pessoas incríveis. Seria ótimo para os dois, mais sem pressão. Olha... eles estão vindo, não olha pra trás ainda.

— tá — suspiro — queria que o cara pelo menos fosse bonito.

— amor... olha quem chegou. Roger, essa é a Dulce. Dulce esse é meu namorado Chris Uckermann, e o Roger meu primo de quem te falei.

Quando eu me virei, foi difícil não reparar em quem era o namorado da minha nova amiga. Christopher estava diante de nós, bem sorridente. Seu sorriso se desmanchou junto com o meu quando me viu.

Eu percebi que o desconforto não foi só comigo, Chris estava tão nervoso como eu.

— Olá.... Prazer. Os cumprimento de forma universal, e eles respondem.

— Dul, agradeça ao Chris, foi ele quem me avisou do apê vago. Ele mora lá sabe...

Mas que droga de mundo pequeno, eu odeio que eu sempre pareço estar certa. Quantas bombas em um dia só é necessário para explodir o meu psicológico?!

— ah... obrigada Chris... Quer dizer... Dr Uckermann.

— você já o conhecia? Como sabia que ele é médico? — ela me encara curiosa.

— ele... ele atendeu meu filho Lucas a poucos dias... agora me lembrei do rosto. — digo nervosa.

— sério? Que mundo pequeno... Bom, vamos tomar alguma coisa então?

— vamos. — Chris responde.

Eu estava tão nervosa com ele ali, tão decepcionada por saber que esse mundo era ridículamente pequeno. Eu tive que aturar a conversa fiada do primo dela no meu ouvido, mas eu queria mesmo era alguns minutos com Chris naquele banheiro.

Quando fomos dançar, ele estava me olhando também, disfarçadamente mas estava. Ele era tão discreto que doia.

Quando percebi que Roger queria me beijar eu me esquivei.

— não... eu não posso. Com licença. — saio em direção ao banheiro, o rapaz fica sem entender. Mas eu não conseguia ficar ali.

Anahi veio ao meu encontro logo em seguida, ela percebeu que eu não estava bem e veio me ajudar.

— Dul, tá tudo bem? O que o Roger te disse?

— que? Não ele não disse nada, eu que estou preocupada com o Lucas sabe, ele não costuma ficar sem mim a noite sabe... — disfarço.

— é isso mesmo? Ou você não curtiu o Roger?

— ele é legal amiga, eu é que não tô muito aberta hoje sabe? Só isso... eu acho que preciso ir.

— está passando mal? Se quiser eu peço ao Chris pra te levar, ou te examinar. vocês moram no mesmo prédio mesmo.

— que? Não... não... eu posso dirigir, não aconteceu nada demais. Eu só vou me despedir deles e vou pra casa.

— tá bom. — ela me segue e nos aproximamos deles.

— eu vou ter que ir pessoal, estou muito cansada e meu filho não costuma ficar longe de mim a noite... desculpem.

— tudo bem, foi um prazer te conhecer Dulce, espero te ver de novo. — Roger diz e Chris nos encara.

— eu acho que também preciso ir. Amanhã eu plantão logo cedo — Chris comenta.

— bom, então... vamos encerrar por aqui, outro dia marcamos de novo. — Anahí diz.

— é... — eu concordo e saímos de lá. Eu e Christopher para o mesmo endereço quem diria, depois de 10 anos...

Eu esperava tudo, menos encontrar com ele com tantas coincidências ao mesmo tempo.

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Capítulo de domingo

Amor em Construção | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora