Nota inicial: O CAPÍTULO CONTÉM MÍDIAS QUE AJUDAM NO ENTENDIMENTO DA HISTÓRIA E COMPLEMENTAM A NARRATIVA. INTERESSADOS SÓ DAR UM OI QUE EU MANDO O LINK.
CONTINUAÇÃO DE ONTEM.
CAPÍTULO GRANDE.LUKE
Eu sei em que ponto ela quer chegar. Ela realmente quer isso?
Julie mexeu na bolsa e pegou uma caixinha vermelha de veludo, se aproximou e sentou ao meu lado na cama. Meu coração disparou, de novo.— Quero que saiba que essa minha mentira nunca teve a intenção de te prejudicar em nada. Eu nem pensei direito, meu cérebro só reagiu. — Julie engoliu em seco mantendo seu olhar fixo na caixinha em suas mãos e a apertou. — Eu estava tão preocupada que na hora nada mais importava, só saber se você estava bem. Eu não pensei se você poderia ter uma namoradinha secreta que iria querer me matar se soubesse disso, não pensei nas consequências e muito menos, como iríamos continuar daquele dia em diante. Eu posso ter sido um pouco egoísta, eu pensei em mim antes de pensar em qualquer outra coisa.
— Você se arrepende? — Perguntei me arrumando na cama para ficar sentado direito, ignorando incomodo, dor, tudo.
— Não, claro que não! — Exclamou negando com a cabeça. — Mas eu quero deixar isso muito claro antes de avançar essa mentira. Não é algo que não seja reversível depois, mas agora está ficando mais sério. — Mordeu o lábio.Julie me entregou a caixinha e a abri com cuidado vendo as duas alianças alí. Lindas, com toda certeza caras pra cacete. Estamos indo longe demais.... Agora está ficando mais sério....
As pequenas joias douradas reluzem com a luz que batia nelas. São lindas, muito lindas.
Olhei para a cacheada que observava com atenção todas as minhas reações, esperando que eu diga algo.— São lindas! — Exclamei com um sorriso fraco. — Eu com certeza não saberia escolher uma tão linda sozinho... — Fechei a caixinha e olhei para a Julie. — Você tem certeza disso, Julie? — Perguntei com um tom de voz calmo, porém transparecendo a seriedade da minha pergunta.
— Por que eu não teria? — Questionou no mesmo tom de voz que o meu.
— Como você disse, estamos dando um passo maior agora, nossa “mentira” vai ter algo para ser visto. Não vai ser algo que nós só falamos que aconteceu, vamos ter provas disso. — Disse olhando-a fixamente nos olhos. — Nós dois não conversamos sobre isso e eu não quero que você se sinta obrigada a fazer algo. — Dessa vez, eu quem desviei o olhar. — Eu deveria ter perguntado isso antes de você gastar todo esse dinheiro, mas, — Fiz uma breve pausa. — você quer mesmo fazer isso?
— Não é como eu imaginei que seria... — Deu uma leve risada. — Tipo, nos meus planos nunca esteve ficar noiva de mentira para ficar no hospital com alguém...
— Me desculpa por isso. — Disse baixo a interrompendo. Me sinto culpado por isso.
— Mas sendo mentira ou não, — Segurou meu rosto com delicadeza, me fazendo olha-la. — eu tenho certeza do que eu estou fazendo, Luke! — Afirmou. — Eu nem finjo mais, é...
— É tão natural. — Completei.
— É! — Exclamou concordando com o que eu havia dito. — Sabe, quando eu disse para a recepcionista que era sua noiva, parte de mim, naquele momento, ficou se perguntando se eu estava fazendo a coisa certa e a outra ficou com medo da sua reação com isso. — Suspirou. — Eu sei que você não gosta de mentiras, eu tinha medo que você me desmentisse na frente de todo mundo e eu ficasse com cara de idiota, mas quando você me chamou de noivinha, eu pensei “eu to fazendo a coisa certa.” e mesmo que tudo não tenha saído como o planejado, mesmo que essa aliança seja só um símbolo para complementar essa mentira, o que eu sinto não é. — Ela ta falando que gosta de mim? — Resta saber, nós estamos na mesma sintonia, ou você quer parar por aqui, porque como nós dois já falamos, nós demos um longo passo.
— Meu pai costuma dizer que covarde é aquele que teme arriscar. Eu fiquei muito tempo com receio de sentir algo ou me permitir sentir algo por você porque nunca me achei suficiente e...
— O que? Por que? — Julie questionou me interrompendo.
— Fala sério, Julie. — Sorri nervoso. — Você é toda cheia da grana, com certeza se hospeda em hotéis incríveis quando viaja, deve ter um trabalho bem foda. O que eu teria pra te oferecer?
— Luke, não fala assim. — Seus olhos encheram de lágrimas.
— Sabe aquela noite que eu fui buscar o Reggie no seu quarto? — Ela assentiu com a cabeça. Ri comigo mesmo lembrando de como eu estava me sentindo aquele dia. — Quando estávamos conversando do lado de fora do quarto... — Fiz uma pausa lembrando da cena. O sorriso foi involuntário. — Na verdade, toda vez que estávamos perto demais um do outro e eu pensava que o Nê era seu namorado, eu me comparava com ele, mesmo que eu não quisesse pensar essas coisas, eu pensava “nossa, ele é um cara de sorte”, e isso me fazia pensar que eu não era bom o suficiente porque você tem seu nível de vida, eu percebi isso no shopping. Eu nunca poderia te dar o que você merece.
— Isso é um problema pra você? — Perguntou com a voz embargada.
— Eu pensava que era. — Fui sincero. — O que eu poderia te dar? Tipo, nós fomos no shopping e a única coisa que eu paguei foi um sorvete...
— Luke...
— Sei que você deve estar pensando que isso é besteira, é drama, ego ferido, vai por mim, Julie, não é nada disso, mas quando se mora em um lugar como o Hawaii, nós acabamos criando certos tipos de receios. Pode não parecer para quem vem de fora, mas moramos em um lugar onde nós necessitamos de turistas. Nossa maior fonte de renda é o turismo. Se não fosse pessoas como você, vindo para uma das ilhas, a maioria de nós não teria emprego.
— Eu sinto muito. Não sabia que se sentia assim. — Julie apertou minha mão com firmeza. — Por que não me falou isso antes?
— Porque era mais fácil eu ficar em negação do que aceitar que eu gosto de você e não tenho nada além de um sorvete de morango para te oferecer. — Sorri triste.
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Amor Por Entrega •Au Juke• (voltou)
RomansJulie Molina, produtora de uma gravadora muito influente em New York foi obrigada a deixar o trabalho para tirar férias, já que desde que se formou na escola, se dedicou 100% ao trabalho. Mesmo com suas relutância e argumentos totalmente ignorados...