Amor Por Entrega •Au Juke• (voltou)

Capítulo 1.2

Não imaginei que me sentiria tão confortável conversando com alguém que conheço há um dia. Era como se nos conhecêssemos há anos e foi um pouco... Reconfortante? Talvez? Considerando o que ele disse sobre terem quebrado a confiança da família dele, sou a prova viva de que questões familiares nos abalam de um jeito inimaginável, ainda mais quando envolve confiança, e saber que ele se sentiu confortável pra falar sobre quem ele é, me fez ficar confortável também ao ponto de não perecer o tempo passando.
Nós conversamos literalmente a tarde inteira e isso fez o dia passar mais rápido do que de costume quando eu pego dois turnos no serviço ou arrumo um bico pra fazer durante o dia e levantar uma grana extra na minha folga, odiava ficar em casa sem fazer nada, e eu realmente esperava que o dia fosse passar mais devagar, porem o papo com o Willie fez meu dia render muito. Temos mais em comum do que eu imaginei que teríamos e é mais um motivo pra eu achar que eu estou fazendo o certo em deixa-lo ficar aqui com a gente e tenho certeza que os meninos concordariam quando o conhecessem também.

Já estava quase na hora dos meninos saírem do serviço, já tinha resolvido as coisas que eu tinha pra resolver com o Sr. Kaleo, eu fazia favores para o meu chefe as vezes, nada demais, coisa básica que me dava uma grana por fora. Me dei ao luxo de andar de Uber hoje, nada de bicicleta, realmente foquei em descansar um pouco e foi o melhor que eu fiz. 

O Alex havia acabado de descer do ônibus, quase ao mesmo tempo que eu desci do carro, ele parecia cansado, ainda bem que amanhã ele pode acordar tarde. Assim que me aproximei pude ver sua cara emburrada com a minha presença, compressível, eu deveria ter falado com eles antes, o Alex mais que qualquer pessoa ficaria irritado e eu sabia disso, eu não fui o único que teve a confiança quebrada e só por isso eu relevo esse tratamento infantil dele.

— Cansou de fazer sala para o intruso? — Ironizou. Revirei os olhos ignorando o comentário ridículo.
— Já deu seu horário? — Perguntei mudando o foco da conversa, falaria do Willie quando estivéssemos os três juntos, odeio ter que repetir as coisas.
— Geralmente eu estou liberado depois da última volta, eu só fico esperando o Reggie mesmo! — Deu de ombros enquanto caminhamos em direção ao lobby do hotel pela entrada da lateral. Nos misturamos entre os turistas que haviam acabado de chegar e fomos até o balcão da recepção onde a Carrie falava com alguém ao telefone indicando para esperamos um minuto. — Luke... — Suspirou pesado. — Eu sei que parece que estou implicando com o cara, mas sabe o que eu acho sobre isso né? Eu entendo que queira ajudar todo mundo, mas o mundo não é feito só de pessoas com boas intenções! Eu confio em você, mas não me peça pra confiar em um completo estranho.
— Eu sei que não confia nele, mas dá uma chance. Não é porque fomos enganados uma vez...
— Uma? — Questionou arqueando uma sobrancelha.
— Tá, mais de uma vez e sei que em todas elas eu tenho uma enorme parcela de culpa, mas ele é uma boa pessoa. Você sabe que eu não colocaria um estranho dentro da nossa casa se ele apresentasse o mínimo de perigo possível pra você ou para o Reggie! Eu posso ter errado em confiar tão rápido, mas eu jamais colocaria vocês em perigo e você sabe disso. — Suspirei cansado.
— Eu vou fazer por você, não por ele. — Disse com um tom de voz firme. Eu o conheço o suficiente pra saber que ele dormiria com um olho aberto e o outro fechado.
— Posso ficar no seu quarto se quiser...
— Não, tá de boa, você sabe o porquê eu escolhi aquele quarto...
— Quarto dos fundos e blablabla. — Ri. Será que ele lembra que o quarto dele é grudado com o do Reggie?
— Desculpa meninos. — A Carrie sorriu ao desligar o telefone. — Oi Luke, já cansou o novato da sua presença? — Óbvio que o Alex iria falar pra ela e óbvio que ela faria piada, isso que dá ter intimidade o suficiente pra isso.
— Haha que engraçada você! — Ri fingindo não ter achado graça.
— Vou me trocar pra podermos ir embora! — Ela sorriu novamente, mas quando estava saindo de trás do balcão, uma voz ecoou no fundo chamando a nossa atenção.
— Olá rapazes. Luke que bom revê-lo. Tudo certo para quarta-feira? — Perguntou sorrindo.
— Olá Sr. Covington, tudo certo. Estamos ansiosos. Mais uma vez, obrigado por nos dar espaço aqui no hotel. — Sorri agradecido.
— Imagina, é um prazer tê-los como atração aqui, os turistas adoram. — Sorriu. — Agora precisamos ir, tenham uma ótima noite. — Acenou com a mão indo em direção as escadas.